Uma conexão inesperada

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            Londres, 2024.

   Elizabeth abriu os olhos lentamente, despertando de seu sono na tranquilidade de seu modesto apartamento. A luz do sol filtrava-se pelas cortinas semiabertas, revelando um novo dia prestes a começar. O raio de luz suave pintava delicadamente o quarto com tons dourados, proporcionando uma sensação acolhedora.

  Ela esticou os braços, espreguiçando-se, sentindo a suavidade do edredom sobre sua pele. Os dedos dela acariciaram a textura macia do tecido enquanto ela se lembrava do sonho vago que tivera durante a noite. Acomodada em seu travesseiro, a mente começou a se afastar dos confins do mundo dos sonhos para encarar a realidade que a aguardava.

  Com um suspiro leve, a mulher se levantou da cama, espantando qualquer resquício de sonolência. A brisa matinal invadiu o quarto, trazendo consigo o aroma suave das flores do jardim do prédio. Ela se dirigiu ao banheiro, com passos firmes e determinados, preparando-se para enfrentar mais um dia de trabalho no museu.

  No espelho, ela observou o reflexo de seus olhos azuis, brilhando com uma mistura de expectativa e dever. Seu cabelo loiro estava levemente despenteado, mas isso não a incomodava, pois ela dava mais importância à sua profissão do que à aparência impecável.

  Vestindo uma blusa de lã cinza de gola alta, uma calça jeans, e um sobretudo marrom, ela caminhou até a cozinha. Enquanto preparava uma xícara de café forte, podia ouvir o som reconfortante dos pássaros cantando lá fora, uma sinfonia da natureza que trazia paz ao seu coração.

  Após uma rápida refeição, Elizabeth pegou sua bolsa, enchendo-a de livros, anotações e fotografias antigas. Era o amuleto de seu ofício, as ferramentas que a ajudariam a desvendar segredos ocultos nas páginas da história.

  Com a fechadura do apartamento clicando,o som ecoou como um eco de determinação. Ela saiu para a rua movimentada, cruzando com diversas pessoas absortas em seus próprios afazeres. O coração dela começou a acelerar enquanto se aproximava do museu, um marco histórico majestoso com sua arquitetura imponente.

    Ao adentrar o grandioso hall de entrada, ela foi recebida pelo silêncio reverente que permeava o prédio. As paredes ressonavam com a história, e o cheiro característico do museu era como música aos seus sentidos. Cada passo que ela dava, cada porta que abria, era uma oportunidade de mergulhar em um mundo intemporal.

    Elizabeth acendeu as luzes do escritório, iluminando assim as estantes carregadas de livros antigos e documentos empoeirados. Sentou-se à sua mesa, rodeada por mapas antigos e artefatos fascinantes. Com um sorriso nos lábios, ela mergulhou em sua pesquisa, pronta para decifrar os mistérios do passado.

  Já passava do meio dia , quando um dos colegas adentrou na sala .

 _ Senhorita Winters, uma nova leva de reliquias, será trazida esta tarde , vindas de outros museus  , porem ninguem se prontificou para catalogar eles, será que poderia fazer isso ?

   Elizabeth mal pode conter o sorriso diante da novidade, nada mais a fazia feliz que poder desvendar novas historias .

   _ É claro , pode deixar comigo -  estava tao empolgada que nem ligou de ter que ficar até tarde catalogando tudo , diferente de seus colegas que com certeza agradeceriam aos céus por ela assumir essa função .

   Por voltas das 14:30 Elizabeth foi chamada para desempacotar tudo . Havia inumeros objetos dentro das várias caixas, com certeza aquilo levaria varias horas.Não que ela se importasse com isso , já que ninguem a estaria esperando em casa. Desde que seus pais morreram , o museu se tornou praticamente sua casa. E os poucos amigos que tinha, já eram casados , ocupados com suas proprias vidas , então aquelas reliquias de tempos esquecidos por muitos , eram mais preciosos para ela do que para o resto de Londres, que se preoculpavam mais em tirar selfies do que realmente aprecisar as reliquias .  

    Elizabeth já perdera a conta do numero de taças, vasos , colares e aneis do periodo regencial que já tinha catalogado naquela tarde, foi então que viu um pacote grande ,provavelmente um quadro ,encostado entre duas estantes a esquerda , nele uma etiqueta que apontava ser da era medieval , mais precisamente de 1278. Ela não demorou a abrir, e dois  assistentes o encostaram na parede. 

  Foi então que ao se virar que seus olhos se encontraram com aquela deslumbrante pintura.O retrato emoldurado representava a era medieval, com sua aura de mistério e fascínio. Nele, um homem de beleza singular dominava a pintura. Seus cabelos negros caíam com elegância, destacando sua tez pálida e semblante sereno.

  No momento em que seus olhares se encontraram, Elizabeth sentiu seu coração dar um salto. Os olhos azuis profundos do homem pareciam transbordar de emoções contidas, despertando uma sensação de inquietação em seu peito. Através do tempo e do espaço, uma conexão inexplicável se estabeleceu entre os dois.



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O Segredo da historiadora Where stories live. Discover now