Meu jardim

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Bang Chan, ou Christopher Bang, era um dos funcionários mais dedicados da W — empresa que trabalhávamos

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Bang Chan, ou Christopher Bang, era um dos funcionários mais dedicados da W — empresa que trabalhávamos. Bang era alguém sorridente quando se via pelos corredores, sempre cercado de pessoas. A borboleta social. Contudo — como da água para o vinho —, Chris se afastou de todos ao seu redor e passou a ficar vidrado em seu trabalho. Muitos no trabalho passaram a lhe achar estranho, dizem até que deixou o cargo subir para a cabeça e ficou obcecado pelo dinheiro.

Mas o olhando agora, vejo que todos estão errados. Na minha frente há um homem quebrado e sem brilho nos olhos, o sorriso que muitos diziam ser bonito era amargo.

Sim, sei bem qual é esse sentimento.

— … Os remédios ajudam nas dores, mas te deixam dependente. Os médicos dizem que a flor está estabilizada, mas a sensação é de que está cada vez maior. Ontem reparei que a marca está mais apagada também. Eu… Eu o vi na segunda… ele parece bem, e isso me deixa mais tranquilo — amargo e saudoso, era assim que saia sua confissão. 

— Obrigado por compartilhar conosco, Chan, é muito corajoso de sua parte — sorriu companheira. — Alguém mais gostaria de compartilhar? Fiquem à vontade…

Não escuto o que Momo diz, somente reparo nas feições cansadas de Chan. Como ninguém reparou que ele estava tão mal? Quatro meses. Há quatro meses que Chan está fazendo o tratamento. Me pergunto se ele pensa igual a mim ou se dói nele como dói em mim.

— Oi, meu nome é Lee Minho, e hoje faz um mês que descobri sobre a Hanahaki — as palavras saem sem que eu tenha domínio. Não sei o porquê, mas não desvio meu olhar de Chan, é como se eu quisesse que ele soubesse que estou no mesmo barco, mesmo sabendo que todos aqui estão. — A primeira vez que senti a dor no peito foi a um mês, depois de uma briga com meu… Soulmate. Na segunda vez, veio a primeira pétala, no dia do casamento dele, ao qual eu era um dos padrinhos e melhor amigo... Nem sei se ainda carrego esse título, visto que em sua cabeça eu simplesmente saí da festa porque minha mente alienada não consegue o ver feliz com alguém que não é sua alma gêmea.

Bang Chan não desvia sua atenção de mim por um segundo sequer, sei que ele me reconheceu — assim como eu o reconheci. Também acho que ele sabe de quem estou falando. O casamento de Jisung foi/é bastante comentado pelos corredores por ter sido uma festa e tanto, sem contar que sempre que possível estávamos juntos dentro ou fora da empresa.

Momo fala alguma coisa — que sinceramente não prestei atenção — e logo outro está compartilhando sua história. A campainha do relógio avisa que o fim de mais uma aula chegou. Pelos suspiros soltos ao vento, acho que muitos se sentem aliviados. Em fila, todos começam a sair. Não fico para conversar com Momo como vejo o tal Beomgyu fazer, nem mesmo vejo Bang quando olho ao redor outra vez.

Ao Som Do Último Bater - Minsung (soulmate)Onde histórias criam vida. Descubra agora