Capitulo treze.

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-De lado. Aponte para baixo.- George ensina Lee, enquanto todos estão sentados na mesa. Hoje é dia de Ação de Graças;
Estou sentada a mesa, ao lado de Isaac.
-Isso. Agora tente abrir.
-Primeiro as damas.
-Com licença.
-Pessoal, sentem-se.- George começa.- Antes de começarmos a comer...por que cada um não diz uma coisa pela qual é grato?
-Cole, pode começar?- Katherine o olha.
-Sou grato pelos Broncos não terem sido humilhados esse ano.
-Sou grato pelo fim de semana prolongado para ver muitos filmes.- Danny continua.
Isaac joga o cabelo para trás, passando as mãos entre os fios e eu quase tenho um ataque. Acho que ele percebeu meu olhar, pois me olhou de canto e soltou um sorrisinho.
-Sou grato por não ter tido que cozinhar hoje, e vocês também deveriam ser.- Alex brinca, mais não vejo graça.
-Eu sou grato por ter aprendido mais sobre o Dia de Luto dos nativos.-Nathan diz.
-Não estou afim.- Lee diz emburrado.
-Bom, eu sou grato por...ham,pelas mulheres adorarem o meu charme e beleza.- Isaac diz fazendo todos da mesa rirem. E, não sei se foi impressão minha, mas, acho que ele falou isso olhando diretamente pra mim.- E, somos gratos por fazer parte dessa família. Não é, Lee?
-E adoramos ter vocês.
Isaac apenas afirma com a cabeça, com um sorriso pequeno.
-Eu sou grata por estar aqui. Obrigada por me receberem.- Erin diz.
-De nada.
-Eu sou grata a Katherine e George. Por terem recebido eu e minha irmã de braços abertos. Sou grata a vocês por me acolherem, embora no começo não tenha sido tão divertido.-digo e eles riem.- E,eu sou grata pela minha irmã.-
Jackie sorri ao escutar o final da frase;
-Sou grata por muitas coisas. Por vocês, claro, mas principalmente por Will.- Hayley diz.- Eu preciso ir.
-Claro, querida. Vou separar o recheio de amêndoas com cranberry. É o favorito do Will.
-Mãe, ainda falta você.- Parker diz.
-Nossa, sou grata por muita coisa! Comam logo antes que esfrie.
-Bom apetite.
-Vamos comer.

-É muito maneiro, não é, meninas?
-Como chamam?
-Manhattanhenge.
-Tipo Stonehenge.- Isaac diz.
-Exatamente, Isaac.- ele parece estar tão feliz. Os olhos dele se fecham, quando ele me olha, e sorri pra mim.
Fofo.
-Duas vezes por ano o sol se alinha perfeitamente com as ruas de Manhattan. Um brilho forte atravessa dois prédios altos, e a luz rebate pra todo lado.
-A mãe delas vivia por esses dois dias.
-Ela adorava.-digo.
-Besteira. Metrópoles são superestimadas. Jackie e Jas descobriram isso.
-Talvez possamos ver Manhattanhenge no ano que vem. Se decidirem...vir me visitar.
-Infelizmente elas não vão voltar.- Lee solta com raiva.
-Lee, não seja babaca.- Cole repreende.
-Lee, não é de Jackie e Jasmine que está com raiva, né? Elas não vão embora.
- Na verdade...- Jackie o interrompe e eu a olho confusa.- Talvez a gente vá.
-É sério?- Tio Richard diz feliz.
-¿Te vas a mudar?- Isaac pergunta em espanhol, acho que ele nem percebeu.
-Não.- digo de imediato e ele parece aliviado; Agora é a vez de Jackie me olhar confusa.
- O que tá acontecendo?
-Eu estava pensando em pedir a custódia.
-O quê?
-Foi por isso que você veio? Para levar elas?- Katherine pergunta exasperada.
-Você me convidou, lembra? E, não. A custódia delas constava no testamento. Eu sei, mas posso contestalá-lo sendo o único parente de sangue delas.
-Quer mesmo ir?- Alex pergunta a minha irmã com raiva.
-Richard, pensou bem sobre isso? Criar duas adolescentes enquanto trabalha...
-Eu estou viajando menos, e elas precisam da família.
-Somos família.
-Você entendeu.
-Mas tem que admitir, o seu estilo de vida não comporta reunião de pais e mestres e refeições caseiras todo dia.
-Você não me conhece bem, George, com todo o respeito.
George parece nervoso, segurando a mão de Katherine.
-Olha, para nós.-ele aponta para ele e Katherine.- O principal é que Jackie e Jasmine tenham estabilidade. Consistência é importante.
-Também quero isso.- Richard diz como se fosse óbvio.
-O que você quer?- Isaac está apoiado com os braços na mesa, me encarando, quando pergunta.
Minhas mãos tremem enquanto eu procuro as mãos da minha irmã por debaixo da mesa, a achando e a agarrando, ela fazendo um leve carinho com o polegar.
Os olhos de Jackie estão lacrimejando e consigo ver o quão nervosa ela está.
-Isaac tem razão. Vocês sabem o que querem?
Apenas um olhar trocado entre eu e Jackie foi o suficiente para saber a o que ela estava pensando, e eu também.
Ela fecha os olhos levemente, balançando a cabeça negativamente.
-A única certeza que a gente tem...
-É que, o que queremos é impossível ter.
-Richard, se tem uma coisa que eu aprendi, é que família nem sempre é definida por laços de sangue. Sabiam que eu sou adotada? Meus pais eram incríveis. Mas sempre quis saber sobre os meus pais biológicos. Após me formar, viajei para conhecer minha mãe biológica. Adivinhem quem foi comigo?
-A nossa mãe.- seguro as lágrimas, apertando com força a mão de Jackie.
-Angélica ficou ao meu lado no carro durante horas, enquanto eu processava as expectativas e os medos acumulados. Quando chegamos ao Colorado, ela esperou no hotel, e fui à lanchonete onde minha mãe tinha combinado de me encontrar.-ela faz uma pausa.- Mas ela nunca apareceu. Fiquei arrasada.
Ela para; como se estivesse segurando as lágrimas.
-Mas tinha um garçom...que ficava enchendo a minha xícara, e que deve ter sentido pena de mim, porque trouxe um pedaço enorme de torta.
Quando ela diz isso, os meninos trocam olhares sorrindo.
- Eu não senti pena de você.-George diz sorrindo.- Eu apenas vi a mulher mais bonita do mundo.
-Foi como se conheceram?
-Sim. Fui procurar uma família de sangue e achei uma família escolhida.
Agradeço todo dia por isso.
Eu e Jackie apenas concordamos.

Enquanto os meninos jogavam bola na varanda. Eu estava sentada ao lado de Isaac; ele com a cabeça em meu ombro, olhando os meninos jogarem. E eu com a mão direita em seu cabelo. Fazendo cafuné; o sinto se aproximar mais de mim, enterrando o rosto em meu pescoço, dando uma fungada. Rio com isso, sinto cócegas.
-O que?
-Eu tenho cosquinha.
-Ah, é? Bom saber...
-Nem pense nisso, Isaac Garcia.
-Eu não fiz nada.
-Ei, ei!- Cole abre a porta.- Tem alguém em uma videochamada. Acho que é pra vocês.-ele brinca.
-Pai!- Lee sai correndo casa a dentro, feliz.
-Ele esta te esperando, Isaac.- O incentivo, o vendo sorrir pra mim, correndo pra dentro de casa;



Continua...

it will you be mine?- Isaac GarciaOnde histórias criam vida. Descubra agora