Ásgarðrian Galdr

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Assim que Thor saiu do escritório, Loki foi até sua mesa e desabou na cadeira. Inacreditável, seu irmão às vezes era absolutamente inacreditável!

Ele poderia visitar seus amigos?

Agora? Com tudo o que estava acontecendo e Thor queria ir visitar seus amigos ? Loki estava com as mãos enterradas nos cabelos antes que percebesse e quis ignorar a batida quando ela veio, mas a reconheceu como sendo de Livunn, e sabia que depois do que havia acontecido antes, tanto ela quanto o tenente-general Yngvarr ficariam preocupados. Especialmente se Thor simplesmente tivesse passado por eles sem dizer uma palavra.

“Entre,” Loki gritou, deixando as palavras passarem pelas barreiras silenciadoras.

Como esperava, Livunn foi o primeiro a entrar, seguido rapidamente por Yngvarr. O que foi surpreendente foi que o tenente-general fechou a porta atrás de si, em vez de ser seguido por qualquer um dos outros servos ou por Einherjar. Loki simplesmente olhou para eles por um momento antes de deslizar as mãos para cobrir o rosto e deixar o cabelo cair para frente em uma cortina solta ao redor de suas mãos.

Thor estava no escritório há menos de uma hora e ainda assim Loki sentia como se tivesse passado um dia. Ele estava emocionalmente confuso, desde a quase confissão de seu irmão de que nem todos os jötnar eram ruins, até questioná-lo abertamente e defender aqueles que deliberadamente tentaram destroná-lo. Por que Thor sempre teve que deixá-lo tão louco?

Por que ele não poderia simplesmente odiar Thor como ele tanto queria às vezes? Tornaria sua vida muito mais fácil se ele pudesse simplesmente descartar Thor e nunca mais se importar com o que seu irmão disse ou fez. No entanto, de alguma forma, ele não conseguiu. Não, toda vez que ele tentava, Loki se lembrava de todas as vezes que Thor havia dito ou feito algo bom ou gentil e, não importa quantos momentos ruins houvesse, aqueles simplesmente pareciam brilhar para ele em momentos como este.

Loki odiou isso.

Assim como ele odiava Thor.

O som de movimentos e pratos sendo movidos perto dos sofás devolveu Loki ao presente, e ele puxou as mãos para trás para olhar para o tenente-general que havia parado diante de sua mesa.

"Eu disse a Thor que ele pode visitar seus amigos amanhã", Loki quase cuspiu a palavra 'amigos', a raiva e a traição de antes brotando dentro dele mais uma vez.

Ele realmente não deveria ter ficado surpreso. Afinal, quantas vezes Thor ficou do lado deles em vez dele ao longo dos séculos? Loki já havia perdido a conta há muito tempo, mais por uma medida de proteção por causa do quão grande o número estava se tornando, do que por qualquer outra coisa. Então, sim, ele realmente deveria ter previsto isso. Ainda assim, com todas as outras mudanças que Loki testemunhou em Thor desde que seu irmão retornou de Miðgarðr, e a enormidade da situação atual, ele de alguma forma passou a esperar mais de seu irmão. Óðinn pensava que Thor estava pronto para ser rei e, embora discordasse dessa avaliação, nem mesmo ele pensava que a inadequação de seu irmão fosse tão grande.

"Vou providenciar para que os guardas das masmorras sejam informados", assegurou-lhe o tenente-general Yngvarr.

"O quê? Não há dúvidas se isso é sensato?" Loki perguntou.

"Não conheço todos os detalhes da situação. Além disso, descobri que às vezes ajuda ser confrontado com as coisas como elas realmente são, em vez de como pensamos ou gostaríamos que fossem."

Isso... isso era um conselho muito verdadeiro e bastante sensato, na verdade, mesmo que deixar Thor visitar Lady Sif e os Três Guerreiros causasse fofoca. Loki só podia esperar que isso não voltasse para assombrá-lo demais. Não que ele realmente pensasse que tivesse muita escolha no assunto. Thor nunca o ouviu bem na melhor das hipóteses e agora dificilmente era isso, mesmo que agora ele oficialmente superasse seu irmão tanto quanto poderia esperar. Afinal, foi Óðinn quem Thor desobedeceu quando fugiu para Jötunheimr, e se seu irmão não respeitasse seu próprio pai o suficiente para ouvi-lo, então que esperança Loki teria?