A VIDA ACONTECENDO

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POV LUIZA:

Nem acredito que finalmente a sexta-feira chegou. Venho tendo dias intensos desde que recebi o convite de estar com a Hope no Paris Fashion Week. Um dos maiores eventos de moda do mundo. Eu estava animada, infelizmente não poderei estar presencialmente, mas a minha equipe da europa irá me representar, escolhi as modelos a dedo e estava tudo perfeito pro evento que acontecerá na terça feira. Todas as roupas usadas no desfile são da nova coleção "Ventos", que eu lancei recentemente aqui no Brasil. Com isso, precisei fazer a exportação de todas as peças para eles. Verônica está a frente organizando e tomando conta do que é preciso. Apesar de tudo o que eu passei no passado, com o desvio de dinheiro, que foi o motivo por eu trazer o financeiro da Hope pro Brasil. Eu ainda tenho pessoas lá que sei que posso confiar de olhos fechados, mantendo a Hope da Europa aberta e em andamento, que continua em disparada sendo a maior marca de roupas de lá.

Estou assinando um último contrato quando uma pessoinha começa a resmungar no carrinho. Normalmente a Alana vem comigo pra empresa quando a Valentina tem ensaios. Ela não dá trabalho nenhum, agora mesmo dormiu duas horas seguidas que foi o tempo suficiente pra eu conseguir focar nesses documentos.

— Vem aqui, minha princesinha. — Afasto minha cadeira e pego ela que estava deitadinha no carrinho ao meu lado. Alana logo começa a puxar minha blusa e antes que ela começasse a chorar, coloco ela em meu peito pra mamar.

Faz 10 meses que eu renasci, não importa quantas vezes eu amamente a Alana, eu sempre olho ela admirada como se fosse a primeira vez. Ela está cada dia mais parecida comigo. Acertamos em cheio no doador do semen. Apesar dela ter alguns traços fortes da Valentina, ela também tem características minhas, como o cabelinho por exemplo e os olhos dela que não chegam ser tão verdes como o da mãe e da irmã e nem tão escuros como os meus e o do irmão, sem contar que eles parecem duas bolinhas de gudes de tão grandes. Desde pequenas ela tem esses olhinhos grandes e redondos, foi uma coisa que reparamos assim que ela nasceu. Ela é realmente uma Valuzinha, a mistura perfeita de nós duas.

Alana tinha manias muito específicas, como agora, que está mamando e mexendo na minha orelha, ou quando chupa os dois dedinhos o do meio e o anelar, já que não pegou chupeta. Toda vez que tentamos dar pra ela, ela cuspia esse treco com ódio. Acho que a questão dela é mais com o bico de silicone mesmo, já que até mamadeira essa danadinha tem dificuldade de tomar.

ultimamente ela anda mais enjoadinha, não vou negar. Mas a gengiva inchada entrega mais dentinhos nascendo, já faz um tempinho que deixamos de ter uma bebe banguela em casa. Estou fazendo carinho no seu cabelo e conversando com ela.

— Acho que já podemos ir pra casa, mamãe Valentina já está perguntando por nós duas. — Ela abre um sorriso deixando escorrer um pouco do leite assim que escuta o nome da Valentina. Ela era um grude com essa mamãe fora do comum.

— Licença. — Bruna diz abrindo a porta e essa bebê curiosa logo solta meu peito pra olhar quem era.

— Ô garota! — Dou risada e subo minha blusa.

— Desculpa, não quis atrapalhar. — Diz parando em frente à minha mesa.

— Magina, Bru. Precisa de algo? Alana... decide filha. — Murmurei assim que ela abaixou minha blusa de novo e voltou a mamar dando uma risada sapeca.

— Só pra avisar que a Verônica está na linha e quer falar com você. — Ela sorri.

— Claro, já vou atender. Obrigada.

— De nada, qualquer coisa estou à disposição. — Ela assente com a cabeça e se vira.

— Bruna, sabe se a Duda já foi? — A loira volta a me olhar.

SA COMFORTOnde histórias criam vida. Descubra agora