Capitulo 8

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“Eu era incapaz de te julgar!”- foi a última coisa que eu consegui ouvir antes de ser vencida pelo cansaço.

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Acordei na minha cama. Hoje é sexta-feira logo não temos aulas graças ao feriado. Espreguicei-me, ou tentei, e abri os meus olhos. Havia um motivo para eu acordar feliz!

“HOJE NÃO HÁ AULAS! YUPI!”

Virei-me na cama e apercebi-me que o Liam se encontrava a dormir tranquilo em cima da minha almofada, que ele “herdou” desde que isto das algemas aconteceu. Não sei o que a ‘stora tenciona fazer… Ela deixou-nos algemados para o fim de semana e tenho a certeza que isso foi de propósito.

 Aconcheguei-me um pouco mais e reparei que o Liam estava apenas de boxers, e não tardou muito até me aperceber que eu também estava apenas em roupa interior. Não pode! Fiquei como tomate. Felizmente ele ainda está a dormir. Depois de ontem acho que não devia ter dito nem metade do que disse ao Liam… Eu não sabia mesmo que ele já tivera sofrido de bulling… Eu deixei-me levar pelo o momento e desabafei tudo com ele. Não sei se fiz bem ou mal, mas eu não quero mesmo saber. Ele foi um fofo por não me julgar! Agradeço-lhe por isso!

Não sei se já tinha dito, mas é mesmo verdade que eu me cortava. Todos os dias depois do inferno a que chamavam de ‘escola’ eu ia para a casa de banho e pegava na minha ‘melhor confidente’ e fazia aquilo que vocês já sabem… Aquela dor física fazia-me esquecer toda a minha dor emocional. Era como se por momentos nada mais existisse senão a minha dor… Limpava o sangue que escorria e descia como se nada se passasse. Todos os dias fazia o mesmo até que um dia a irmã mais nova da minha melhor amiga (que tinha para ai uns cinco anos (a minha pequena princesa)) ficou uma tarde comigo e enquanto eu fazia de ama e ela olhou para os meus pulsos e de repente deu-me um raspanete que eu nem pensei que fosse possível vindo de uma criança tão nova. Era caso para dizer que ela é uma boa menina com os pés bem assentes na terra. Desde dia ela certificou-se que eu não voltava a repetir tal ato de cobardia, e cada vez que eu cometia um deslise tinha lá a minha pequena princesa para me consolar e dizer que tudo ia ficar bem e que eu era linda tal como sou, coisa que eu ainda hoje não acredito.

Eu e ela tínhamos a típica relação de irmãs que a minha melhor amiga tinha alguns ciúmes, mas ela não sabia o motivo, porque senão talvez percebesse. A minha despedida da pequena Ritinha foi a coisa mais triste da minha vida. Se eu pudesse tinha-a posto na mala de viajem e ela tinha ficado comigo ao invés de ir para o Porto.

-Porque choras?- disse o Liam com a sua voz extremamente rouca. Nossa… Um arrepio passa pelo o meu corpo todo.

-Eu não estou a chorar. -disse e levei as minha mão á cara. Eu estava mesmo a chorar.- Nem tinha reparado… Já estás acordado á muito tempo?

-Pois, eu reparei. Não sei se sabes mas é uma aflição ver-te nesse estado. Seja o que for o motivo das tuas lágrimas sabes que podes contar-me, certo?

-Sim,- disse apesar de não saber se podia ou não fazê-lo.- eu estava a chorar de saudades, mais nada.

-Saudades?

-Sim. Saudades da minha pequena princesa. Ela era a minha base. Ela ajudou-me imenso, e sem ela eu hoje já podia estar num hospital ou numa clinica de reabilitação…-disse baixando a cara.

-Não sei quem ela é, mas já lhe estou eternamente grato!- ele agarrou no meu queixo e fez-me olhar para os seu olhos castanhos, lindos.- Como ela é? É gira?- ele tentou animar-me. E então eu decidi alinhar na brincadeira.

My last chance that became a sweet dream...Onde histórias criam vida. Descubra agora