Agente junto e a gente separado - Renmin

Agente concordando

Boa leitura ♡

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CAPÍTULO UM

Agente concordando

NA JAEMIN

O sinal da última aula toca daquela forma estridente que só esses sinais de escola conseguem fazer. Teve uma época em que o sinal do colégio era uma música, eu até que gostava, mesmo que parecesse que nós estudantes, éramos viajantes. Era música de criança, consigo até hoje me lembrar da voz enjoante das cantoras.

Pior que esquiletes.

Na verdade, pensando assim, todos são piores que as esquiletes, até alguns que cantam bem porque porra... São as esquiletes! Adoro elas.

Ah, onde eu estava mesmo?? Ok, o sinal do colégio tocou e depois de viajar para algum lugar da minha mente que eu não sei, começo a guardar meus materiais.

Enquanto guardo minha caneta - que eu honestamente roubei - penso que gostaria muito de poder ir para casa e dormir o resto da tarde inteira, deixando com que tudo se exploda. Eu sei que você concorda comigo. Dormir enquanto as coisas do mundo lá fora parecem entrar em combustão é uma delícia, parece até que dá mais sono.

Se você não acha isso, eu sinto muito, você está perdendo a melhor das sensações. (Ou a pior.)

O ponto principal é que eu não posso simplesmente ir para casa. Isso aqui não é um colégio comum, é um internato. - Eu carinhosamente apelidei como hospício, mas acho que não é muito relevante agora.

Fazem 5 anos que eu moro nesse colégio. Eu acordo com a voz da inspetora, assisto às aulas, almoço e vou dormir com a voz das inspetoras gritando para que eu abaixe o volume do som no meu quarto (o que eu posso fazer se cresci na barulheira que era a minha casa?), e para apagar as luzes às dez horas da noite.

Tenho quase toda a certeza de que eu sou o aluno mais antigo que eles têm aqui.

Eu sei que parece coisa de drama de adolescente o que vou dizer agora, mas é a pura verdade. Meus pais não me quiseram, não me educaram e quando fiz doze anos me colocaram nesse lugar para eu espairecer. Final da história: estou espairecendo aqui por quase seis anos. Certeza que me esqueceram.

– Jaemin? - Ouvi alguém batucando na minha mesa e olhei para cima, era o professor de biologia. – Você estava dormindo acordado de novo, todos já saíram da sala...

Olhei em volta, dando-me conta de que nem Jeno - um dos meus melhores amigos -, me esperou. Eu não vou ter rancor, se fosse eu no lugar dele, já teria ido embora faz tempo.

Suspiro, coloco meu caderno na mochila e me levanto, assentindo.

– Eu... 'Mó sono, sabe? - Perguntei e o vi se afastar, voltando para sua mesa.

– Sei... Vi sua luz acesa depois das dez horas essa noite.

Segurei o riso, mal sabe ele que mesmo com a luz apagada, meus pensamentos me impedem de dormir. Não lembro de um dia sequer que dormi antes das dez.

– Tio, eu acordei para mijar, não enche - disse e torci o nariz. Ele riu e negou com a cabeça.

– Te conheço faz cinco anos Jaemin.

– Ta, quer um prêmio? - Arqueei a sobrancelha.

– Essa sua adolescência te deixou mau humorado, hein! Cuidado que eu ainda sou seu professor. - Quanto mais ele falava mais eu saía da sala.

– Até amanhã 'ssor - fechei a porta e peguei meu celular, encontrando-o lotado com mensagens de Renjun, Chenle, Jeno e Hyuck.

Abri por ordem de importância.