O retrato

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  O cenário ao redor parecia desvanecer, enquanto ela se sentia atraída para dentro da pintura. Sua curiosidade e fascínio a ignoraram completamente, e ela se aproximou, como se o magnetismo do quadro a puxasse. Seu coração batia acelerado enquanto seus dedos trêmulos tocavam a superfície fria e lisa.

  O momento eternizou-se na mente da jovem. O encontro com aquele belo homem do passado, capturado em um quadro, transmitiu-lhe uma sensação de encanto e conexão inexplicável. Era como se ele pudesse compreender sua alma em um nível além do que as palavras poderiam expressar.

  Já passava das cinco horas e o museu já fechara, e Elizabeth ainda se encontrava em meio a uma pilha de objetos a serem catalogados. Porém , por mais que ela tentasse , a imagem daquele homem misterioso , nao saia de sua mente. Ela não sabia explicar, era como lembranças de um sonho , como se já o tivesse visto - talvez lembre algum ator de algum filme que vi- pensou consigo.

  Ela então lembrou. Já o tinha visto realmente. Uma vez em sua cidade natal , quando fora ao museu com seus pais. Devia ter uns quinze anos na época,e agora lembrava como o achara bonito.Elizabeth então pesquisou sobre o quadro que na etiqueta dizia apenas  Sir Peter de Belmont, curiosa para saber mais sobre , ela pesquisou o nome na internet, e para sua surpresa apareceu um artigo sobre ele.

  _ Bom , aqui diz que  ele nasceu por volta de 1247 a 1248, sem informação  da data exata. Filho de nobres  da corte inglesa, ele teria sido um bravo cavaleiro que lutou pelo rei Edward l - lia ela com os olhos fixos na tela do celular- e tambem diz que ... - então ela parou , com um embrulho no estomago -.. aqui diz que ele morreu em 1278, em uma emboscada feita por inimigos do rei.

   Elizabeth terminou de ler , e sentia como se tivesse ficando palida. Não sabia por que sentia-se assim , afinal ele era um cara de viveu a mais de 700 anos . Mesmo assim se sentia mal ao saber que aquele homem tenha morrido de forma tão injusta e tão jovem- E ainda por cima foi no ano em que foi pintado aquele retrato- pensou .Ela acordou de seu devaneio quando ouviu o alarme do celular tocar , já era seis horas.

   Ela então se  levantou , com o corpo dolorido de tanto ficar sentada na cadeira , se espreguiçou.

  _ Bom , acho que terei que pedir um uber - falou olhando pela janela , a lua alta no céu.Depois de guardar alguns papeis , pegou sua bolsa , mas logo sentiu o estomago roncar-  e acho que vou ter que pedir algo para comer .

   Elizabeth pegou suas coisas, depois saiu da sala , trancando a porta , e seguiu pelo corredor que dava para o salão onde foi posto o retrato . A angustia anterior voltara como um golpe ao encontrar novamente aqueles olhos azuis profundos. Por algum motivo Elizabeth sem perceber começa a andar ate a pintura .À medida que ela se aproxima do quadro, uma sensação estranha começa a percorrer seu corpo. Suas mãos, quase que involuntariamente, alcançam a superfície do quadro enquanto seus dedos deslizam suavemente sobre a tinta seca. Nesse momento, um brilho intenso irradia do quadro, ofuscando sua visão. Ela sentia seu corpo sendo puxadoem direção ao quadro, pensando que iria bater na tela ela fecha os olhos, impulsivamente  pondo as mãos em frente ao rosto esperando o impacto, que não veio como ela esperava. E quando se deu conta, estava caida, caida em algo molhado , e ao abrir os olhos ela pode ver atonita.

     _ Lama?


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O Segredo da historiadora Where stories live. Discover now