O Último Bilhete

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Nasci em 28 de setembro de 1977, a primogênita da família. Apenas um mês depois, em 30 de outubro de 1977, minha prima, Fleur Delacour, também chegou ao mundo. Como mencionei, meus pais e os pais de Fleur sempre mantiveram uma relação muito próxima. Desde os meus primeiros anos, recordo-me dos natais e dos aniversários que celebramos juntos. Naquela época, apesar da ascensão de Voldemort na Europa, os bruxos ainda desfrutavam de um pouco de paz. Os seguidores das trevas se reuniam secretamente, sem representar uma ameaça iminente e sem causar muita agitação. Embora as sombras da ameaça pairassem, a vida cotidiana dos bruxos transcorria com relativa tranquilidade.

Os irmãos de Apolline se afastaram após a morte da mãe, devido a desentendimentos sobre algumas heranças que Clemence havia guardado e deixado em grande parte para Apolline. A família Delacour se tornou seu novo porto seguro, sendo minha mãe a única mais próxima até o dia em que ela desapareceu. Minha infância foi marcada por momentos agradáveis. Em 15 de agosto de 1980, os gêmeos Louis e Frederique nasceram, batizados por minha mãe em homenagem aos meus avós. Apolline deu à luz a mais uma filha em 1985, Gabrielle. Durante o período que abrange os anos de 1980 até o início dos anos 2000, nossas histórias entrelaçaram-se com as do famoso Harry Potter.

Em 2003, uma bruxa mestiça trouxe a história de Harry Potter à atenção global. Desde então, a ligação entre bruxos e trouxas melhorou um pouco. Apesar de sua notável ignorância, eles admiram a história de nosso Harry, embora até os dias atuais duvidem da realidade de nosso mundo. Sinto orgulho ao pensar que Fleur foi mencionada nos livros da autora que lançou a ambos os mundos a história. Fleur ficou especialmente conhecida na França, inclusive nos livros de História da Magia em Beauxbatons. Além disso, ela e eu vivenciamos todos esses feitos de Potter durante os anos de 1994 a 1998.

Quando completei onze anos, Fleur e eu recebemos as cartas de Beauxbatons. Nesse período, minha mãe começava a manifestar sinais de obsessão e paranoia em relação ao irmão, Armand. No verão de 1986, ela recebeu uma carta ameaçadora, sem endereço definido, que colocava em risco o bem-estar de toda a nossa família. Até o final de 1987, ela fugiu de casa, totalmente transtornada, jurando encontrar Armand onde quer que ele estivesse e pôr fim à sua vida. Foi nesse contexto que meu pai passou a maior parte do tempo trabalhando. Apesar do apoio emocional dos Delacour, o universo parecia conspirar para que eu assumisse a responsabilidade de cuidar dos meus irmãos. Isso perdurou até o dia em que meu pai desapareceu de nossas vidas, após me formar em Beauxbatons, deixando tudo para trás para seguir em busca de nossa mãe.

"Para minha amada filha, Marguerite,

Espero que me perdoe. Sei que um dia se tornará uma mulher incrível e entenderá o meu desaparecimento. Provavelmente, não estarei mais neste mundo quando encontrar esta carta, ou talvez nunca a encontre. Mas saiba que amei seu pai, você e seus irmãos com todas as minhas forças. Faço o impossível para protegê-los de todo o mal que nos rodeia neste mundo.

Seu tio Armand os ameaça desde quando você estava em minha barriga, com rancor e ódio de tempos passados. Eu errei, mas não a ponto de esquecê-lo e de não considerá-lo como meu irmão. Cuide de Frederique e Louis enquanto eu estiver fora, e nunca se esqueça de que a amo. Amo tanto que não é possível descrever em poucas palavras."

Encontrei esta carta enquanto explorava alguns livros na estante de minha mãe algum tempo depois. Apesar do caráter duvidoso do escritor Gilderoy Lockhart, minha mãe tinha uma predileção pelo romance "Quebrando com a Eternidade". Mais tarde, descobrimos que Lockhart havia roubado a história de uma bruxa francesa para escrever o livro. Eu já imaginava o real motivo de sua fuga, e este bilhete foi apenas um pedaço de papel que veio para me confirmar.

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