Arrependimento 【Shuji Hanma】

cigarros

Mais uma noite chuvosa em Tokyo, mais um trago ardente na garganta de Hanma, mais um pensamento arrependido entorpece sua mente nublada, mais uma lágrima escorre pelo seu rosto no alto daquela sacada fria. Talvez não estria tão fria se talvez não tivesse dito aquilo, talvez não seriam lágrimas arrependidas se não tivesse feito aquilo, talvez não fosse um cigarro barato que estaria nos lábios agora se ele tivesse um pouco de empatia... Talvez. Mas se torturar com o que poderia ter acontecido, não anula o que aconteceu.

Mais uma traição, mais uma mentira e mais um cigarro. Ele descarta o antigo, pegando e acendendo um novo. Ele ri ao lembrar que você odiava cigarro, odiava o cheiro, odiava o cinzeiro, odiava observar seu amado se matar lentamente de dentro para fora, odiava. Outra coisa que você também odiava, mentiras, odiava quando Hanma mentia olhando em seus olhos e você sabia que ele estava mentindo, sabia que não adiantava o quanto você implorava pela verdade, ele iria morrer mentindo se precisasse, mas agora, ele daria tudo para voltar e dizer toda a verdade, por mais que você saiba de tudo. Você sabia que Hanma se encontrava com outras pessoas, sabia que ele frequentava as melhores casas noturnas de Tokyo, sabia que ele torrava todo o dinheiro que ganhava com drogas, sabia mesmo que ele dissesse que não.

Mas ele amava, não sabia "o porquê", mas por algum motivo ele amava te fazer chorar, ele amava ultrapassar os limites, ele amava a sensação de fazer algo que iria se arrepender depois, ele amava fuder com todas aquelas vadias enquanto sabia que você estava o esperando em casa com um jantar, amava todos os perdidos que ele te dava, ele amava saber que não importava o que fizesse, saber que não importava o tamanho da merda que ele fez, porque depois de uma boa foda estaria tudo bem entre vocês.

Mas um dia sem aviso, ele realmente conseguiu ultrapassar todos os limites, quando ficou sabendo que ele fudeu a sua melhor amiga bem no dia do aniversário da morte da sua mãe, puta que pariu, a única pessoa que você confiava no mundo, o seu ponto seguro, era o que achava pelo menos. Sempre soube que nenhum dos dois eram muito confiáveis, mas porra, isso realmente conseguiu te tirar dos eixos, foi aquilo que precisava para dar um pé na bunda dele.

Não foi como das outras vezes, ele esperava choro, gritos, dedo na cara, tapas e xingamentos, mas dessa vez não teve nada disso, ele sabia que você não o perdoaria e te ver com as malas prontas, ver que você não iria derramar nenhuma lágrima sequer, ver que agora não teria volta, o sorriso debochado e cheio de arrogância sumiu instantaneamente, ele não teria debochado tanto, não teria tanta arrogância se tivesse dimensão da metade do que você estava pensando.

"Acabou." Foi apenas isso que você disse, ignorando completamente todas as perguntas e provocações de Hanma logo em seguida. Ele sempre tinha certeza que você voltaria, mas desta vez, pela a primeira vez em anos de relacionamento ele não tinha a menor ideia do que iria acontecer depois que você saísse pela porta daquela apartamento.

Agora, horas depois de você ter levado suas coisas do apartamento de número 17, e por coincidência, dezessete, foi com essa idade que você conheceu o tatuado, enquanto ele já tinha dezenove anos. Ele lembra de como se conheceram, ele ase encantou desde o primeiro olhar, naquela época ele realmente amava você sem exagero, ele queria te ter e quando conseguiu se sentiu o homem mais feliz do mundo, porém ele não lembra quando começou a ser assim, quando começou a te trair, quando começou a te tratar como uma vadia qualquer. Ele lembra do seu olhar de decepção na primeira vez que ele te traiu, ele nunca ficou com tanto medo na vida, ele tinha tanto medo de te perder, por isso te prometeu nunca mais te fazer chorar, promessa essa que durou até a segunda dose de vodka na sexta-feira seguinte. Esse relacionamento pode ser resumido com as incontáveis promessas e mentiras de Hanma, ele sempre jogava a culpa das mentiras nos outros, até que um dia ele teve a cara de pau de dizer que traiu porque quis, porque deu tesão e ele fez.

"Eu juro que faria tudo diferente." Disse ele olhando para o cigarro queimando em seus dedos enquanto deixa escapar uma lágrima de seus olhos.

"Então era essa a sensação que você tanto dizia?" Solta uma risada amarga. "Nó na garganta, estômago embrulhado e um aperto no peito. Se eu soubesse, teria feito tudo diferente." Olha para o céu chuvoso, o sentimento que estava sentindo não era nem perto do que você sentia, mas era o suficiente para o fazer entender.

803 palavras
Finalizada: seg. 15 de janeiro de 2024 às 00:01

Aqui quem fala é o autor!
Eu queria só soltar alguma coisa para vocês, já que não tiveram fanfic de fim de ano como sempre acontece. Mas agora posso me dedicar (se a criatividade deixar).

(Ninguém perguntou maass
00:01 é meu horário favorito!)

Bom é isso! Tenham um bom (fim) de férias! 🌻