Declarações de Um louco

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Kim Taehyung.

- Faz um bom tempo que ele saiu, né!?

- Sim. Quer que eu ligue pra ele?

- Por favor. Não tenho o contato dele.

- Beleza._ Yoongi pega seu celular de capa preta e disca o número rapidamente. - Tá caindo na caixa postal.

- Puta merda._ penso em voz alta. - Por acaso o Jeon não te disse o endereço que seria o encontro em alguma mensagem?

- Não lembro._ pega o aparelho do bolso, discando o número do amigo, novamente. Vasculha a mensagem específica em que o Jungkook, supostamente, lhe disse onde seria o maldito encontro. - Achei... Oh, espera, o Jimin tá me ligando.

Vejo-o atender ao telefonema com um sorriso gengival no rosto.
...

É bom ver que o Jimin tem um efeito bom nas pessoas ao seu redor. Sempre alegre, doce e divertindo aqueles que ama, mesmo que não esteja no seu melhor dia. Conheço-o desde os meus dezesseis anos de idade e percebo que não mudou nada, continua sendo o mesmo que me encontrou no parque, sozinho e chorando.

Na época, morava com meu pai e minha avó, porém, ela adoeceu e tivemos que nos mudar para a casa de uma amiga da família por não ter condições para pagar o melhor hospital, com o melhor tratamento da cidade e nem a casa de aluguel que vivíamos. Infelizmente, minha avó veio a falecer depois de um mês depois da mudança. Fiquei devastado ao chegar em casa e receber a notícia. Chorei até as lágrimas secarem, não ia para a escola e me fechei com meu pai. Sabia que o assunto era doloroso para ele, também era para mim. Talvez você não concorde, mas, quando ela faleceu, acabei perdendo outra pessoa da família, importante para mim, meu pai. Depois da morte dela passamos dias, semanas, até meses sem trocar uma palavra se quer.

Um dia cansado de ficar em casa apenas olhando para o teto do meu quarto, fui ao parque que costumava ir com minha vó. Normalmente está sempre vazio, entretanto, desta vez, havia um garoto de cabelos loiros semelhante a ouro, brilhando na luz do pôr do sol sentado em um dos balanços mais a frente, apenas observando a linda mistura de paleta de cores admirável no horizonte vasto e frio.

Sento em um banco qualquer e não consigo conter as lágrimas escorrerem por minha pele pálida e gelada, ao lembrar dela rindo contente enquanto me vê cair no chão pela milésima vez ao tentar pedalar em uma bicicleta amerela de rodinha atrás.

- Por que está chorando?_ o mesmo garoto com fios de ouro pergunta defronte a mim me olhando, e de algum modo, parecendo preocupado.

- Você diria o motivo por estar chorando para um estranho!?_ questiono enxugando minhas lágrimas.

- Sim. Sou uma pessoa sensível que acha mais fácil desabafar com um estranho, do que com alguém conhecido que provavelmente vai ficar te pertubando por dias ao descubrir o motivo por estar chorando em um banco no parque.

- Faz sentido._ vejo-o olhar para mim como se estivesse esperando a confissão de um crime, então me adianto em dizer:

- Não vou te falar nada, estranho._ reviro os olhos.

- Não sou estranho._ coloca as mãos na cintura parecendo irritado. Ótimo, o cara é louco. - Estudamos... ou melhor dizendo, estudávamos na mesma classe. Por que mudou de escola?

- Eu não te conheço, então você é um estranho pra mim._ digo simples e me levanto pronto para sair daquela situação.

- Eu vim pra cá porque estou com problemas em casa._ paro de andar, e então ele continua:

-Meus pais estão querendo se divorciar e toda vez que entro naquela maldita casa, eles me pressionam pra saber com quem eu quero ficar e acabam discutindo pela minha guarda e a herança da família. Gosto daqui porque a brisa fria e relaxante e esta vista maravilhosa me fazem sentir calmo e não ficam gritando na minha cabeça, como meus pais costumam fazer.

Será que devo confiar em você?Onde histórias criam vida. Descubra agora