Destiny of Love

Capítulo 03

Hoje é dia de fazer as comprinhas do mês. Não é muita coisa, é só o básico mesmo. Tem um mercado próximo da rua de casa que vende as coisas no precinho bom. Foi o primeiro mercado que fui quando cheguei aqui.

— Bom dia. - Sorrio para Jorge. Ele é um senhorzinho de oitenta anos, dono do mercado e não se aposenta por nada.

— Bom dia minha linda. - Diz. Ele varre a calçada do mercado, o filho dele olha para ele e depois para mim balançando a cabeça em negação.

Assim que entro no estabelecimento, pego uma cesta e vou para prateleira do feijão.

— Não sei mais o que fazer com ele Di, já mandei ele ficar em casa descansando e que eu cuido do mercado. Mas ele não arreda o pé. - Francisco fala enquanto coloco algumas coisas na cesta.

— Olha Fran, isso é a vida dele, é o que ele gosta, sempre que venho comprar o vejo aqui, sorrindo, ouvindo música no rádio e cumprimentando todos que passa. Ele não quer deixar isso e ficar em casa descansando. Além do mais, você já cuida do mercado. - Digo. Vou para outra prateleira e ele segue atrás.

— Eu sei Di, você tem toda razão. Mas acontece que estou cansado de ouvir piadinhas do pessoal, que sou um filho ruim, que obrigo ele a trabalhar, que sou folgado.. E também ele já está na idade de ficar quietinho em casa, sem fazer muito esforço, sem estresse e preocupações. Eu só tenho ele Di. - Francisco diz, mas logo sai após chegar mais clientes.

Eu entendo os dois. Jorge não quer abrir mão da vida ativa que sempre teve, apesar da idade, ele quer continuar trabalhando. Francisco sofre com as indireta direta do pessoal e se preocupa com o pai. Acho que os dois deveriam conversar e entrar em um acordo. Mas isso está longe de acontecer.

Termino de colocar tudo nas cestas, enchi duas cestas, vou para o caixa, faço o pagamento. Aceno para Jorge e Francisco antes de ir embora.

Assim que entro em casa, deixo as sacolas na mesa e olho a mensagem que tinha acaba de chegar no celular. É Heitor, provavelmente novidades sobre a guarda do meu filho. Abro a mensagem e realmente é sobre aquilo. Ele quer conversar comigo pessoalmente, respondo que sim e logo ele responde para ir ao escritório dele às seis horas.

Meu coração acelera, com certeza deve ser boas noites, é o que espero. Coloco o celular para carregar enquanto guardo as coisas da sacola no armário e geladeira. O resto de limpeza e higiene pessoal, arrumo no banheiro.

Organizo a casa, passo a vassoura e depois passo um pano molhado com desinfetante cheiroso. Vou para o banheiro, tomo um banho rápido e visto uma camisola. Ligo a tv, a imagem quase não dá pra ver por conta do chuvisco. A jeito a antena e nada.

Pego o peito de frango que já estava temperado na vasilha na geladeira, ponho a panela pra esquentar em seguida jogo o um pouco do óleo. Coloco o pedaço do peito na frigideira. Corto a cebola em rodelas e jogo na panela.

Abro o armário, pego uma panela pequena, descasco o alho, coloco um pouco de sal, um pouco de cúrcuma e machuco o alho juntando tudo. Coloco um fio de azeite, ponho panela no fogo. Viro o peito de frango da frigideira para fritar o outro lado. Espero dourar o alho e em seguida jogo um copo de arroz. Misturo tudo e depois coloco um copo e meio de água. Enquanto isso, faço uma salada simples e um suco de laranja bem gelado.

Depois do meu almoço ficar pronto, almoço, lavo tudo e guardo. Pego o celular, mando uma mensagem para Marcela, contando sobre a notícia. Hoje é sábado, estou de descanso mas ela não, só depois pra ela ver a mensagem. Ponho o alarme para despertar dez pras cinco, deixo o volume bem alto e deito no sofá pra tirar um cochilo.

Tem alguma coisa estranha, ele nem falou comigo quando entrou e muito menos brincou com o filho. Foi direto pro quarto e fechou a porta. Balanço o bebê em meus braços colocando-o para dormir. Encaro a chuva pela janela, pensativa. Alguns minutos depois, escuto a porta abrir e ele sai.