Ano 1300 a.c

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    O céu exibia tons de branco é azul suave, adornado por nuvens dispersas que interrompiam a calmaria, enquanto raios de sol pintavam o horizonte. Os suaves raios de sol desceram sobre um encantador e tranquilo campo de lavanda. A única perturbação era uma brisa suave que acariciava as flores de lavanda, desafiando sua resistência para permanecerem firmes nos caules. Contudo, as hastes delicadas tornaram muitas dessas batalhas sem resultado, e várias das pétalas flutuaram indefesas no ar, levadas pela brisa que as varria.

   Dois garotos, ambos com menos de treze anos, quebraram a quietude do campo ao correrem entre as flores, suas risadas ecoando por toda aquela imensidão. O caçula dos dois soltava gargalhadas com pitadas de travessura enquanto o mais velho o perseguia, chamando-o pelo nome "Tay, Tay, Tay" com uma expressão de pura alegria e preocupação.

- Tay, você não vai escapar tão fácil! Grita Sarawat enquanto Tay desviava ágil por entre as flores.

- Você nunca vai conseguir me pegar, Sarawat! Rebate o jovem, correndo em zigue-zague.

- Oh, é assim? Então se prepare! Disse Sarawat correndo mais rápido para finalmente alcança-lo e o abraçar bem forte. -Peguei você,coelhinho travesso.

   O mais novo olhou para cima, com um biquinho proeminente no rosto, enquanto saía dos braços do outro. Tay não gostava muito quando as pessoas o chamavam de coelhinho, pois parecia que estavam zombando de seus dentes. No entanto, Sarawat nunca faria isso, ele só chamava o outro assim, pois achava o apelido fofo.

- Não é justo, Watty! Você sempre vence! Algum dia vou crescer e ser tão grande e rápido quanto você, e então vencerei também! Declarou com determinação.

   Sarawat riu da fofura de Tay, incapaz de conter a vontade de beliscar suas bochechas adoráveis. É humanamente possível ser tão adorável?

- Para isso acontecer, Tay, eu teria que tentar fugir de você, e eu nunca tentei. Além disso, você sabe que os mais velhos ficarão bravos se te virem correndo pelos campos onde plantaram as flores para oferecermos aos deuses.

- Os deuses também gostam de diversão, Watty! E eu sempre vou ganhar quando crescer! Rebateu Tay.

- Quem sabe, pequeno Tay. Quem sabe. Disse Sarawat, sorrindo, enquanto acenava com a cabeça.

- Certo, então podemos continuar?

- É melhor brincarmos em outro lugar, de preferência bem longe dos campos de oferenda, para não termos problemas. O que acha?

- Ok, Watty. Podemos correr na caverna? Não tem campo lá, e dá para brincar com as sombras dos cristais, certo?

- Boa ideia. Posso aproveitar para tocar uma nova melodia para você, o que acha?

  Tay deu um suspiro de alegria, e seu rosto se abriu em um enorme sorriso quando ele agarrou o braço do menino mais velho com firmeza.

- Você pode, por favor? Você sempre toca as melhores músicas! Exclamou enquanto puxava o braço de Sarawat com entusiasmo em direção à caverna.

- Eu aprendo com os anciões e depois mostro para você. Isso não é nada demais. Mas ontem eu escrevi uma e queria lhe mostrar. Ela me faz pensar em nós.

- Sério? Já faz algum tempo que você não escreve suas próprias músicas.

- Não tenho tido muito tempo ultimamente. Meu pai insiste que eu aprenda rapidamente os deveres de um líder. - Sarawat fala, fazendo aspas com a mão livre.

- Você será um ótimo líder algum dia, mas vamos mudar de assunto antes que seu mau humor apareça.

  O assunto sobre ser o novo líder da aldeia sempre foi um tópico sensível para Sarawat. Ser líder em si não era o problema, mas sim toda responsabilidade que isso trazia. Além disso, ele nem sabia se era isso que queria para sua vida. Entretanto, ele teria que fazer, afinal, a vida nem sempre nos proporciona o que desejamos.

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⏰ Última atualização: May 22 ⏰

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