O sol já tinha raiado quando Yoshida despertou, encontrando-se deitado no mesmo colchão que seu amigo, segurando-o como se fosse um ursinho de pelúcia. Uma onda de vergonha o inundou, fazendo-o corar demasiadamente.
Entretanto, o cansaço da noite anterior ainda pesava sobre ele, portanto voltou a adormecer, ignorando a situação estranha diante de seus olhos. Não muito tempo depois, Sato acordou e ficou surpreso ao perceber que estava sendo tocado de forma tão incomum por Yuki. A confusão invadiu sua mente, mas, ao mesmo tempo, um conforto inexplicável o envolveu, amenizando a estranheza da situação. No entanto, ao olhar para o relógio, notou que já eram 7:40 da manhã, e o horário de entrada na escola era às 8:30.
- Yuki, acorde. Depressa, precisamos ir à escola! Exclamou, sacudindo seu amigo com impaciência. No entanto, Yoshida permaneceu imerso em seu sono tranquilo.
- Tenha um pouco de calma, Mafuyu. Ainda está cedo. Murmurou, com voz sonolenta.
- Cedo? Tem certeza? Então, dê uma olhada no relógio!
Ao focar sua visão no relógio, Yoshida percebeu que o tempo estava se esgotando para se prepararem para a escola. Os dois apressadamente tomaram o café da manhã, banharam-se e vestiram seus uniformes. Contudo, quando estavam prestes a sair de casa, Yuki teve um momento de lembrança crucial.
- Como pude me esquecer disso?
Yuki exclamou, passando as mãos pela cabeça em sinal de surpresa.
- Esquecer de quê, Yoshida?
- Esqueci de avisar minha mãe, que dormi aqui ontem à noite.
Então, com as mãos trêmulas e suando frio, decidiu finalmente verificar suas mensagens desde o dia anterior. Ao abrir o aplicativo, deparou-se com 45 mensagens não lidas e 10 ligações perdidas. A preocupação o dominou, levando-o a ligar imediatamente para sua mãe.
- Alô, mãe, como a senhora está?
Do outro lado da linha, o silêncio persistiu por alguns minutos, apenas interrompido por uma respiração pesada ao fundo.
- COMO EU ESTOU? ESTOU MUITO PREOCUPADA COM VOCÊ, MENINO! COMO VOCÊ PODE FAZER ISSO COM A SUA PRÓPRIA MÃE?!
Yoshida, rapidamente abafou o som do telefone com as mãos, para que Mafuyu não pudesse ouvir os gritos de preocupação de sua mãe. Mas a voz da moça era tão estridente, que era quase impossível não ouvir pelo menos algum ruído.
- Yuki, me deixe falar com a sua mãe, por favor. - Disse Mafuyu, estendendo a mão para que pudesse pegar o telefone do amigo.
- Alô, senhora Yoshida?
- QUEM TÁ FALANDO?!
- Ah, me desculpe. Sou eu, Mafuyu Sato.
- Oh, mil perdões, querido Mafuyu! Eu não sabia que era você quem estava do outro lado da linha. - Disse a mãe de Yuki, se desculpando pelo tom de voz agressivo.
Misato Yoshida, tinha Mafuyu como um segundo filho para si mesma, o carinho por ele era tanto que ela jamais poderia se permitir falar com ele daquela maneira.
- Sem problemas, senhora Misato. Por favor, perdoe o Yuki por ter adormecido em minha casa sem avisá-la! - Disse ele, enquanto direcionava seu olhar de decepção sobre seu amigo.
- Está tudo bem, querido Sato. Como estava em sua casa, não há problema nenhum dele ter passado a noite aí. - O jeito calmo com que a moça falava, era como mergulhar em água morna.
A ligação foi encerrada e a barra limpa com sucesso, agora os dois amigos priorizavam chegar a tempo no colégio, antes que os portões fechassem. Ambos se dirigiram para a sala de aula, onde deram de encontro com Uenoyama, que possuía um pedido interessante para Sato.
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Se Fosse Diferente... (Given)
Fanfiction"E se fosse diferente? E se Yuki Yoshida, o confidente mais próximo e o amor de Mafuyu Sato, não tivesse decidido encerrar sua própria vida? Poderiam os caminhos de Sato e Ritsuka Uenoyama, entrelaçados pelo acaso, ainda ter se encontrado? Essas são...