1. Sempre ele

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[Oii gente! Essa é uma 2shot, mas assim que publicar esse capítulo, publico o outro. 

Espero que gostem!!]

Vamos a fic:

-x-

Olhe, pra começar, eu não queria ter me apaixonado pelo meu melhor amigo. Essa é uma das piores merdas que pode acontecer com alguém, principalmente se, assim como eu, você não for correspondido.

E muito provavelmente você não é. Experiência própria.

Fora ser o maior clichê de todos os tempos. Assim, nada contra os clichês, eu acho até fofo, romântico e tudo mais, mas tenho tudo contra quando essa porcaria acontece comigo. Nos contos de fadas e nos filmes de adolescentes da Netflix é bem legal, mas na vida real... um tapa doeria menos. Ou um soco. Não sei.

O lance é que se apaixonar pelo melhor amigo é uma catástrofe gigantesca, estratosférica e que ultrapassa todos os níveis da camada de ozônio. Particularmente falando, acho que a NASA deveria estudar sobre. É assustador e na maioria das vezes acaba com a nossa raça da pior forma possível.

Sinceramente, eu não sei o momento exato em que descobri estar apaixonado pelo Kageyama. Quando dei por mim, meu coração já batia mais rápido com um mero olhar que ele me direcionasse, minhas mãos suavam frio perto dele, o mundo à minha volta parava e eu só conseguia prestar atenção nele e em cada movimento que ele fazia, admirando tudo quase sem piscar.

Com isso veio aquela grande vontade de fazer com que ele reparasse em mim também, entende do que eu estou falando?

Nunca fui de me importar com minha própria aparência, mas tudo mudava quando eu sabia que veria ele. Até comecei a tentar – foco no tentar – arrumar mais o cabelo, embora raramente funcionasse. Os fios laranjas acabam por ficar como queriam, e quem sou eu pra dizer para o meu cabelo como ele deveria ser?

Comecei a usar mais perfume também, e sempre carregava alguma balinha na mochila ou nos bolsos das calças – o que não recomendo tanto assim, já que uma vez esqueci de tirar e depois só ouvi minha mãe me xingando aos quatro ventos na hora de lavar a roupa.

Real, comecei a me importar em ficar bonito para ele. O problema é que eu me esforçava pra caramba enquanto ele só existia. A existência dele é linda, sabe? E acho que ele não ligava muito para se eu estava feio ou não, pelo menos nunca demonstrou.

Mas uma vez ele elogiou o meu perfume. E aí eu me senti, né? Posso até estar com o coração em frangalhos, ser pobre e não ter meu amor correspondido, mas estou sempre cheiroso. Fodido sim, fedido nunca.

Só que o mais clichê de tudo isso eram as borboletas no estômago.

O conceito disso é até fofo, se a gente parar para analisar. Só que eu, profunda e verdadeiramente odeio passar por essa sensação, porque de verdade, eu deveria ter umas cinco famílias de borboletas batendo as asas dentro da minha barriga.

Mas continuando: eu não sei exatamente quando, onde ou como eu me apaixonei pelo Kageyama. Acredito que tenha sido ao longo de todos os anos que a gente se conhece. E olha que nos conhecemos desde... sempre.

Sempre mesmo. Ok, sou uns meses mais velho, mas é pouca coisa. O Tobio nasceu e eu não tinha nem aberto os olhos direito, ainda. Então, é, sempre.

Moramos um ao lado do outro desde pequenos e frequentamos ambas as residências porque nossas mães são amigas de longa data, então por que não fazer com que... Como elas falam mesmo?

Ah, com que os bebezinhos delas fossem melhores amigos, não é?

E me desculpa, mãe.

A ideia de vocês duas era boa, mas eu estraguei tudo e agora eu estou apaixonado pela droga do meu melhor amigo. Valeu mesmo, dona Hinata e tia Kageyama. Valeu mesmo.

Here the Whole TimeOnde histórias criam vida. Descubra agora