Nós, gatos, já nascemos pobres
Porém, já nascemos livres

Senhor, senhora senhorio
Felino, não reconhecerás

. . . . .

Em uma aldeia não tão distante do castelo vivia um jovem que chamava atenção por onde passava,

Seus cabelos castanhos bem cortados
agora já cresciam desenfreadamente,lambendo a parte da nuca branca do adolescente em sua melhor fase

Seu rosto era de dar inveja a qualquer donzela de sua aldeia,fazendo valer o seu nome

Seu nariz era bem arrebitado,suas bochechas eram gordinhas e seus olhos apresentavam longos cílios e olhos sonhadores de cor mel

Seu corpo era rechonchudo e exibia belas linhas que olhadas de longe podiam ser confundidas com uma moça,se não fosse pelas roupas masculinas desbotadas e amassadas do dia a dia

O seu dia começava com o canto do galo as cinco horas,as seis ele pulava da cama tomando cuidado para não acordar o seu pai

Ele descia para a cozinha,vasculhando as sacolas de pão pendurados na geladeira e saindo para o terreiro da casa.

As galinhas já passeavam e se amontoaram esperando por comida quando viram o rapaz saindo para o lado de fora,felizmente não demorou muito para que ele alimentasse os animais do quintal

Começou primeiro dando milho para as galinhas, depois dando ração para o cavalo. Acariciando a cabeça do garanhão preto de patas e nariz brancos.


- Bom dia garoto!- Ele chamou dando tapinhas no pescoço do cavalo que procurou suas mãos -

- Fique pronto okay?,papai vai sair com você até a cidade grande,não dê muito trabalho a ele.

Ele terminou por fim como se o animal o tivesse entendido,o deixando comer em paz para pegar o pouquinho de dinheiro que tinha conseguido com os trabalhos nas plantações para fazer as compras da semana.

O moreno caminhava pela aldeia com a cesta em suas mãos,pensando se havia chegado algum livro novo na biblioteca,gostava especialmente dos de romance entre princesas e príncipes ou príncipes e plebeias,as vezes se pegava imaginando ser um príncipe de um reino rico apaixonado por uma bela moça loira ou vice versa.

O que não era nem um pouco real já que era tão pobre quanto o gato de rua laranja de aristogatos,e muito menos era hétero,dês de pequeno sempre foi excluído do grupo de meninos repletos de hormônios e taxado de mulherzinha por sua aparência e seus gostos,mas sempre tentou ignorar até constatar frustrante que nem tudo o que os meninos diziam era mentira.

Entretanto ainda não estava preparado para se assumir para as pessoas e muito menos para o seu pai,sofrer a repreensão de uma sociedade terrivelmente tradicional ainda era um pesadelo para ele.

Com todas as dificuldades o jovem estava instável em saber que o pai iria arranjar uma moça gentil o suficiente para não perguntar nada sobre isso e que não tivesse a líbido forte ou que tivesse feito alguma promessa aos santos,mantendo o relacionamento somente de amizade e aparências,ao menos era assim que ele imaginava que seria

Foi tirado dos devaneios do futuro incerto quando sentiu o seu ombro se bater com braços fortes e ouvir um xingamento com uma voz bastante conhecida

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