Capítulo 2 - Forget about everything and runaway

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Era 7h40 quando Avril e Louis se encontraram no refeitório para o café da manhã, ela havia acabado de sair da revista dos uniformes, onde os alunos em fileiras eram avaliados se estavam com o uniforme de forma adequada. Avril sempre aparecia padronizada até sair dali, entrar no banheiro, passar maquiagem e colocar sua gravata, ela levava diversas advertências, mas não era uma infração gravíssima, então não podia ser expulsa.

Eles começaram o dia como começaram desde o primeiro dia de aula, elaborando o plano para fugir dali. Depois de uns dias de convivência com Harry, os amigos sentiram que ele chegou para ficar, existia confiança no mais novo neles, mas precisavam confirmar essa ideia. — Você que vai perguntar, aproveita e chama ele para ficar no almoço com você, chega dá ânsia de vômito vocês dois nessa melação sem fazer nada. — A loira comentou parando no bebedouro enquanto todos entravam na sala, Louis riu porque concordava, ele já estava a um tempo querendo um tempo sozinho com Harry. Na hora do intervalo, Avril iria inventar que estava passando mal e ficaria no seu quarto até Louis dar um sinal que podiam se reunir em trio novamente.

Quando faltavam alguns minutos para o intervalo, Louis cutucou Harry que agora sentava na sua frente e entregou um papel amassado por baixo da carteira. 

"Me encontra no corredor L28"

O cacheado já estava familiarizado com a arquitetura renascentista do internato e sabia onde era, eles se olharam com um sorriso de canto, Harry imaginou que fosse para se reunir com ele e Avril. Quando todos foram deixando a sala, Louis saiu sem que o mais novo percebesse e o esperou no lugar marcado.

Harry sabia que não seria nada além do habitual como sentar em algum lugar e conversar sobre qualquer coisa com seus novos amigos, mas sempre que estava perto de Louis sentia um frio na barriga. No momento que ele chegou e encontrou Louis sentado no chão encostado na parede o esperando, deu falta da amiga, por isso, aproveitou um pouco para admirar Louis de longe, em como ele ficava bem naquele uniforme desleixado azul marinho clássico, com o cabelo tão liso contrapondo o seu e o rosto de perfil era extremamente delicado. — Te achei! — Harry proferiu por trás de Louis tocando no ombro do amigo. Louis levou um leve susto e sorriu ao mesmo tempo. Depois de uns minutos de conversa para quebrar o clima e o mais velho ter mentido sobre Avril, o mais velho direcionou a conversa para o assunto principal.

— Estava pensando, Harry, tem semanas que nos tornamos amigos, eu e Avril estamos muito felizes que te encontramos. — Harry se aproxima e senta ao seu lado. — Mas nós dois estamos aqui há um ano e não aguentamos mais isso, você sabe das nossas intenções, queremos fugir daqui, Harry. — Suspirou alto. — Eu sinto que posso enlouquecer a qualquer momento, meu pai me mandou para cá porque desde a morte da minha mãe eu corria risco de vida na rua, meu pai era extremamente homofóbico, quando ela se foi, perdi minha proteção e ele me expulsou de casa, eu vivia na rua sem saber se queria continuar existindo. Até que um dia ele me achou e disse que ia me levar para um lugar onde eu aprenderia a ser gente. Eu pensei que, pelo menos aqui, estava seguro, mas a última coisa que tenho aqui é segurança. Os professores batem na gente, nos ameaçam, a gente vive preso aqui. — Desabafou cabisbaixo. Harry ouvia atentamente. Ele sentia o desespero na voz de Louis porque sentia o mesmo sentimento dentro de si.

Quando Harry foi mandado para o McKinley High School, ele não foi informado. Sua mãe o levou no carro sem dizer para onde iam, quando chegou na escola ele nunca mais saiu. Demorou alguns dias para ele processar que estava sendo abandonado e não iam voltar para buscá-lo. Apesar da violência física assustar muito Louis que nunca havia passado por isso antes, Harry estava familiarizado. Sua mãe sempre o agrediu e o tratou como um peso morto, dizia que se arrependia de ter tido ele e que não o suportava, portanto, aquilo não era o que mais movia o cacheado, era como se tivesse uma espécie de anestesia sobre isso. A vontade que permeava a boca do seu estômago sempre foi ser livre e ali ele jamais encontraria aquilo.

anything but ordinary, pleaseOnde histórias criam vida. Descubra agora