Único.

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oneshot dedicada a ittsurhope! obrigada por sempre me salvar. Eu amo você.

~♡~

Eu estava morrendo.

Brincadeira, eu sou dramático. Muito dramático. Mas eu realmente sentia como se estivesse quase lá, sentia como se eu tivesse acabado de sair de uma luta, apesar de haver um único hematoma em meu corpo. Sentia como se meu corpo estivesse despedaçado, apesar de estar tudo juntinho. Sentia meus olhos arderem e eu querer chorar que nem uma criancinha por ter se machucado.

Eu havia me machucado, ou melhor, me machucaram.

Da maneira mais dolorosa e mortal: com palavras e gestos rudes. 

A questão é que eu sempre fui uma pessoa muito sensível, muito mesmo. Não no sentido de chorar por literalmente tudo — mesmo que eu sempre choro com tudo —, não, era do tipo de ações e palavras me machucarem de forma dolorosa e irreparável. Sinceramente? Isso é ridículo. Pelo menos, eu e meio mundo achamos. Exceto ele. 

Voltando ao motivo desse desabafo ridículo: Eu estava num almoço em família (esse termo é engraçado), na casa da minha vó (eu amo você, vó), sentados na mesa e conversando (era divertido, eu estava feliz) quando meu irmão mais velho chega e pergunta se tem coca “normal” (ele não tomava o zero açúcar) e falaram que não, e eu perguntei por que ele não tomava a zero açúcar já que tinha a porra do mesmo gosto. Ele se irritou e saiu da casa da minha vó e foi direto pra nossa casa.

Eu havia causado um estrago. 

Depois disso, nossa “família” ficou dividida. Meus pais e ele, minhas irmãs e eu. Eu destruí a porra da minha família. Foi minha culpa. Tudo foi minha culpa.

“Mas, Jisung, isso foi a quanto tempo?” Três anos ou menos. Eu e minhas irmãs não trocamos palavras com ele. Nada. Nem um oi. Nem um olhar. Foi um evento traumatizante, porque, depois desse surto dele, quando chegamos em casa, ele brigou com minha irmã mais velha. Falou coisas horríveis. Eu me senti horrivel.

Desde então, eu odeio brigas e discussões. Não me meto em nada, por que sei que posso estragar tudo. Eu sempre faço isso.

Isso foi o resumo. Voltando para o dia de hoje, eu não vou contar o que aconteceu porque soa repetitivo até pra mim. Eu só sei que sinto tanta raiva, porque ele é um filho da puta mimado aos trinta anos. Eu odeio ele, de verdade (desculpa, mãe).

Tudo por causa dele (mentira, a culpa é minha) minha mãe o tem como preferido e isso me quebra inteiramente. Acho que porque eu sei que não vou ser o filhi favorito da minha mãe, por um único motivo: eu sou gay.

Eu não posso (e nem consigo) me casar com alguém do sexo oposto, não posso dar esse orgulho pra minha mãe, também não posso dar o orgulho de ser o filho com notas perfeitas, nem o de ser o filho que cursa medicina, nem o de ser bom o suficiente.

Eu nunca vou ser suficiente.

Mas eu era suficiente para meus avós e meu tio, antes deles morrerem.

Com o acontecimento de hoje, eu tive uma quase crise. Eu queria ele aqui comigo. Eu preciso. Pensando nisso, liguei pra ele. 

“Oi, min” 

“Oi, gatinho. Você não tá bem, né?”

Filho da puta.

“Vai se fuder, como você sabe?”

“Digamos que eu te conheço. Já estou saindo de casa.”

“Oxi, mas eu nem disse pra vir.”

Ele me salvou. - minsung oneshot!Onde histórias criam vida. Descubra agora