Capítulo 1

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Maiara Carla

Segunda feira...

"Irma. Irma, acorda," minha irma sussurrou no meu ouvido.

Murmurei para ela me deixar em paz e puxei a coberta sobre a cabeça para voltar a dormir. Eu só quero dormir, me deixe em paz.

Nem 5 segundos depois debaixo do meu cobertor, minha pele de repente entra em contato com o ar frio do meu quarto. Meus olhos se arregalaram. Eu rapidamente olhei para minha irmã, que tinha um sorriso enorme no rosto e meu cobertor na mão.

"Você não fez isso, Carla Maraisa!" eu sussurrei com raiva espreguiçando e depois me sentando.

"Pare de ser tão mal-humorada, seu gnomo!" ela mostrou a língua para mim.

"Maraisa, sou literalmente mais alta que você, então o gnomo aqui é você!" eu ri quando vi seu sorriso desaparecer rapidamente.

"Aff, cala a boca, agora levanta porque hoje temos aula", ela se levantou, jogando meu cobertor em mim.

Pelo amor de Deus, por que vamos para a escola? Tipo, eu já sei ler, falar, escrever e interagir com as pessoas, então por que ainda precisamos ir à escola? A escola é literalmente outra versão da prisão, mas para crianças.

Saí da cama e corri para o banheiro. Tomei um banho mais longo da minha vida. Você sabe como eu sei disso? Porque a Maraisa veio bater na porta umas 50 vezes, mas eu não ouvi porque coloquei música alta.

E você sabe o que aquela vadia fez? Ela chutou a porta. Obviamente fiquei com medo, quase me caguei e com o enorme susto que recebi, eu escorreguei e caí do chão. Agora minha bunda dói como se eu tivesse levado uma surra, mil vezes no mesmo local.

Depois do enorme caos que aconteceu no banheiro, finalmente me arrumei. Coloquei minha camiseta preta com alguma coisa escrito mas não sei o que é pq só sei português, um shorts pretos, meias pretas compridas e meu par de tênis branco. Resolvi deixar meu cabelo solto, juntei minhas coisas e desci para a cozinha.

"Finalmente, Maiara, pensei que você fosse morar naquele banheiro", reclamou minha mãe. Revirei os olhos e sentei ao lado da minha irmã.

"Bom dia para você também mãe, dormiu bem? Dormi bem sim, obrigada, e você?" eu disse em um tom sarcástico fazendo ela e minha irmã rirem.

"Ahh, deixa de ser tão mal-humorada, Maiara. Mas, bom dia, meu amor," ela veio para o meu lado e me deu o beijo tão molhado, que por um segundo eu senti como se alguém acabou de jogar um balde de água em mim .

"Ok, ok, entendi," eu a empurrei gentilmente enquanto começava a comer as panquecas que ela fez para mim. 

Me dou muito bem com minha mãe e minha irmã. Porém não me dou muito bem com meu pai, Marcos. Marcos é um homem mau, muito malvado. Ele e minha mãe estudavam juntos e como eram muito próximos acabaram se apaixonando e casaram. Tudo estava indo muito bem, mesmo quando minha mãe engravidou de nós duas.

Mas, depois que nascemos, ele ficou muito violento com minha mãe. Principalmente quando eu e Maraisa tínhamos 3-4 anos. Quando tínhamos 6 anos, ele se tornou violento mas com a gente. Ele nos puniria pelas menores coisas, por exemplo, se chegássemos em casa 1 minuto atrasado ou se quebrássemos algo sem querer ou se o acordássemos no meio da noite ou quando ele estivesse tirando uma soneca mas obviamente sem querer.

Um dia, voltei da escola e, quando entrei em casa, ouvi gritos, e gemidos, mas como se alguém estivesse com dor. Então corri para a sala e vi meu pai espancando minha mãe e minha irmã. Aliás, eu tinha 8 anos. Eu corri em direção a ele e dei um soco no rosto dele, fazendo-o cair para trás. Minha mãe agarrou minha irmã e elas se afastaram.

My English Teacher•Mailila•Onde histórias criam vida. Descubra agora