Vanessa.

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Olá, eu sou a vallient (no twitter vallieent), mas pode me chamar de Lua.

Essa história contém apenas um capítulo.

Aviso de conteúdo sensível: Linguagem e cenas de sexo explícitas, insinuação a sexo.

Se gostarem, comentem e favoritem, por favor. Ajuda muito no incentivo e também faz com que a história comece a ter mais relevância, fazendo com que ela chegue em outras pessoas!

Divirtam-se!

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Estava cansada, era difícil dar conta, tantas horas de plantão faziam com que ela abrisse mão de boa parte da sua vida. Ser médica especializada em traumas era assim, estar jantando, às vezes até transando, acordando ou indo viajar, receber uma ligação e largar tudo de mão para lidar com a irresponsabilidade de outrém.

A quantidade de acidentes de trânsito aumentavam em épocas comemorativas, as pessoa insistiam em se embriagar e dirigir mesmo com tantos desastres expostos com uma mesma causa. Sobrava para a médica que largava sua própria família para chegar as pressas num hospital, para realizar cirurgias cansativas e enfrentar horas longas de trabalho.

Um dia de descanso era pouco demais para quem abria mão de noites de sono, alimentação, saúde física, mental e espiritual. Mas Vanessa ia levando como podia, as pessoas acham que o dinheiro acaba com todos os problemas, não era bem assim... Do que adianta ter o bolso cheio e não poder usufruir disso? Se você estiver vivo até se aposentar, abrindo mão de tanto, faça bom proveito.

Trabalharia no dia seguinte, mesmo assim precisava se dar ao menos uma amostra do que era viver. Lidar com a grande confusão que era sua rotina e ainda precisar organizar sua vida amorosa, era difícil, ainda mais quando se amava alguém em uma situação complicada. Era casada com um homem cretino e apaixonada por uma mulher de espírito livre.

Estava fodida.

— Cadê as nossas iguais? Camila e Alana, como vão? Seguem se telefonando nas horas vagas? — Perguntou curiosa.

— Sim, mas Camila é presa demais no fato de estar casada e morre de medo de ser indecente. — Precisou rir. — Certa vez ela entrou no dormitório toda afobada dizendo que tinha cometido uma insanidade quando durante a noite a conversa com Alana esquentou e elas falaram sobre sexo. — Negou com a cabeça ouvindo a risada da outra. — Elas falam, eu faço.

— Nós fazemos. — Deu de ombros. — É um padrão? — Ergueu as sobrancelhas.

— O quê? — O celular vibrou na mesa, atraiu seu olhar.

— Vocês médicas da área de trauma, são casadas com outros médicos, mas pulam a cerca com mulheres que são assumidamente lésbicas e ficam nessa sinuca de bico, manter ou não o papel de esposa pacata? — Disse o que tinha vontade de dizer, alfinetando-a como era de costume. — Fala a verdade, é uma seita, não é? Vocês querem fazer a gente sofrer. — Resmungou e se rendeu brevemente ao riso.

— Para de ser boba, vai. Você sabe que a última coisa que eu quero, é te machucar. — A interrompeu já de pronto, pegando o celular depois de ele vibrar mais vezes.

— Celular agitado o seu. — Comentou após terminar sua bebida, em seguida limpou os cantos da sua boca.

De longe Vanessa se sentiu alfinetada de novo, reconhecia aquele tom.

— Infelizmente não posso desligar totalmente o som. — Pigarreou e soltou um suspiro cansado. — Pietra está me mandando mensagem, desconfia que estou fazendo o que não devo. — A ouviu rir maldosamente.

— Você está? — A questionou querendo saber se a médica lhe olhava como um erro. — Quem é Pietra? Se quiser posso mandar um áudio dizendo que você está muito ocupada agora, comigo. — Seu humor voltou, ela falava o que lhe dava na telha, sem dó ou vergonha.

Bem te quero - Sáfico.Onde histórias criam vida. Descubra agora