beijinhos da sorte ✧ sunsun.

único. 🍀

Park Sunghoon sempre foi um rapaz cujo a sorte nunca jogou no mesmo time, desde que se entendia por gente, o coreano recorda-se de ser azarado.

Sunghoon joga no time de futebol americano de seu colégio e alguns meses atrás ele torceu o tornozelo logo no jogo que alguns olheiros de faculdade estavam presentes. Ele é um ótimo jogador, mas naquele dia a sorte resolveu ir contra ele.

Sunghoon tem um cachorro que nunca foi de aprontar muito, mas logo em seu dia de recolher as roupas do varal, ele rasgou todas, resultando em um belo puxão de orelha que levou da sua mãe.

Sunghoon tem como maior passatempo, as pinturas e telas, suas tintas acabam e sempre que ele vai repor seu estoque, as lojas não tem mais o que ele procura.

Eram tantas coisas que chegava até a ser engraçado. Nunca, jamais e em nenhum universo, Sunghoon teve se quer um dia de sorte.

Agora em especial, ele estava correndo pelos corredores da escola, estava atrasado para a sua primeira aula. Aquela situação em si já não era muito adequada, mas só piorou quando ele teve o descuido de tropeçar no próprio pé e cair no chão, espalhando todos os papéis de seu trabalho.

Ele bufou, claramente irritado. Por que aquele tipo de coisa só acontecia com ele? Ele não conseguia entender.

──── Que merda! ── esqueceu-se que não estava sozinho e xingou em voz alta, assustando levemente o rapaz de estrutura mediana que passava por ali.

Por sorte, era Kim Sunoo, o garoto sorridente e miss simpatia, aquele quem todos sabiam o nome e já haviam falado ao menos uma vez na vida. Nem que fosse somente um "oi, bom dia!"

──── Calma, não precisa desse estresse todo, são só alguns papéis. ── ele se abaixou, ajudando Sunghoon recolher os papéis um a um. Assim que percebeu de quem se tratava, o estressadinho sorriu de orelha a orelha encarando o moreno.

──── Meu Deus, que saudades! ── e sem mais nem menos, ele puxou o pequeno e o abraçou ali mesmo, jogado no chão e no meio do corredor.

Sunoo não podia negar sua felicidade, mas estava envergonhado. Mesmo que não estivessem muitas pessoas, as poucas que estavam passando os olhavam com julgamento.

──── Calma amor, foi só um final de semana. ── levantou com certa dificuldade por ainda ter o loirinho lhe agarrando. ──── Vem, vamos matar a primeira aula.

Os dois jovens entrelaçaram os dedos e saíram da escola, indo em direção a uma cafeteria que ficava ali bem próxima e que também tinham o costume de frequentar juntos. Já sentados na mesa, Sunghoon olhava fixamente para o menor que encarava o cardápio, mesmo sabendo o que já iria pedir.

──── Para ele, dois cookies de chocolate e um café com leite. Para mim, um chocolate quente e um muffin também de chocolate. ── o mais velho disse sem consultar o outro, uma vez que já o conhecia muito bem.

──── Você é ousado, mas me conhece bem. ── negou minimamente com a cabeça, sentando-se ao lado de Sunghoon, pondo sua cabeça sobre o ombro alheio. ──── Eu também senti sua falta.

──── Eu sei disso. ── riu soprado antes de deixar um beijinho delicado na testa do outro. ──── Eu não brinco quando digo que você é minha sorte. Acredita que só tive azar nesses dois dias que ficamos longe? Preciso dos meus beijinhos.

Entendendo o recado, Sunoo ergueu sua cabeça e depositou alguns selinhos rápidos nos lábios gelados de Sunghoon, que estava sorrindo feito bobo desde a hora que se esbarraram no corredor.

──── Não precisa se desesperar, agora eu já estou aqui. ── assegurou dando-lhe mais beijos.

Os dois rapazes conversavam, riam e trocavam alguns beijos aqui e ali enquanto matavam toda aquela saudade que angustiou ambos durante dois dias. Quando os pedidos chegaram, comeram e seguiram conversando para só então voltarem para o colégio e seguirem suas rotinas normais.

──── Até mais tarde príncipe. ── o mais jovem tomou iniciativa para ficar na pontinha dos pés e dar-lhe um beijo de despedida.

──── Vou morrer sem você. ── segredou no pé da orelha alheia, causando ao pequeno um breve arrepio.

──── Você aguenta. ── mais um selar demorado e então virou seus calcanhares, caminhando sem pressa para a sua sala de aula.

Enquanto observava a estrutura de sua pessoa predileta se distanciando, Sunghoon só conseguia pensar no quão sortudo era por ter Sunoo em sua vida.

⏳

Sunghoon corria pelo campo com a bola em mãos como se sua vida dependesse daquilo ─ e na sua cabeça, dependia ─, faltando poucos segundos para o jogo acabar, ele conseguiu marcar o gol que faltava para sair do empate e fazer seu time ter a vitória. Perplexo e tentando juntar os pontos de que não tinha tropeçado, sido derrubado ou até que a bola não teria escorregado de sua mão como da última vez, ele não pode deixar de sorrir enquanto comemorava com o restante do time.

──── Você foi a estrela da partida! ── Lee Heeseung, o capitão do time ditou orgulhoso.

Enquanto todos aqueles rapazes suados e eufóricos o abraçavam comemorando, ele só conseguia olhar fixamente para o sorriso destacado dentre aqueles tantos outros na arquibancada. O sorriso mais lindo que já viu em toda a sua trajetória direcionado apenas a ele.

Ansioso para agarra-lo e poder finalmente agradecer, Sunghoon cumprimentava todos ao seu redor depressa, para só então chegar nele.

──── Viu? Minha sorte. ── foi tudo o que disse para o pequeno antes de abraça-ló com força. ──── Eu te amo.

Sunoo arrepiou-se por inteiro. Uma vez ouviu dizer que o amor chegava apenas depois de anos conhecendo uma pessoa, mas ter Sunghoon ali, o abraçando e declarando aquele sentimento tão lindo por si o fez quase querer chorar. E era claro que ele também amava Sunghoon, só estava esperando o momento certo para dizer, mas não demorou muito para ele perceber que não existia momento certo.

──── Eu te amo muito. ── sussurrou em seu ouvido, afastando-se apenas o suficiente para lhe dar um beijo demorado e repleto de sentimento. ──── Tem alguns olheiros de faculdade aqui, ouvi alguns deles comentando coisas boas sobre você. Acho que se deu bem.

Bastou aquilo para Sunghoon ficar mil vezes mais animado do que já estava.

──── Obrigado por ter mudado a minha vida, príncipe. ── ditou com o coração sincero e deu mais um beijo na testa escondida do menor, que sorria tanto que as bochechas doíam.

Mal sabia Sunghoon, mas na verdade, ele era quem fazia a sorte na vida do pequeno.