Capítulo 24

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Fazia alguns dias que Ayra havia se despedido de seu pai e de seu irmão, agora os dois já poderiam estar chegando na Inglaterra ou, segundo sua mãe ,poderiam estar no fundo do oceano, mas ela acreditava que os deuses não dariam tal morte para seu pai e seu irmão, ainda mais quando Ragnar foi o homem que sempre teve os deuses ao seu  lado.  

Também havia a Viagem de seus outros dois irmãos para o Mediterrâneo, Bjorn e Hvitserk, levando Dan como de um de seus soldados. fazendo com que Ayra se preocupasse com eles e torcesse para que nada de ruim acontecesse a eles em terras estranhas. 

Ubbe e Sigurd, apesar de não terem ido para nenhuma das viagens, estavam trabalhando a todo vapor em Kattegat. Os dois finalmente haviam conseguido dobrar sua mãe e estavam construindo um extenso muro ao redor da cidade, para dar mais segurança a cidade e seus habitantes.  

Com a viagem de Ivar, a rainha estava muito desligada do mundo terreno, pois desde que havia sonhado com a morte em alto mar de seu filho mais novo, ela não pensava em mais nada além disso. Ayra havia tentado distrair sua mãe, mas ela estava irredutível, informando que suas visões eram sempre precisas e quase sempre se cumpriam, em alguns momentos, parecia beirar a loucura de pensar na hipotese de perder Ivar.

Ayra não acreditava totalmente na visão de sua mãe, ela poderia significar várias coisas além da morte e, com a ligação  que havia com seu irmão, ela acreditava que se algo muito ruim acontecesse com ele, ela saberia.
 
Como a rainha não estava conseguindo lidar com suas funções, Ayra tentava realizar algumas de suas responsabilidades, como os pagamentos dos impostos, os espórios de guerra que eram dividos com os soldados, como estavam as colheitas e, quando preciso, dirigia algum julgamento. Mas, não realizava tudo sozinha, seus irmãos a estavam ajudando, assim como Olaf. 

Tanto Olaf como Tyra tentavam auxiliar Ayra em alguma coisa, Tyra como uma boa serva sempre estava de prontidão para servi-la e Olaf sempre tentava ajuda-la em alguma função, nas horas vagas, ele sempre tentava planejar fazer algo com Ayra. Ele acreditava que, desde que seu irmão foi para a viagem, ele e Ayra estavam mais próximos, unidos. 

Ayra estava contando algumas histórias dos deuses para algumas crianças da cidade, no grande salão de sua casa. Sempre que podia, ela tentava ter esse contato com as crianças, todas as vezes que isso acontecia, sentia uma quentura agradável dentro de si e uma felicidade plena.  

— E então, foi assim que rei Prymr quase conseguiu roubar o martelo de Thor, tudo porque queria extorquir os deuses, querendo se casar com Freya em troca do martelo de Thor, mas no fim conseguiu oficializar Thor como o Deus do Trovão- Disse Ayra, finalizando mais um conto de seu povo para as crianças - O que aprendemos com essa história? 

— Que não devemos roubar nada dos deuses - Disse um menino bochechudo adorável, com a aparência de um menino de 5 anos, atraindo a risada de algumas crianças.

— Que não devemos forçar ninguém a ficar com a gente - Disse outro menino, com os cabelos claros, quase brancos, que aparentava ter 8 anos de idade.  

— Que devemos ser espertos que nem o Thor, que se disfarçou de noiva pra conseguir enganar o rei. — Comentou uma menina ruiva, com sardas no rosto e estava abraçada com uma boneca de pano, aparentando ter 7 anos.


— Todas as observações estão certas! - Afirmou Ayra sorrindo, que tinha um garotinho de 2 anos sentado em colo - Lembre-se crianças, não devemos deixar com que o poder mexa conosco, ao ponto de querermos roubar ou forçar alguém a fazer algo que não queremos. Porque se isso acontecer, em algum momento, não iremos reconhecer a nós mesmos.

Ayra Lothbrok, a filha de FreyaOnde histórias criam vida. Descubra agora