Uma mansão abandonada?

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Elas saíram da casa, respirando o ar frio e úmido da floresta que cercava o vilarejo.

Raquel: Barbara, tem algo interessante para a gente ver nessa cidade? —  perguntou, com as mãos nos bolsos.

Barbara: Bem… — Barbara hesitou. — Não temos muitas atrações, mas há uma mansão abandonada. Ninguém vai lá há anos.

Os olhos de Lyvia brilharam de excitação.

Lyvia: Sério? Adoro mansões abandonadas! Vamos lá!

Raquel ponderou por um momento, mas acabou cedendo, sem muitas opções de diversão naquele lugar esquecido.

Raquel: Parece a única coisa interessante por aqui. Vamos nessa.

Barbara, no entanto, parecia desconfortável com a ideia.

Barbara: Certo… Mas saibam que não é um lugar agradável — murmurou, começando a caminhar à frente.

Lyvia, sempre curiosa, tentou aliviar a tensão.

Lyvia: Ei, essa mansão tem aquelas lendas urbanas típicas? Porque as pessoas não podem ver uma casa abandonada sem criar uma história de terror.

Barbara: Na verdade, sim — Barbara disse, a voz baixa, como se relutante em contar. — Dizem que muitos anos atrás, uma família de bruxos vivia nessa mansão. Eles eram conectados à natureza, preservando tudo ao seu redor. Mas, um dia, os homens chegaram e começaram a destruir as florestas para construir a vila. Os bruxos tentaram alertá-los, mostrar o futuro sombrio que os aguardava sem a natureza. Mas os homens, assustados com a magia, invadiram a mansão numa noite e mataram quase todos. Os poucos que escaparam foram caçados e mortos. Assim, a linhagem dos bruxos desapareceu.

Lyvia franziu a testa, surpresa.

Lyvia: Uau, achei que fosse algo tipo mula-sem-cabeça ou saci… Não esperava uma história dessas.

Raquel: É uma boa lenda — comentou Raquel, pensativa.

Barbara: As pessoas daqui não acreditam, mas meus pais adotivos sempre me contaram essa história.

Conforme continuavam, a paisagem ao redor começou a mudar. As árvores, antes vibrantes e verdes, agora estavam secas e retorcidas. O céu perdeu a cor, e o ar ficou denso, difícil de respirar. Era como se algo invisível pressionasse contra elas, deixando seus corpos tensos, alertas a um perigo iminente.

Quando a mansão finalmente apareceu diante delas, velha e desgastada, Lyvia hesitou.

Lyvia: Ok… minha coragem acabou de desaparecer.

Raquel bufou, irritada.
Raquel: Lyvia, já estamos aqui. Vamos entrar!

Lyvia: Não quero mais! Aquela história me assustou.

Barbara deu um leve sorriso, tentando encorajar a amiga.

Barbara: Venha, Lyvia. Já chegamos até aqui.

Lyvia suspirou profundamente e se jogou no chão.

Lyvia: Não, estou bem aqui. Ninguém me tira daqui!
Raquel trocou olhares com Barbara e levantou uma sobrancelha.

Raquel: Você pega as pernas, eu pego a cabeça?

Barbara: Combinado — Barbara respondeu, rindo.

Quando começaram a se aproximar, Lyvia levantou num pulo.

Lyvia: Tá bom, tá bom! Eu vou, eu vou!
Raquel sorriu.

Raquel: Assim é melhor.

Caminharam até a porta da mansão, que já estava entreaberta, rangendo levemente. Ao entrarem, encontraram o interior completamente destruído. Os móveis estavam em ruínas, o pó cobria tudo, e não havia muito para ver além do que o tempo já tinha devorado.

Raquel: Nossa, além de matarem a família, roubaram tudo o que eles tinham — Raquel murmurou, observando os cômodos vazios.

Barbara, no entanto, parecia perturbada. Ela começou a olhar em volta, inquieta, como se algo a chamasse.

De repente, seus olhos fixaram-se numa parede específica. Havia algo ali, algo que as outras não tinham notado.

Barbara: Meninas! Achei uma coisa!

Raquel e Lyvia correram até ela, mas Raquel parecia cética.

Raquel: Barbara, eu já olhei aqui. Não tem nada.

Barbara: Tem sim — insistiu Barbara, apontando para a parede. — Olhe mais de perto.

Raquel examinou a parede e, depois de alguns segundos, viu o que Bárbara apontava: uma pequena abertura em formato de chave.

Raquel: Uma passagem secreta? Isso é bem legal — Raquel comentou, com um brilho de excitação nos olhos.

Barbara: Muito legal — Barbara concordou, agora mais animada.

Lyvia: Mas… está trancada? — Lyvia perguntou, curiosa.
Raquel tentou abrir, mas sem sucesso.

Raquel: Sim, está trancada.

Barbara: Que droga… — Barbara suspirou. — Seria incrível explorar o que tem por trás.

Sem hesitar, Raquel deu um chute firme na passagem. O impacto foi tão forte que a parede rachou, e a entrada secreta se abriu.

Raquel: Pronto, agora podemos passar — Raquel disse com um sorriso satisfeito.

Lyvia arregalou os olhos, chocada.

Lyvia: Raquel! Para de chutar as coisas! Você sabe que é forte demais. E se essa mansão desmoronar com a gente dentro?
Raquel deu de ombros.

Raquel: Relaxa, Lyvia. Isso não vai acontecer.

Barbara olhava para Raquel com admiração. A força dela era impressionante, muito maior do que parecia à primeira vista.

Barbara: Bom… vamos entrar? — Barbara perguntou, mal conseguindo esconder a empolgação.

Raquel: Claro! — Raquel respondeu, confiante.

Lyvia: Vamos… — murmurou Lyvia. — Mas espero não morrer aqui dentro.

Elas entraram pela passagem secreta, que revelava uma escadaria estreita e empoeirada. Subiram os degraus, ouvindo os ecos de seus próprios passos na mansão silenciosa. Quando chegaram ao sótão, o lugar estava escuro e sufocante, com o ar carregado de poeira.
Barbara notou uma janela trancada de onde vinha uma pequena luz. Decidiu abri-la para iluminar o ambiente. Quando a luz do lado de fora invadiu o espaço, ela se virou para onde Raquel e Lyvia estavam e congelou. Seus olhos se arregalaram de surpresa e medo.
Ela estava olhando para algo… inacreditável.

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