Gossip Boy

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Se você pudesse se descrever em uma frase, qual seria?

Se essa pergunta fosse feita a minha pessoa, a resposta com certeza seria: um romântico e encrenqueiro incurável.

É, podem julgar, mas eu sou sim um romântico incorrigível. Só leio ou vejo algo se tiver um casal principal shippavel, daqueles que se deseja viver o mesmo tipo de romance e ser amado de forma avassaladora e única.

É claro que sei que esse tipo de relacionamento não existe, e se por acaso existir, não vou ser o sortudo de vivência-lo, mas sonhar ainda é de graça, não é? Meus amigos dizem que vivo no mundo da lua, meu irmão diz que sou um adolescente emocionado, minha querida mãe me chama de coração sonhador, Taehyung, meu melhor amigo e pior inimigo, diz que sou um Maria do bairro, mal sabe ele que o Fernando é o oposto de cara perfeito e apaixonante.

Minhas lembranças mais antigas são da minha antiga casa em Busan, antes da minha família mudar para Seul. Nessa época eu era apenas uma pequena criança inocente que adorava passar horas e horas junto ao meu pai e minha avó assistindo doramas ou novelas mexicanas - só fui perceber anos depois o nível de toxidade e dependência emocional que as protagonistas tinham - acho que já se nasce com alma fanfiqueira.

Quando tinha oito anos, partimos para a capital de mala e cuia, para alguém tão novo que ainda está descobrindo a vida, é muito difícil se adaptar a uma nova etapa, e foi exatamente assim na escolinha, no primeiro dia fiquei caladinho e quietinho no meu lugar, observando tudo curiosos e receosos, acostumado a outra professora e meus antigos amiguinhos, sentia vontade de chorar o tempo todo mas Jin tinha me dito que meninos grandes não choram e eu era um menino grande.

Foi o pior primeiro dia de aula.

No intervalo três meninos bem maiores vieram me perturbar, eles eram da outra turma.

- Você é um menino? - um deles perguntou com dúvida genuína.

Sempre tive traços suaves e delicados que herdei da minha mãe, e o fato dos meus cabelos pretinhos baterem nos ombros só salientava isso.

- Acho que é uma garota, olha só para ela. - o maior disse convicto.

- Qual o seu nome? - o terceiro perguntou.

Muito tímido, remexi-me no banco em que estava sentadinho para lanchar, encarando meus dedos pequenos e gordinhos repletos de anéis que vinham como brinde ao comprar canudinhos cheios de bolinhas coloridas de açúcar.

- Jimin... - com muito esforço respondi.

- Nome de menina, viu, eu disse, ela é uma menina. - voltaram a discutir.

Franzi o cenho chateado.

- Eu sou um menino. - respondi.

Os três me olharam, depois entre si, e novamente para mim.

- Um menino que parece menina, que horror.

- Meu pai disse que esse tipo de gente é bixinha. - sussurrou pouco se importando se eu ouviria.

- Tem certeza que é menino? Tem bilau? - o maior, bem rechonchudo na verdade, gesticula para as próprias partes íntimas.

- Bilau? - perguntei por reflexo, nunca tinha ouvido essa palavra, estava acostumado ao dialeto de Busan.

- É, o seu pau. Deixa a gente ver. - ordena disposto a descobrir meu sexo.

Olho para o meio das minhas pernas, eles estavam falando do meu piu-piu? Jin hyung disse que é feio falar outras palavras e como sou pequeno é um piu-piu.

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⏰ Última atualização: 4 days ago ⏰

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