02| De volta ao lar

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Boa leitura

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Isso só pode ser algum tipo de
piada, ou castigo.

Tudo bem, eles já me convenceram que estamos em dois mil e quinze.

Puta merda!
Eu perdi toda a minha adolescência
e parte da vida adulta. Por que logo comigo? Eu nunca fui uma pessoa ruim, sempre respeitei meus pais.

Se a vida é uma piada, comigo ela está sendo um Stand Up completo.

Agora aqui estou eu parada com cara de tacho enquanto meus pais e Soraya conversam com o Dr. Nataniel, tentando entender o que houve.

Eu realmente me casei com a babaca pingentinha!
Mas como isso aconteceu? Nós nunca nos suportamos.
Como eu pude cair na lábia desse troço?

— Meu conselho é deixá-la viver sua vida normalmente, quem sabe ela tendo convívio com a família sua memória não vá voltando.. Eu sinceramente não faço ideia de como isso aconteceu. Em meus trinta anos de carreira eu nunca ouvi sobre algo parecido com o caso de Simone.

Ah, que ótimo! Agora só falta eles
quererem fazer estudos comigo como se eu fosse algum rato de
laboratório.
Oxalá! Eu estou num mundo desconhecido com pessoas que eu conheço, mas não conheço..
Vocês conseguem entender o tamanho dessa confusão?

— Será que vocês podem parar
de falar de mim como se eu não estivesse aqui? — Bufei irritada. Realmente de saco cheio deles falarem e especularem como se eu não estivesse aqui ao lado.

— Minha filha. — Papai veio até mim, e eu suspirei cansada. — Quer ir embora?

— Óbvio.. — Resmunguei cruzando os braços.

Dr.Nataniel sussurrou algo para Soraya, mas eu nem me dei ao trabalho de ouvir. Não faço a mínima questão de saber sobre nada relacionado a essa pingentinha.

Eu só quero a minha casa.
A minha vida sem graça.
Só quero dormir e lembrar de tudo o que eu esqueci. Ou melhor não. Eu sou casada com Soraya Thronicke! O que fiz para merecer esse castigo?

— Doutor, o que nós poderemos
fazer? Ela vai precisar fazer algum
tratamento ou alguma coisa assim?

Mesmo não muito interessada
naquela baboseira, eu sou obrigada a ouvir atentamente, porque afinal, é a minha vida ali.

— Ela vai precisar fazer alguns
exames que irei pedir o mais rápido possível, e por hora a única coisa que eu posso aconselhar vocês a fazer é deixar que ela volte a sua rotina normal, pois ainda não sabemos se essa perda de memória é temporária ou não..

Ah, que ótimo!
Voltar a rotina normal significa viver sob o mesmo teto que a psicopata.
Não mesmo, eu prefiro não lembrar de nada e viver com meus pais. Viver com ela que eu não vou. Mas não vou mesmo!

Eu disse que não iria viver sobre
O mesmo teto que ela, certo?!
Bom, infelizmente minha mãe não parece nada feliz com essa ideia.

Depois que o doutor se foi, ficamos eu e ela, pois papai e a psicopata saíram sem dizer muito coisa.

Mamãe se aproxima da cama, e parece chateada. — Sisa.. Minha filha, estamos tentando te ajudar. O doutor disse que isso talvez ajude sua memória, o que custa voltar pra casa com sua esposa? Você e a-

— Não, mãe! Não fala isso nem de
brincadeira, eu não sou casada com ela e não a amo, eu odeio Soraya Thronicke com todas as minhas forças! — Esbravejei sem paciência.

Stupid Wife | SimorayaOnde histórias criam vida. Descubra agora