Ciclo das Trevas: O Enigma da Tribrida

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Seu coração caiu ao vê-la chorar. Isso não costumava afetá-lo, mas depois que ele a marcou, era como se ele pudesse sentir as emoções dela através do vínculo deles.

"O que você quer dizer?" Ele perguntou lentamente como se já soubesse a resposta, mas quisesse ouvi-la dela.

Uma lágrima perdida criou um riacho em seu rosto que levou as outras lágrimas a seguirem o caminho que a primeira lágrima fez.

"A-a magia negra me mostrou que eu ia morrer. Eu vi uma mulher lå, mas ela não tinha rosto. Mas havia um rosto que eu reconheci, Henry", disse ela.

Ele podia sentir o medo dela na sala, não apenas através da ligação entre eles. Ela sempre falou sobre como queria morrer, mas agora que vai morrer, a realidade se estabelece.

"Estou com medo", ela choraminga. Ela abaixou suas barreiras e deixou ele entrar.

Ela deixou que ele a confortasse porque pela primeira vez ela não sabia o que fazer. Ela passou a amar a matilha da qual uma vez se ressentiu. Ela adorava uma matilha, conhecia apenas um número seleto de pessoas e alguns lugares, mas sentia a necessidade de proteger tudo isso.

Havia familias aqui. Havia crianças vivendo a infância que algumas crianças talvez nunca tenham. Havia pessoas aqui com mães e pais que os amavam. Havia vidas sendo vividas aqui e ela invejava todas elas. Ela queria que essas famílias continuassem sendo amadas. Então, ela queria lutar, mas estava com medo de fazê-lo.

Lorenzo foi até a pequena cama do hospital e deitou-se nela. Nyx pressionou o rosto no peito dele, sentindo seu cheiro, enquanto ele puxava o fino cobertor do hospital sobre os dois.

Ele passou os braços ao redor do corpo dela e sentiu seu cheiro. Naquele momento, ela não quis se mexer, nunca. Ela queria ficar com lorenzo, onde fosse seguro e eles pudessem estar seguros juntos.

Pela primeira vez em muito tempo, ela se sentiu em casa e não era esta cama de hospital ou esta mochila ou a casa dele, mas era ele. Ela nunca poderia chamar de lar algo que ela tanto amava porque eventualmente ela teria que ir embora. Ela não quer ir embora. Ela queria estar nos braços de Lorenzo.

Ela chorou em seu peito e ele acariciou seus cabelos suavemente, e naquele momento ela percebeu que o amava. No mês que passaram juntos, ele pouco fez para provar que valia a pena amar, mas um relacionamento não é sobre brigas, mas sobre o que acontece depois delas. Depois disso, ela se apaixonou pelas partes boas e horríveis dele e, de alguma forma, ficou dez vezes mais difícil deixar esse bando.

Ela queria terminar o vinculo de acasalamento para que, quando morresse, pudesse ouvir a voz dele enquanto ela lentamente se afastava de seu corpo, mas não
agora.

"Eu não quero morrer", ela grita.

Lorenzo apoia o queixo na cabeça dela e desvia o olhar enquanto ela continua a morrer. Lorenzo passou os dedos pelos cabelos tricotados dela e depois apenas segurou a cabeça dela contra ele.

"Vá dormir, Nyx", disse ele. Ele não sabia como confortá-la porque ele próprio estava sem palavras. Ele não sabia como reagir à morte de seu companheiro. Lorenzo sentiu as lágrimas dela encharcando sua camisa e escorrendo pelo seu rosto.

Ela conteve os soluços silenciosamente até adormecer. Lorenzo gostava de tê-la nos braços. Ele gostava da sensação de ter alguém que amava em seus braços. Essa foi a primeira vez que ele admitiu que a amava, a primeira vez que percebeu.

Ele não queria que ela morresse. Ele não queria afastá la ou deixá la por outra pessoa porque ela era perfeita. Tudo nela era perfeito e ninguém poderia dizer o contrário. Não importa que monstro ela pensasse que era, Lorenzo achava que ela não estava nem perto de ser um monstro comparada a ele.