Capítulo 1 - (What's the story) Morning Glory?

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— Bem vindo ao inferno de novo. — Avril cumprimentava Louis que estava arrumando seu armário que, propositalmente, era ao lado do dela. — Animado para esse ano? — Perguntou. Louis não prestou atenção porque cantarolava "you're in high school again" do Nirvana no fone e aproveitou para esquivar da tentativa da loira de bagunçar seu cabelo. Depois, ele disse com um sorriso que não via a hora do ano começar de verdade. — Animada para realizar sonhos, loirinha? — Contou enquanto tentava ver o que tinha de tão sério no armário de Avril que ela se esforçava tanto para esconder. — Sai da frente, garota, o que tem aí? — ele tentou tirá-la da frente e ela o mandou sair dali.

Quando os dois amigos caminhavam para sala pelos corredores movimentados do primeiro dia de aula, como de costume, sempre chamavam a atenção dos novatos e de quem já os conheciam. Com péssimas reputações devido aos históricos de problemas na escola, Avril e Louis destoavam dos demais apesar da padronização dos uniformes. A loira platinada fez enormes rasgos em sua meia calça preta que acompanhava de um cinto spark preto em cima da saia, maquiagem preta nos olhos e usava a gravata que é do uniforme masculino. Louis seguia o padrão da amiga, com piercing na boca, lápis de olho e a gravata aberta por baixo do casaco uniformizado, eles sentiam orgulho de serem observados pelos outros.

— Senta logo, vai começar a aula, presta atenção. — A amiga riu do deboche de Louis que sentou ao seu lado na última fileira de cadeiras da sala jogando sua mochila na mesa. No momento em que a turma se ajeitou, a professora já conhecida dos alunos antigos, se identificou aos que entraram naquele ano e deu início a apresentação dos novatos.

— Como vocês sabem, todo início de ano temos a apresentação dos novos alunos da McKinley High School, vamos começar pelo cacheado da primeira fileira, levante-se rapaz e se apresente para sua nova turma. — Mrs. Dorothy apontou para Harry, um menino tímido escondido atrás de cachos definidos que desciam até seu ombro e uniforme perfeitamente ajustado. Ele caminhou com as pernas bambas até a frente da lousa verde. — Oi, me chamo Harry, tenho 18 anos e sou de Holmes Chapel, Cheshire. — Com a fala acelerada, voltou para sua carteira suando frio. Os amigos ao fundo se olharam porque perceberam na hora pelo sotaque do cacheado não era de lá. — Eu tenho quase certeza que ele foi o novato sorteado para dividir o quarto comigo. — Louis comentou sorrindo de canto e Avril o olhou no fundo dos olhos tentando entender o que aquele sorriso significava.

Durante as aulas, Avril e Louis só pensavam em uma coisa: o plano perfeito para fugir daquele lugar. Isso já era o objetivo desde que pisaram no internato no ano anterior quando entraram para o ensino médio e se conheceram e, por isso, aproveitaram as férias para colocar a estratégia em prática. Avril estava animada quando conseguiu escapar da sala com Louis e mostrar o que havia de tão importante no seu armário. Ela tampou os olhos do menor e tirou um saco plástico que estava enrolado em um moletom de caveira por baixo de diversos livros, levou a mão dele para sentir e Louis sorriu de canto de boca. — Shiu, não faz barulho para ninguém nos achar aqui. Mas eu consegui, Lou, eu roubei o dinheiro que a gente precisava. — Foi quando ela tirou as mãos dos olhos do amigo e eles tentaram comemorar sem fazer barulho no corredor. Aquilo era o primeiro passo para o plano que eles estavam planejando colocar em prática.

— Como você conseguiu isso? Quando eu dei essa ideia eu nem estava acreditando tanto assim.

— Você acha que eu sou lerda, seu idiota? Eu era mimadinha, mas eu sei fazer as coisas. Um dia meu pai entrou no escritório e deixou a porta aberta, eu me escondi atrás de um vaso gigante de flores que tinha por perto e tentei enxergar se ele dava alguma pista. Até que ele foi no cofre e pegou uma grande quantidade de dinheiro. Eu nunca vi esse cofre na vida, quando ele saiu eu fui direto lá, mas precisava de uma senha...

— Eai? Sério, como você descobriu a porra dessa senha? Que mente brilhante é essa? 

— Meu pai é um porco que só pensa em dinheiro, mas no fundo eu sei que ele me ama, então pensei que pudesse ser a data do meu aniversário e eu acertei. Muito querida do papai... — Ela ri com deboche.

— Nossa, acho que essa é a maior ironia do destino, o dia que você nasceu na senha do cofre de dinheiro dele quando, na verdade, ele te mandou para um internato. Uau.

— Foda-se aquele velho desgraçado, ele ama mais o dinheiro do que a mim.

— Isso todo mundo sabe, Avril.

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