— É bom que você me escute bem. - pego o homem pelo colarinho de sua camisa e o levanto da cadeira em que estava sentado. - Você tem hoje a tarde. Caso contrário, eu mesmo estouro essa cabeça sua, você tá me entendendo?
Lázaro: S-sim senhor. - largo sua camisa e o empurro.
— Some da minha frente. - ordeno e ele sai correndo.
Gabriel: Até quando isso de ser jogador em?
— Olha cara, eu não sei. Isso tudo é um disfarce, até a poeira baixar, eu fico nisso.
Gabriel: Tu da sorte de jogar bem. - cruza os braços e se encosta na parede.
— Não viaja vai. - digo desvirando a camisa do Flamengo.
Camisa 9, quem diria.
Gabriel: Como não? Ganhamos duas libertas com você sendo protagonista, é ídolo agora. Só bandido torcendo pra esse time. - da uma risada e eu acompanho. - Aquele cara que tava aqui, é o Santos né?
— O que tem?
Gabriel: Fiquei sabendo de uns negócio aí.
— Que tipo de negócio.
Gabriel: Ah, ele tem uma sobrinha aí que mora junto com ele, parece que ele não trata ela tão bem assim...
— Como assim?
Gabriel: Tipo bate, assedia, essas coisas.
— Caô.
Gabriel: Tô te falando.
— Que filho da puta. Isso me deixa com tanta raiva mano, pura covardia.
Gabriel: Eu também acho. E ele, já te pagou?
— Dei a ele o prazo pra me pagar hoje a tarde. Caso contrário... - abro a gaveta e pego meu brinquedo favorito. - Agente da um jeitinho. - digo e puxo a parte de cima da arma.
Gabriel: Já gostei. - sorri.
17h30
O Gabriel bateu na porta algumas vezes. Já estava perdendo a paciência.
Gabriel: Parece que tem alguém vindo. - diz após escutar passos.
A porta é aberta por uma baixinha, com pele clara e olhos cor chocolate, cabelo preto ondulado. Um rosto...Angelical digamos assim. Tudo nela é perfeitamente desenhado. E sua boca então...Quantas coisas eu faria com essa boca...
Acho que me distrai tanto com sua beleza que só fui perceber agora que seu rosto tinha alguns machucados pequenos, o canto de sua boca parecia estar roxo e sua expressão era triste.
S/n: Posso ajudar? - sua voz sai fraca.
Antes que respondêssemos alguma coisa, o homem vem furioso atrás dela, reclamando e a xingando de nomes ruins.
— Filha da puta. - pensei.
Lázaro: Ah, são vocês... - diz sorrindo de nervoso. - O dinheiro está lá em cima, eu vou pegar. S/n, sai da porta! - ordena e puxa seu braço
Antes que a porta se fechasse, ela tira um pouco de seu cabelo do rosto, revelando um hematoma enorme em sua testa.
A raiva me consumiu, e antes que a porta se fechasse, eu a abro de uma vez. Puxo a menina e a empurro para qualquer canto. Tiro a arma da cintura e a carrego, logo apontando pra ele.
— Então quer dizer que você gosta de bater em mulher né? - digo com raiva.
O Gabriel entra e tranca a porta.
Lázaro: E-eu? - diz levantando as mãos com os olhos arregalados.
— Diz aí. - bato com a arma na cabeça dele, fazendo com que ele caia no chão.
A menina se assusta e sai correndo.
— Chama a galera aí, eu vou atrás dessa pirralha.
Subo as escadas atrás dela. Sugeri que o quarto dela era o que tinha a porta toda rosa, e não é que eu estava certo?
S/n: Não. - ela diz chorando desesperadamente e se ajoelha. - Não me mata por favor. Não mata o meu tio. - solta um soluço.
— Por que se importar com um cara que te maltratou tanto? - me aproximo dela.
Coloco a arma em cima da mesa de seu quarto. Ela tenta correr para o banheiro, mas é em vão. Eu seguro sua cintura com força e ela começa a se debater.
S/n: ME SOLTA!
— Hora de dormir, gatinha. - aperto o ponto de seu pescoço e logo ela desmaia. - Ah se eu pudesse... - digo olhando seu corpo.
A pego no colo e desço novamente, os meninos já estavam ali, amarrando o homem. Primeiro vou descobrir tudo que esse cara fez a ela, depois eles dão um jeito de fazer com ele três vezes pior.
Eu odeio que maltratem mulheres. Isso me lembra a minha mãe...
Me dá uma raiva tão grande!
— O dinheiro tá em cima de uma mesinha no corredor, e tá faltando ainda. Né... - chuto sua barriga. - Seu desgraçado!