Um natal quase perfeito.

Capítulo 3| Coração despedaçado.

Vitor

Acordei de madrugada e percebi o tanto que eu tinha dormido, escuto vozes vindo da cozinha me aproximo pra ver de quem era.
Chegando lá vejo minha irmã e Diego juntos, muito juntos e sorrindo, tinha um caderno no balcão, cheio de corações vermelho. Eu não acredito nisso, ele me beijou pra depois de algumas horas voltar para a minha irmã?
Subo as escadas e vou em direção ao meu quarto,  me deito na "caminha"  que eu tinha feito no chão mesmo, sem me importar com a friagem, e adormeço.
~Horas depois~
Acordo e escuto alguém batendo na porta, era minha mãe.
-Oi mamãe- abro a porta.
-Meu Deus, Vitor- ela fala quando me olha.
-O que?- pergunto.
-Seus olhos, meu amor- fala e me empurra em direção a cama, logo colocando a palma da mão em minha testa.
-Vitor, você está fervendo- ela fala preocupada.
Eu fico doente muito fácil, desde criança foi assim, minha mãe sai do quarto e eu sinto meus olhos pesarem, mas escuto uma voz masculina bem familiar vindo em direção ao meu quarto. Era o Diego.
-Baby, sua mãe disse que você está doente- ele diz se sentando em minha cama.
-Minha irmã não vai gostar de te ver tão grudado comigo- desvio o olhar dele.
-Vitor- ele vira meu rosto com o dedo indicador.-eu não tenho nada com a sua irmã.
-Sei que tem, eu vi vocês juntos de madrugada e vi o caderno com os corações, e eu não entendi qual é a sua, você me beija e depois de duas horas vai e fica com a minha irmã, sabia que não era mentira a sua fama de pegador, e se retire do meu quarto por favor- peço triste.
Ele sai do meu quarto.
Ele não ficou aqui.
Foi embora sem se importar.
Eu não mereço isso.
Caralho.
Eu me apaixonei por quem não me pertence, mas meu coração não entende isso.
Mergulho em meus pensamentos, penso na noite anterior, penso em quanto nos divertimos, nele cantando aquele trecho de “lindo demais”, na facilidade dele em me descer do balcão e enfim lembro de seus lábios, em como eles são quentes, macios e viciantes. Viciantes como drogas.
-Vi?- a voz alta de Laura me tira de meus pensamentos, olho para cima e vejo ela segurando remédios e um copo com água.
-Hum? Está aí há muito tempo?- pergunto.
-Não- responde e me entrega os remédios.
-Obrigado, pode sair- falo tentando não ser grosso.
-Vi, eu estava pensando em me declarar para a Catherine- ela fala envergonhada e eu olho curioso, minha irmã está apaixonada por Cat?
-E o Diego?- pergunto cabisbaixo.
-Não tenho nada com Diego- responde simples.
-Vi vocês de madrugada- falo.
-Eu estou bem apaixonada por Catherine, fique tranquilo, vamos Vitor conte pra sua irmã mais velha, faz quanto tempo que você gosta dele?- ela diz bem animada.
Respiro fundo e conto.
-Comecei a criar sentimentos por ele com 12 anos, mas não sabia como isso funcionava e nem se eu podia namorar com ele, sempre pensei que ele fosse hétero, até ontem- falo e ela fica feliz.
-O que teve ontem?- pergunta, curiosa.
-Ele me beijou- escondo meu rosto em um travesseiro.
-Ai meu Deus- ela grita.
-Silêncio Laura- coloco a mão esquerda em sua boca.
-Como foi? Você gostou?- pergunta feliz.
-Foi perfeito, e eu amei- coro.
-Ah você está vermelho, que fofo- ela zoa.
-Laura, pare com isso, eu meio que expulsei ele do meu quarto, sabe onde ele está?- pergunto.
-Sei, está no quarto dele- fala e eu me levanto.
-Eu ajudo, vem cá- fala e vem perto de mim.
Andamos em direção ao quarto dele, bati na porta e depois de 1 minuto ele abre, estava com um moletom preto e uma calça também de moletom cinza, ele olha em meus olhos e sorri, me dando passagem para entrar em seu quarto, e Laura nos deixa a sós.
-O que traz esse belo garoto a meus aposentos?- ele brinca.
-O belo garoto veio pedir desculpas por ter te expulsado do quarto- falo e ele sorri.
Ah esse sorriso..
As covinhas marcadas..
O jeito como ele me olha e sorri.
-Está tudo bem, baby-
Essa voz linda falando “baby” estou me apaixonando mais e mais.
-Eu acho que vou indo- falo saindo do quarto mas sua voz me interrompe.
-Vitor, você quer ir no shopping comigo? Claro, se você estiver melhor- eu sorrio.
-Eu quero, só vou pegar um moletom, você já está dirigindo?- pergunto.
-Sim, minha habilitação chegou essa semana- ele fala.
-Ok, então me espera na sala que eu já desço- ele concorda com a cabeça e eu vou para o meu quarto.
Pego meu moletom favorito, visto o moletom e calço um tênis.
-Estou pronto, vamos?- pergunto
-Sim, vamos-
Entramos no carro e ele colocou música, fiquei olhando a paisagem e cantando baixinho, ele estava me olhando, sabia que estava.
Chegamos no shopping e ele abriu a porta para eu descer, último romântico.
Entramos no shopping e ele me arrastou para uma loja de anéis.
-Vitor, coisa linda escolhe um anel pra você, vi que você adora anéis- ele falou.
-Ok, eu quero esse- aponto para um anel preto.
-Que numero?- ele pergunta
-17- respondo.
-Seu dedo é fino, perto do meu que é 21- ele ri e vai pegar o anel
-Eu vou olhar os tênis da loja do lado, ok?- pergunto.
-Ok, eu só vou ver uma corrente para mim, e já encontro você lá- concordo e vou em direção a outra loja.
Depois de 15 minutos ele entrou na loja que eu estava.
-Estou pensando em comprar esse tênis para usar amanhã, o que você acha?- falo me referindo ao all star azul escuro de cano alto.
-Leva, vai ficar lindo em você- ele opina e eu compro o tênis.
Saímos da loja e fomos na praça de alimentação para comprar algo pra comer, esse shopping está lotado, mas também, hoje é dia 23, e é São Paulo, está cheio todo dia, não sei por que estou impressionado.
Diego estava me encarando, e eu estava me perguntando o que ele olhava tanto.
-O que você tanto me olha?- pergunto.
-Gosto dos seus olhos, e afinal, você melhorou?- pergunta.
-Sim, foi uma febre passageira, e obrigado pelo elogio- sorrio.
Ele sabe como me deixar bobo.
E eu amo isso.
Saímos da praça de alimentação e fomos em direção a uma loja de brinquedos, onde eu avistei um ursinho marrom claro, muito fofo, abri um sorriso enorme quando vi e Diego percebeu.
-Gostou do ursinho?- ele me pergunta.
-Sim, achei fofo- eu respondo.
-Pede pro papai noel, quem sabe você não ganha- ele brinca.
-Haha, engraçadinho- rio fraco.
-Vamos voltar?-
-Sim, já estou cansado- digo e vamos em direção ao estacionamento.
Eu adormeci no carro, e quando acordei já estávamos em casa, Diego foi comigo até meu quarto, me deitou na cama e eu falei.
-Fica aqui? assiste um filme comigo- digo e ele deita em minha cama e me puxa para ficar em seus braços, e novamente adormeci em seus braços, mas dessa vez ele não saiu.
Acordei às 21:30, olhei em meu celular e vi um monte de mensagens da Maria.
Whatsapp on.
Princesa do mato: Vitor
Vitor.
VITOR
A SUA IRMÃ ME CONTOU DO BEIJO, SEU FILHO DA PUTA,VOCÊ NÃO IA ME CONTAR???????
VIADO
PODE ACORDAR E ME RESPONDER.

Eu: Bom dia?
Eu estava dormindo nos braços do meu homem, licença?
O beijo foi perfeito, tá?
Teu irmão me deu um anel e está me chamando de BABY.
Eu vou comer, beijinhos.

Princesa do mato: Eu shippo mano, sempre shippei.
Perfeitos.
Lindos.
Te amo, cunhado.
Vai la comer, baby.

Eu: Sem provocações Maria Foster.
Princesa do mato: Provoco mesmo, se não gostou, processa.
Eu: Eu ando com a lei, senhorita Foster.
Princesa do mato: ATA, você foge da lei, isso sim.
Eu: EU? NUNCA AMOR KKKKK.
Princesa do mato: Você é tão idiota, Caccini.
Eu: É a conivência com você, Foster.
Princesa do mato: Tu tá apaixonado pelo gay do meu irmão, tá falando o que?
Eu:OU OU, QUAL FOI??
Princesa do mato: KKKKKKK TE AMO.
Eu: Como está a viagem?
Princesa do mato: Perfeita, puta que me pariu.
Eu: Que bom, amore.
Princesa do mato: Onde tá o filho da puta do Diego?
Eu: Dormindo, aqui do meu lado.
Princesa do mato: KKKKKKKK DOIS VIADOS.
Eu: Se fode, Maria.
Princesa do mato: Você não ia comer?
Eu: O seu irmão está em cima de mim.
Princesa do mato: Que fofo.
Eu: Muito, o cabelo dele é tão MACIO.
Princesa do mato: Eu que hidrato ele.
Eu: Ele acordou, vou chamar ele pra irmos comer.
Princesa do mato: Vai lá, beijinhos.
Eu: Um pra você e dois pra mim.
Whatsapp off.
-Vamos ir comer, meu bem?- pergunto
-Vamos- ele sorri
Fomos comer e depois ficamos assistindo outro filme.
Meu coração estava despedaçado, mas está bem melhor.