Capítulo 9

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Atenção: este capítulo contém o shipp Todoroki e Deku, se não gosta, pule para o próximo.

Izuku Midoriya.

Droga, já é de noite! Não consegui encontrar o Shinsou-kun em lugar nenhum, mesmo quando fui ao alojamento do Departamento Geral. Seus companheiros de turma disseram que ele não apareceu nas últimas aulas, mas não pareciam verdadeiramente preocupados, foram até um pouco frios ao me falarem que ele geralmente faltava as classes. Senti um ar pesado enquanto conversava com eles, como se não quisessem falar dele.

Agora, derrotado, eu volto para o meu alojamento, a Lua já está alta no céu noturno e a brisa refrescante bagunça meus cabelos. Foi um longo dia e cheio de reviravoltas, só de pensar nos acontecimentos daquela tarde eu já sinto arrepios. Lembrar da face repleta de luxúria do Shinsou-kun, seu hálito quente contra a pele do meu membro, os movimentos de sua garganta sugando-me com cada vez mais fome... Ah, merda, estou ficando excitado de novo!

Paro de andar e tento regular minha respiração. Pense em coisas tristes, não na imagem do Shinsou-kun vestindo aquele maiô revelador, não pense em seus mamilos duros e rosados, não pense em sua bunda bonita... Ah! Que droga!

— Midoriya?

Engulo meu coração antes que ele tenha a chance de sair pela boca e me viro perante a voz macia do Todoroki-kun, não sei por quanto tempo ele esteve ali parado, mas parece totalmente focado em mim, seus olhos bicolores cravados na minha imagem. Deus, será que ele notou que estou excitado? Por favor, que não tenha notado! Ah, mas, vendo-o agora, a lembrança de como ele ficou sexy com aquele maiô encavado nas axilas surge descaradamente só para piorar o meu estado mental!

— O-o-o que foi, Todoroki-kun? — tusso algumas vezes para disfarçar minha voz e posiciono minha mochila na altura da cintura, mas tenho certeza de que meu rosto está vermelho como um pimentão.

— Você está bem? Parece meio febril. — Ele se aproxima de mim de repente, se aproxima muito, e coloca a palma da mão contra a minha testa.

Estou ferrado!

Nesse momento, eu tenho uma síncope nervosa e quase grito um palavrão, porém me controlo e tento ficar imóvel enquanto o Todoroki-kun verifica a minha temperatura, seus olhos se fechando por um momento. Então me vejo naquele cenário estranho, com ele perigosamente próximo de mim, tão próximo que posso sentir sua respiração calma contra a pele do meu rosto, enviando ondulações de calor por todo o meu corpo. Sinto o cheiro calmante de matcha sair junto com seu hálito e posso ver claramente os detalhes da cicatriz em seu rosto de pedra.

— Você está quente — ele diz, por fim, afastando-se e me dando espaço para respirar — Quer que eu te acompanhe até a enfermaria?

— Nã-não, eu estou bem, sério! — Em seguida, viro-me roboticamente para continuar a andar e forço um sorriso abestalhado na cara. — Va-vamos para o dormitório!

— Espera, Midoriya.

Todoroki-kun agarra meu pulso e eu me detenho, virando-me para encará-lo, ele está completamente sério, seu olhar me enquadra como no dia em que me contou sobre sua trágica situação familiar. Não sei o que pretende, mas não me vejo no direito de quebrar o silêncio confortável que se instaura entre nós. Por alguma razão, Todoroki-kun sempre me causou um sentimento de conforto, uma calma para quando eu estava estressado. Talvez fosse seu jeito sério de ser, sem sorrisos exagerados ou emoções enaltecidas, apenas a sobriedade de uma alma inocente que foi severamente machucada no passado.

— O que foi, Todoroki-kun? — pergunto, por fim, quebrando o gelo, e, por um momento, esqueço-me da minha ereção emergente e abaixo a bolsa.

Grave erro, pois o Todoroki-kun, apesar de parecer sonso, não é tão idiota quanto se pode crer.

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