Harry

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Harry lançou um último olhar demorado ao redor de seu apartamento. A cama dele estava arrumada, a cozinha limpa, as roupas sujas todas lavadas e embaladas ou guardadas... Tirando os dois pôsteres nas paredes, quase parecia que Harry nunca tinha existido naquele espaço.

"Você pode pintar quando chegar em casa", disse Tony quando Harry fechou a porta atrás de si e trancou-a com a chave. "Ou posso mandar pintá-lo enquanto você estiver lá, o que funcionar."

Harry ergueu sua mochila mais alto em seu ombro apenas para Bucky gentilmente tirá-la de suas mãos e colocá-la sobre seu ombro.

"Branco está bom", disse Harry, sentindo-se completamente oprimido. Ele também se sentiu um pouco apavorado, como se estivesse cometendo o pior erro de sua vida, mas achou que isso era normal.

Tony manteve o que parecia ser uma conversa forçada enquanto caminhavam pelo complexo em direção à entrada principal. Harry cantarolava e balançava a cabeça de vez em quando, fingindo ouvir, enquanto se pressionava o mais próximo possível de Bucky até que Bucky entendeu a dica e passou o braço em volta da cintura de Harry com força.

Bucky jurou que achava que Harry fez a escolha certa ao ir para o Clear Mind's, mas Harry não estava tão convencido. Ele passou a noite inteira se revirando enquanto imaginava os piores cenários possíveis.

O pior cenário possível seria ficar preso lá por uma eternidade em constante cinza e vermelho, para nunca mais ser livre. Ele seria um prisioneiro, como Sirius tinha sido, cercado por seus próprios pensamentos em vez de dementadores.

Harry não tinha certeza de quão provável isso era, e foi essa incerteza que o fez sentir que poderia estar doente.

Pouco antes de saírem para onde Tony tinha um carro esperando, Cassie veio correndo pelo corredor agitando os braços dramaticamente enquanto gritava.

"ESPERE! HARRY! ESPEEERE!"

Cassie estava respirando pesadamente quando os alcançou e sorriu para Harry enquanto enxugava a testa com a manga felpuda do pijama de dinossauro.

"Papai disse que você vai sair por um tempo?" Cassie perguntou. Ela esticou o lábio inferior quando Harry assentiu. "Porque você está doente?"

"Sim", disse Harry, grato por Scott não ter contado a Cassie que Harry era um viciado.

"Posso te dar um abraço?" Cassie perguntou, com o lábio tremendo. Ela ergueu um pedaço de papel dobrado. "Eu fiz um cartão para você."

Harry assentiu e foi prontamente atacado nas pernas por Cassie em um abraço apertado.

"Quando você voltar ainda podemos conversar sobre unicórnios e dragões?" Cassie perguntou, olhando para Harry entre lágrimas. "Estou lendo esse livro e quero falar sobre todos eles."

"Sim, tudo bem," Harry concordou, perplexo e um pouco emocionado com o quanto Cassie parecia gostar dele. Ele pegou o cartão quando Cassie o ergueu novamente. "Obrigado, Cassie. Eu... er... vejo você quando voltar.

Cassie levantou um minúsculo dedo mindinho enquanto uma lágrima gorda escorria por baixo de um de seus olhos. "Mindinho juro?"

Harry torceu o dedo mindinho no dela. "Mindinho, juro", disse ele.

Eu juro solenemente...

Harry foi no banco do passageiro no caminho em direção à reabilitação, optando por permanecer em silêncio enquanto olhava para o cartão feito à mão por Cassie.

Foi fofo, realmente.

Parecia que ela havia desenhado Harry (ou um cara de cabelo preto e olhos verdes, pelo menos) em um unicórnio enquanto uma garotinha com tranças marrons montava em um dinossauro. Em letras vermelhas trêmulas estava escrito 'sinta-se melhor, Harry' com um 'De Cassie' rosa na parte inferior, ao lado de um coração.

Ghosts & Roses • Harry Potter and Bucky Barnes Fanfiction Onde histórias criam vida. Descubra agora