Entrei em um dos banheiros que não parecia ter ninguém. Parei para me olhar na frente do espelho grande que tinha na parede, e aproveitei para ajeitar o meu cabelo.
— Desculpa! desculpa! — gritei quando abri a porta de uma das cabines e vi um garoto de costas prestes a abrir a tampa do sanitário.
Eu entrei no banheiro masculino? Não é possível, tem que ser muito lerda para não olhar antes de entrar.
— Não faz barulho! — o garoto me puxou pelo pulso para dentro da cabine e fechou a porta.
Me desequilibrei quando ele me puxou e ele acabou sentando na tampa do sanitário. Como ele estava segurando o meu pulso eu fui junto.
Inclinei o meu rosto e quase gritei de susto ao ver que o garoto dentro da cabine e que eu estava sentanda no colo era Matthew.
A primeira coisa que eu teria feito era levantar do colo do garoto e não olhar para ver quem era, mas minhas pernas pareciam estar travadas.
— Fica quieta, a sala do vigia é aqui do lado... — ele murmurou.
— Será que ele me viu entrar aqui? — perguntei nervosa.
— Não, ele não te deixaria entrar se tivesse visto — respondeu com os olhos fixos aos meus.
— Seu celular...melhor tirar daí — falei quando senti algo pressionado contra a minha bunda.
— Eu não tô com o celular — ele suspirou pesado.
— Melhor mesmo é a gente sair daqui... — disse constrangida e levantei do colo dele.
Matthew se levantou depois de mim e ajeitou a calça, sem perceber acabei seguindo suas mãos com os olhos e santo Deus...aquele zíper parecia que ia estourar.
— Meus olhos estão aqui em cima, Lana. — ele disse ainda me encarando.
Eu estava quase falando algo quando o sinal me salvou. E eu juro que nunca tinha agradecido tanto pelo sinal do intervalo tocar.
Abri a porta da cabine com pressa, mas Matthew me puxou pelo pulso antes que eu pudesse sair e trancou a porta.
— Você gosta de espionar os outros, não é? — ele se aproximou de mim.
Dei alguns passos para trás recuando e me encostei na porta, ele passou o braço passou por cima do meu ombro, seu corpo estava quase colado ao meu e seus olhos estavam secando os meus lábios.
— O que você tá fazendo? — perguntei baixo.
— O que eu sei que você quer que eu faça — sussurrou no meu ouvido.
— Você nem faz o meu tipo — desviei meu olhar do dele.
— E quem faz? — ele aproximou o rosto do meu.
— Seus amigos — voltei a olhar para ele.
Matthew riu, e pra ser bem sincera parecia de nervoso, ele deve ser aquele tipo de cara que nunca levou um fora. Antes que ele falasse mais alguma coisa eu destranquei a porta e saí do banheiro.
Por sorte os corredores estavam vazios e o vigia estava dormindo na cadeira de boca aberta.
Quando cheguei na sala pedi permissão para o professor que estava dando aula me deixar entrar, ele perguntou por que eu tinha demorado tanto, inventei uma desculpa, disse que passei mal e ele me deixou entrar.