Terça,02 de março de 2019 ------------- meia-noite e dez --------
Tiro o avental e guardo em baixo da pia do bar.--Felipe, eu já estou saindo, quando você sair fecha a porta.- Ele fala balançando as chaves e as pousando sobre a mesa
-- Boa noite, até amanha.--Ele me dá as costas se retira do local. Veja ele sair. E meu chefe. Ele e alto, tem barba longa e careca. Ele era amigo do meu pai, eu deu esse trabalho para pagar o hospital da minha irmã. Arrumo e limpo as coisas de cima do balcão do bar, e vou em direção à porta para trancá-la. Quando tranco a porta coloco as chaves em cima do vaso de plantas que fica em cima da janela. Estou indo para o dormitório, esta tarde e a rua está vazia, passo em frente ao ponto de ônibus, mas prefiro ir andando, o vento está gelado e ele é um dos poucos barulhos que escuto na rua. Depois de muito andar, paro em frente a uma rua que da para um morro, já estive aqui varias vezes quando era criança, em cima do morro tem uma pequena praça que da para ver a vista de toda a cidade, quando eu era pequena subia até la com minha mãe, a vista e incrível, 'quero trazer minha irmã antes dela...' Antes de ir para o dormitório decido subir até la.
Chego la, a praça não mudou muita coisa, e pequena, tem algumas árvores, quatro bancos para que nos possamos ver as árvores, na frente dos bancos tem um pequeno muro feito de tijolinhos. Me perto do muro, tem alguém sentado nele. Uma garota. Ela estava olhando a vista da cidade como se estivesse olhando pela primeira vez, o vento está soprando seus cabelos jogando eles para trás, ela está usando short e um top branco.
Fico onde estou, não sei se devo me aproximar.
Ela sorri, sabe que estou aqui.
--Você por aqui? --Ela fala se virando para mim--Se continuar aparecendo em todo lugar que vou achar que você está me seguindo.
--Não estou te seguindo! Ela sorri achando graça da situação.
--Só estou brincando! Me aproximo dela, ela tem o mesmo cheiro, de rosas.
--O que você está fazendo aqui? Não é tarde para você ficar sozinho na rua?
--E você? Não é tarde para você estar sozinho na rua?--Ela retruca e ri.
--Não acha melhor ficar desse lado do muro em vez de ficar em cima dele? Ela desce o muro, ficando em pé do meu lado.
--Estou com fome, vamos comer?--Ela muda de assunto tão rápido que preciso dar uma pausa para raciocinar.
--Acho que não tem nada aberto agora, são uma e trinta e cinco da manhã.
--Conheço um lugar que está aberto --Ela passa por mim e começa a descer o morro --Vamos. Fico parado vendo ela descer o morro, ela se vira para mim sorrir.
--Você não vem? Começo a descer o morro indo em direção a ela. Ficamos o caminho todo em silêncio, quando chegamos a uma rotatória ela aponta para uma loja do outro lado, um bar lanchonete, e um daqueles bares bem escondidos, nunca notaria ele ali, só noto porque ele e a única loja acesa. Na porta do bar tem uma única mesa com duas cadeiras. Nos arrevesamos à rua e ficamos em frente à porta.
--Pode ficar aí --Ela aponta para a mesa ao lado da porta--Deixa que eu peguei algo para gente comer.
--Você tem dinheiro? Ela apenas sorri e continua.
--Você bebe álcool?
--Não, eu não bebo. Ela se vira ainda sorrindo e entra no bar. Assim que ela entra, meu celular toca, ligo a tela do celular, está escrito Dr. Castro, respiro fundo e atendo.
--Alô. --Falo para que ele comece a falar.
--Oi, Felipe, fiquei sabendo que vai comprar um cachorro para sua irmã quando ela voltar para casa. --Ah, ela te contou --Forço uma risada.
--E, ela parecia muito feliz hoje.--Ele fala com muita empolgação.
--Vou ir ver ela amanha de novo...
--Sobre isso que eu queria falar --Ele dá uma pausa --Amanha ela vai começar o novo tratamento e ela passará uma boa parte do dia desarcodada, sei que você está ocupado , então tire amanhã para resolver seus problemas, deixa que cuido dela.
--Tudo bem.--Augustos é um antigo amigo da família, conheço ele desde quando eu era criança.--então vou aí na sexta, ta?
--Claro--Ouço uma voz feminina chamando ele no fundo do celular, provavelmente a esposa
--Felipe, tenho que ir agora, te ligo amanha, ok?
--Tudo bem, boa noite.
--Boa noite.--Ele fala e desliga o celular.
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𝙿𝚘𝚛𝚏𝚊𝚟𝚘𝚛, 𝚗𝚊̃𝚘 𝚙𝚊𝚛𝚎 𝚍𝚎 𝚋𝚛𝚒𝚕𝚑𝚊𝚛
RomanceSou um garoto de 21 anos no primeiro ano da faculdade de engenharia, meus pais morreram quando eu tinha 11 anos, minha irma esta doente, moro em um dormitório no centro da cidade que divido com três homens, trabalho em um bar local e... Como você po...