Capítulo 8

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Atenção: este capítulo contém o shipp Shinsou e Ojirou, se não gosta, pule para o próximo.

Mashirao Ojirou.

Quando acordo, já é final da tarde, os raios do entardecer atravessam minha persiana. Meus pensamentos estão bagunçados e sinto meu corpo pesado; demoro consideravelmente para compreender que estou no meu quarto e que não estou sozinho.

Tomo um puta de um susto quando constato a presença de Shinsou tão próximo de mim, eu estava com a cara enfiada contra sua nuca, seus cabelos fazendo cocegas no meu nariz, eles cheiram a pinho e estão levemente húmidos provavelmente por conta da guerra de água de mais cedo. Meus braços estão ao redor de seu peito que sobe e desce num ritmo calmo, ouço alguns suspiros delicados surgirem de seus lábios enquanto o vejo franzir o cenho no que parece um sonho confortável.

Só então, depois de apreciar a cara adormecida desse bastardo por alguns minutos, eu me lembro do que fizemos juntos e coro violentamente.

Caralho, nós transamos que nem dois animais e depois eu o trouxe para o meu quarto! Não bastando isso, ele ainda chorou na minha frente e acabamos dormindo embalados num abraço apaixonado; que puta cena estranha! Mal posso crer que alguém tão orgulhoso como o Shinsou choraria perante mim; ele parecia tão frágil enquanto chorava, usando as mãos para secar as lágrimas, seus soluços retumbavam em seu peito. Até que foi um pouco lindo de se ver, admito, não esperava testemunhar um lado tão frágil seu.

— Hum... — De repente, Shinsou se remexe e se vira sonolentamente para a minha direção, seus olhos piscando demoradamente. — Garoto macaco?

— É Ojirou! — Lembrei porque detesto ele.

— Que seja. — Com um longo bocejo, ele se espreguiça na cama. — Que horas são?

— Provavelmente mais de seis da tarde.

— Nah, eu dormi bem. — Em seguida, Shinsou se levanta e se senta na cama, encaro seu pescoço se avermelhar enquanto diz: — Obrigado.

Ah, eu não podia perder essa oportunidade.

— Obrigado pelo quê?

— Por cuidar de mim, idiota...!

— Ah, isso? Bem, não é todo dia que se pode transar tanto com um estranho. — Ergo-me e sorrateiramente abraço seu peito pelas costas, beijando sua nuca. — Se eu soubesse que você era tão apertado, teria te fodido mais cedo, Shinsou.

— He, até que você deu pro gasto. — Babaca convencido, posso ver a sombra de um sorriso malicioso se formar em seu rosto. — Posso usar seu banheiro? Preciso tomar um banho antes de voltar.

— Está bem.

Dito isso, largo-o e saio da cama, sendo seguido por ele. Indico-lhe onde fica o banheiro do quarto e o observo entrar, logo ouvindo o barulho do chuveiro sendo ligado. Sento-me na cadeira da minha escrivaninha e suspiro; hoje foi um dia longo e cheio de reviravoltas. Não acredito que acabei trazendo esse bastardo pro meu quarto, mas, bem, não pude fazer nada; o jeito que ele parecia destruído me fez ficar com culpa.

Ah, mas o sexo foi bom demais! Apesar de que eu pelo visto fui controlado pela lavagem cerebral dele de novo, não poderia estar mais satisfeito; eu gozei tanto que fiquei exausto. Porém, pensando mais profundamente no que houve, o que de fato aconteceu? Eu não lembro de ter respondido o Shinsou para ter caído em sua lavagem cerebral, e estava consciente quase o tempo todo. Talvez aquilo foi uma variação da sua individualidade que se ativou no auge do momento, só sei que foi surpreendente.

— Ojirou.

A voz do Shinsou cresce no ambiente, trazendo-me de volta a realidade, encaro a porta do banheiro e o vejo aparecer pela fresta entreaberta, ele está com o rosto levemente rosado e um sorriso envergonhado.

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