Capitulo 17

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-Sentirias te sortuda?

-Porquê?- Os seus olhos transmitiam paz interior.

-Por me teres?

*******

Já estamos no carro do Liam de volta a casa á cerca de vinte minutos, a tensão é mais que óbvia. Todo o meu embaraço e singeleza levaram a melhor, não consegui emitir uma qualquer resposta, porém eu sei que ele "sentiu" o que tenho na cabeça.

O tempo também mudou drasticamente e para evitar uma potencial constipação decidimos regressar á cidade. O lindo dia que se havia posto era agora trocado por um céu pintado com diferentes tons de cinza e por vento que teimava em assobiar para todo o mundo só para demonstrar que estava ali para ficar. Inglaterra não é, sem dúvida, um país com um clima muito definido... E eu que o diga!

-Estás muito calada. Quero que saibas que eu não levei a mal o que disseste.- Ele finalmente diz sem nunca tirar a vista da estrada.

-Eu não...-cortei a minha frase.

-Eu gostei do que disseste.- Admite mais para os seus botões do que para mim.

O meu olhar eleva-se na sua direção e pondero em todas as vantagens e desvantagens do que disse e do que possa dizer daqui em diante. Afinal, a vida é demasiado curta, certo? De que me vale não tentar ser eu mesma?

-Nunca ninguém me tinha dito algo assim, sem ser familiares, claro.

-Eu aposto tudo contigo que não sou a única a pensar assim.- Ele esboça um grande sorriso através do retrovisor.

-Disso já tenho as minhas grandes dúvidas. Eu sou um completo idiota e tenho um talento inato para magoar toda a gente á minha volta, e faço isso tudo por nada. Não consigo evitar mas eu habituei-me a vestir um papel de alguém severo, algo como sem emoções sem dor.

-Tu foste magoado no passado, isso é normal. Não te culpes por não deixares transparecer a meio mundo como realmente és. Algures ai dentro tu deixaste-me entrar, pode ter demorado algum tempo mas eu sinto que foste baixando algumas barreiras para mim.- Mexo freneticamente os meus dedos sobre as minhas pernas.- Eu agradeço-te por partilhares um pouco de ti comigo.

-Eu agradeço-te por teres conseguido entrar na minha vida.- Ele mostra os seus dentes alinhados.

-E eu agradeço-te por me pores a sorrir.

-Alguém como tu não deve chorar por quem não lhe dá valor. É uma mer... porcaria estar-se magoado.- Ele rapidamente corrige e eu sorrio.

-Mudando de assunto...-Agarro no telemóvel e coloco-o com som novamente. Verifico as chamadas e tenho cinco chamadas do Niall e duas dos meus pais. Vejo também uma mensagem da minha mãe a avisar que vai ter um jantar romântico com o meu pai e por isso não vêm jantar nem dormir a casa, estou feliz por eles terem, finalmente, um tempo e dinheiro extra para eles. Rapidamente digito: "Tenham um bom jantar e aproveitem bem a noite."; e ocorre-me algo. -Queres jantar em minha casa?

-Achas que os teus pais vão deixar?- pergunta de pé atrás.

-Eles vão passar a noite fora, ou seja só voltam amanhã, o que significa que podes ir lá á vontade.

-E não vão ficar chateados quando souberem?- insistiu relutante.

-Não é preciso preocupares-te com isso. Além disso o Niall pode não estar em casa e eu não quero ficar sozinha. -Faço beicinho.- Por favor.

-Está bem.

*******

O caminho foi maioritariamente passado com conversas simples e concisas até eu conseguir avistar a minha casa a uns vinte metros e o Liam estaciona o carro perto desta. Ele guarda as chaves do carro e tira o cinto de segurança tal como eu, saindo do carro.

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⏰ Última atualização: Jul 20, 2016 ⏰

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