シ✏ Prólogo

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- .... Cada aluno que entra por esses portões, sai transformado. - Um homem sorridente falava olhando em direção a câmera - E eu lhe garanto que nossa escola não é a mais qualificada por simples questões de notas e prêmios, mas sim, por que também nos preocupamos com o tipo de cidadão que nossos alunos irão se tornar.

- Pois o nosso lema é a procura pela perfeição - Cellbit falou junto com o homem do vídeo, - E não existe ser perfeito se não considerar o que pode fazer para aperfeiçoar o outro.

- Já é, tipo, a décima quinta vez que você vê esse vídeo só hoje. - Uma garota, muito parecida com ele, apareceu na sala segurando um pano de prato.

- Eu só tô me preparando. - Ele falou em tom de indiferença, sem tirar a sua atenção da tela.

- Você já até decorou as falas! - E o pano de prato que sua irmã, Bagi , estava segurando vôo para sua cara.

Era sempre assim, os gêmeos sempre brigavam por qualquer coisinha, mas eram brigas de implicância, nada muito sério. A única vez que brigaram de verdade, de não se falarem por dias, por mais que dormissem no mesmo quarto, foi quando Zeno chegou, cada um queria cuidar do gato do próprio jeito, sempre achando que o outro estava errado.

Mas isso não durou muito, a primeira vez que o felino fugiu de casa os dois saíram que nem malucos pelas ruas procurando por ele, ficaram horas e horas só os dois andando pra cima e pra baixo, procurando o gato em cada beco, o que meio que os forçou a conversarem sobre como deveriam tratar o gato dali em diante.

A conversa começou aos gritos e berros, mas, aos poucos, os gêmeos chegaram em um consenso. E no final, encontraram Zeno na bancada da cozinha assim que voltaram para casa. Até hoje Bagi fica pensando se o gato não fez isso de propósito, apenas para que pedissem desculpa um para o outro.

Mas, desde que fizeram a prova de admissão para entrar no Instituto de Conhecimento e Pesquisa Éden essas briguinhas aumentaram. Nenhum dos dois afirmaria, mas não saber se foram aceitos ou não deixava-os muito ansiosos.

- Cellbit! Bagriela! Parem de fazer birra e venham comer! - A mãe gritou lá da cozinha, trazendo um prato de farofa.



O silêncio na mesa era ensurdecedor.

- Ainda nada?

- Não - Os gêmeos responderam em coro.

Lara suspirou, a ansiedade pela resposta do colégio estava deixando todos naquela casa de mau-humor. Ela era uma mulher forte, criou os dois filhos sozinha, os deu a melhor educação que pode, ensinou boas maneiras, apoiou quando eles precisavam e deu seu melhor como mãe, portanto, pensar que seus preciosos filhos teriam, ou não, a chance de estudar em um colégio de elite em outro país a deixava totalmente desconstruída.

- Bom, ainda temos tempo. - A mãe se levantou da mesa, recolhendo os pratos sujos

- Não acho. - Bagi estava visivelmente abalada. - Se nós não fôssemos aceitos, eles já teriam avisado por e-mail, mas, se tivéssemos sido aceitos , a carta já teria chegado.

- De qualquer forma, ainda temos que esperar, já tentei contatar a escola mas não tive nenhuma resposta. Bagi, querida, me ajuda com a louça?

- Só se o Cellbit tirar o lixo hoje. - A garota fala em tom de afronta, olhando pro irmão, que só revira os olhos em resposta.

- Tá, minha mão não vai cair se eu fizer isso. - E ele se levanta, para levar o lixo pra rua.

A família morava em uma casa que não ficava em um condomínio, então, toda quarta, sexta e domingo tinham que pôr o lixo na frente da casa para que o lixeiro pegasse.

Não tinha nada demais nisso, Cellbit já tinha feito mais de um milhão de vezes. Saiu de casa com o saco de lixo e o jogou na cesta de metal da rua, como sempre. Mas, assim que virou para entrar em casa, algo chamou sua atenção.

O vizinho também já tinha tirado o lixo de casa, e do lado do saco preto tinha uma carta. Normalmente, Cellbit não ligaria, correspondências chegavam a toda hora na casa ao lado, era normal vê-los jogando envelopes brancos fora, mas essa carta nem sequer tinha sido aberta, e, em cima do fecho do envelope tinha o símbolo do Instituto Éden.

O garoto pegou a carta. "Não sabia que o filho do vizinho também tinha feito prova para entrar no Éden". Aquilo era estranho, se a carta não tinha chegado para ele, por que tinha chegado para o vizinho? Olhando de perto dava para ver que o selo era legítimo, realmente era uma carta do Instituto, e o envelope era lindo.

Feito de um papel rígido, branco como mármore, mas as bordas eram adornadas com folhas pintadas com uma tinta dourada, o selo também era dourado, mas o símbolo do colégio, um prédio feito de pilastras, estava em branco.

Cellbit virou o envelope, para ver como era atrás, e viu o endereço do destinatário, que para sua surpresa, não era da casa do vizinho, e sim da sua casa. De primeira ficou confuso, releu o endereço mais uma vez, só para ter certeza de que leu certo, e sim, ele tinha lido certo.

Ele abriu o envelope, sem sequer pensar o por que de ter achado-o no lixo, e dentro dele havia quatro folhas. Ele pegou a primeira que caiu em suas mãos e abriu para ler, mas era só uma lista de materiais, ele pegou uma segunda folha, uma grossa que parecia ter sido dobrada meticulosamente, e leu as seguintes palavras:

" Prezado Cellbit Lange,

Temos o prazer de informar que vossa senhoria foi aceito para entrar no Instituto de Conhecimento e Pesquisa Éden. "

Bastou ler essas palavras para que o garoto entrasse como um furacão em casa, assustando a mãe e a irmã.

- Fomos aceitos! Vamos estudar no Éden!

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