Passeio

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Sai tinha dormido na casa do amigo, os dois se arrumaram em silêncio para mais um dia de trabalho, Boruto não queria ir de jeito nenhum pra escola, mas lá estava ele no banco de trás do carro dormindo e de farda. Sai no banco do carona e Naruto dirigindo.

— Vai mesmo deixar ele de castigo?

— Vou, ele fez malcriação hoje de manhã, vai ficar sem o tablet sim.

Sai apenas riu olhando para a janela sentindo a movimentação do carro.

— Não vou perguntar se você está bem porque já sei a resposta, só quero saber porque não comeu em casa?

— Não tive tempo, não se preocupe, não vou ficar sem comer por causa de ninguém não.

— Acho bom.

Naruto não respondeu e nem sorriu, estacionou o carro na frente da escolinha, saindo do veículo em seguida. Abriu a porta de trás e destravou a cadeirinha, pegou Boruto no colo e a mochila dele. Cumprimentou o porteiro e entrou na escola indo direto para o dormitório das crianças vendo algumas delas dormindo nas caminhas, sorriu para a ômega que cuidava deles e colocou Boruto numa cama vazia, deixou um beijinho nele e acenou para a ômega de novo, não deixou de reparar que Mitsuki estava dormindo ali também.

Saiu da sala e caminhou para fora da escola, cumprimentou algumas pessoas que lhe reconhecia e voltou para o carro encontrando Sai no celular.

— Vamos, temos muito o que fazer hoje– Acelerou o carro tão rápido que Sai teve que se segurar no banco— A vida não tem mais sentido...

— PARA O CARRO!

Naruto desacelerou o carro gargalhando alto, teve que parar o carro num canto pra poder se jogar no voltante e rir do desespero do amigo.

— VOCÊ É MALUCO?

— Aí, eu vou morrer– Naruto ria tanto que lágrimas começava a se formar



(...)



— Papai!

Naruto levantou a cabeça vendo seu filho entrar em sua sala.

— Oi bebê, como foi a aula?– Colocou ele sentado em seu colo.

— Foi boa, hoje a gente fez muito dever, e sabia que é a última semana de aula?

— Sei, vai ter a pausa do meio do ano, depois as aulas voltam de novo– Boruto se aninhou mais no colo do pai, ele estava de casaco, e as bochechas vermelhas. Naruto só por precaução, levou a mão até a testa dele confirmando— Você está com febre.

— Eu tô dodói?– Fechou os olhinhos sentindo sono.

— Está.

Naruto se levantou com ele no colo, abriu a porta da sala, dando de cara com Sai sentado na mesma conversando com uma moça.

— Sai, eu vou ter que ir pra casa.

— Ué porque?– Olhou para o amigo preocupado.

— Boruto está com febre, você sabe que eu não consigo fazer nada direito com ele doente, você pode assumir pra mim? Pode fechar tudo mais cedo.

— Claro, pode ir, qualquer coisa me liga– Naruto concordou, acenou para a alfa ali e entrou para arrumar suas coisas.

Pegou duas pastas em cima da mesa e colocou dentro da sua bolsa, fechou o notebook, desligou o ar condicionado, apagou as luzes e só assim saiu, tudo isso com Boruto adormecido no seu colo.

Acenou para Sai de novo e começou a andar para o elevador, a mochila dele já estava no seu carro, então não precisava de preocupar.

Cumprimentou alguns de seus funcionários e enfim entrou no elevador, agradecendo por estar vazio.

— Papai.

Ouviu a voz baixinha do filho.

— Oi bebê.

— Quero ver o pai Neji.

— Quando chegarmos em casa, a gente liga pra ele pode ser?

— Unhum.

Segundos depois, o elevador abriu e Naruto andou o mais rápido possível até seu carro, tirou as chaves do bolso e o destravou, abrindo a porta de trás em seguida. Colocou Boruto na cadeirinha e a prendeu, foi para o banco do motorista e deu partida no carro, começando a sair do estacionamento.



(...)



Naruto estava agachado ao lado da cama do filho olhando ele dormir. Boruto não tinha acordado desde que chegaram, Naruto deu banho nele e remédio, o menor voltou a dormir e estava assim até agora, no caso, 01:00 da manhã.

Naruto suspirou já convencido que o filho já tinha dormido e desceu para a sala, que estava toda escura, tinha um cobertor no sofá e Naruto se enfiou no meio dele. Ele era um adulto, mas preferia assistir Pica Pau do que muitos filmes ruins.

Ali, ele tentava prestar atenção no passarinho traquino, mas sua cabeça só ia para duas certas pessoas que moram ao lado.

Não, ele não ia chorar, não ia. Definitivamente não ia chorar, ele se recusava, achava um absurdo, estava fora das opções chorar.

Ele já estava chorando.

A sensação da rejeição era terrível. Na verdade, eles não tinham lhe rejeitado totalmente, só pediram um tempo, Naruto daria esse tempo.

Estava com a cabeça tão avoada que nem se lembrou de falar com Neji a situação do filho. Deveria ter percebido que ele não estava bem logo de manhã.

— Ei...

Se assustou ao ver o filho na sua frente coçando os olhos.

— O que foi? Você está bem?– Se sentou rapidamente.

— Você está chorando?– Boruto perguntou olhando para o pai.

— O que?– Naruto limpou o rosto e os olhos— Claro que não– Colocou o filho no colo, de frente pra si.

— Está sim– O pequeno fez biquinho de choro— Se você chorar, eu vou chorar também.

— Pronto, parei de chorar, está vendo?– Abriu um sorriso mínimo, Boruto assentiu concordando.

— Mas você está triste ainda papai...

— Quer passear com o papai?

— Pra onde? Agora? Já está bem de noite né?– Apontou para janela.

— É, já está de noite.

— A gente vai pra onde?

— Você quer ir fazer uma surpresa para a vovó Kushina?

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Love for threeOnde histórias criam vida. Descubra agora