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Quando os caras zoaram o aluno novo, eu tbm ri e o provoquei junto com eles, mas quando ele tirou a roupa do meu lado, eu corei, além de ter ficado mais segundos do que eu devia encarando o monumento dele, e quando olhei para o rosto dele antes dele passar desfilando para o chuveiro eu vi a diversão nos olhos dele quando ele olhou para o meu pau que só então eu percebi que estava duro. E para completar, quando o sinal tocou e eu estava pronto para sair da sala no final da aula, o aluno novo que era de uma classe mais velha entrou na minha sala, foi até onde eu estava e sussurrou no meu ouvido.

- Conseguiu resolver aquele seu probleminha de mais cedo facilmente ou levou algum tempo pensando em mim?

Eu congelei na hora que ouvi ele, até aquele dia eu só tinha escutado o quão errado era gostar de alguém do mesmo sexo. A família do meu pai e principalmente meu pai, eram muito homofônicos. E antes que eu reagisse ele pegou no meu queixo virando meu rosto para o dele, me roubou um selinho e sussurrou de novo.

- Vc só precisava ter me pedido que eu teria te ajudado rapidinho Loirinho, ou talvez não tão rápido assim...

Eu só consegui empurra-lo enquanto o olhava assustado. Eu lembro bem de ver confusão nos olhos dele e um pouco de arrependimento ao que ele olhava para mim, mas antes que ele falasse de novo eu sai correndo de lá e nunca mais voltei naquela escola.

Meu bisavô gastou muito tempo para me convencer de que sentir aquilo era normal e que algumas pessoas eram preconceituosas por isso não aceitavam.

Mas mesmo assim, eu só fui contar a minha mãe que eu gostava de rapazes depois que descobrimos o útero e ela me perguntou se eu iria tirar, já que foi uma opção que o médico me deu.

E minha mãe como a rainha que era, quando eu contei a ela que não pretendia tirar o útero pq eu ainda não tinha tido interesse em nenhuma garota mais já tive em garotos, apesar de mesmo depois de quase dois anos ter sido só em um único, ela abriu seu lindo sorriso e falou pra mim olhando nos meus olhos.

- Espero viver o suficiente para pegar seu filho em meus braços.

Infelizmente ela faleceu no final do ano seguinte.

Eu já era emancipado, mas como eu ainda tinha dezessete, meu pai foi notificado sobre a morte da minha mãe.

Pelos advogados ele conseguiu um número para falar comigo, e a primeira coisa que eu ouvi dele foi ele reclamando de como ficaria caro para ele pagar a minha mudança junto a do meu bisavô "que não morria mais" de volta para Busan.

Eu deixei ele falar por longos minutos enquanto eu e meu bisavô riamos dele reclamando que já não tinha mais filhos do meu bisavô vivo, e até alguns dos netos dele já tinham falecido mais ele não morria, e que dessa vez ele ia direto para um abrigo.

Quando ele parou de falar, eu falei para o meu queridíssimo pai - Sentiram a ironia? - que como eu já era emancipado e eu já cuidava do meu bisavô com o dinheiro dele, ele não precisava se preocupar comigo.

Ele nem perguntou se eu tinha certeza, se eu precisava de alguma coisa, nem mesmo deixou um número caso eu precisasse ligar para ele, só desligou e não ligou mais.

Quando eu completei dezessete anos eu comecei a ter uns sonhos muito estranhos cheios de vozes e sombras, mas como minha mãe estava muito mal de saúde e eu passava quase o tempo todo com ela no hospital vendo todo tipo de coisas por lá, eu achei que eram só efeito de noites e mais noites mau dormidas.

Minha mãe faleceu um mês depois que eu completei os dezessete anos e só depois de quase um mês foi que consegui voltar a trabalhar e estudar, mas sem o apoio do vovô não sei se teria conseguido me levantar da cama tão cedo.

 Yin E Yang.Onde histórias criam vida. Descubra agora