| Volume 02: Inspire - Ariane Fonseca |

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Inspire

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Inspire

(Série Sentidos)

Ariane Fonseca

ESSE LIVRO CONTÉM CENAS QUE PODEM GERAR GATILHOS

Sério, que livro bom.

Pedro é tudo que você poderia querer. Ele é gentil, amoroso, atencioso, mas acima de tudo, leal. Joana é uma personagem definitivamente forte e determinada (o tormento pelo qual ela passou não é fácil de sobreviver).

Joana desaparece aos quinze anos e inicialmente acompanharemos a jornada de Pedro, seu ex-namorado, que por mais de quartoze anos a procurou incessantemente.

O livro trata de um assunto extremamente delicado: Tráfico Humano. Porém isso não é um livro dark, portanto não espere ler longas cenas com violência muito descritiva. Não sei se a autora optou por não se aprofundar tanto nisso por não se sentir confortável em escrever algo assim ou simplesmente não ter certeza de como fazê-lo. De todo modo, ao escolher ficar na zona segura (falando superficialmente sobre a violência que Joana sofreu e se atendo falar disso através da perspectiva de outros personagens) a autora consegue entregar um bom trabalho, não banaliza o assunto e nem o trata com superficialidade.

Como eu disse, esse não é um livro dark, a autora enfatiza o horror que a protagonista passou e quão difícil foi para ela encontrar forças para se manter viva e fugir assim que possível mas não perde tempo em fazer detalhadas descrições sobre os abusos que Joana sofreu.

Lendo certas resenhas, percebi que para algumas pessoas era necessário a descrição detalhada e esmiuçada do que ocorreu com Joana para que elas sentissem empatia pela personagem e para outras, a razão para a persistência e recuperação da Joana (o Pedro) pareceu muito fantasiosa.

No meu caso não foi assim.

Eu não gosto de ler cenas muito gráficas sobre abuso sexual, pra mim, a simples mensão do ocorrido é suficiente para eu entender a gravidade do trauma e da violencia a qual a personagem foi submetida. Eu simpatizo e crio empatia com ela sem precisar disso, mas entendo que nem todos pensam da mesma forma, porém me incomoda que as pessoas tenham "julgado" a Joana por se segurar nas memórias que tinha com o Pedro para manter a sanidade.

Ela estava no inferno, sem perspectivas de melhora ou esperança de que aquilo acabaria rápido. É mesmo tão errado ela se agarrar às suas boas memórias com a pessoa que a tratava como um tesouro?

Quanto à conclusão de Joana e Pedro, não acho que seja forçado eles terem um final feliz e tradicional (com casamento e filhos). Isso era o que ambos queriam e ansiaram por anos antes de finalmente conseguirem cumprir.

Eles terem bons momentos juntos e cumprir esses sonhos, não significa que Joana esqueceu completamente seus traumas. Ela simplesmente fez o que pôde para aparar as barreiras que eles criaram e tentar ser feliz apesar de toda dor que passou. Joana não tinha como apagar o passado, mas ela teve a escolha de tentar seguir sua vida e viver da melhor forma possível o restante de vida que tinha à sua frente.

O final da vilã também foi bastante satisfatório para mim. Eu normalmente não gosto muito quando o vilão é acometido por alguma doença, mas no caso dessa, com perdão da palavra, vagabunda, o estado em que ela passou o resto de sua vida foi o mais justo. A morte seria muito pouco para o sofrimento que ela causou e a "doença" que ela teve a fez comer o pão que o diabo amassou durante o resto de seus dias, sem nunca poder reclamar e/ou fazer mal à alguém novamente.

Nota: ☆☆☆☆☆

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