Era extremamente comum ver as pessoas com guarda-chuvas naquela época de inverno; claro, a neve que caía era constante e firme, ninguém queria se resfriar ou se molhar. No fim das aulas de uma sexta-feira, Satoru tirou seu guarda-chuva da mochila e saiu pelo portão principal. Estava nevando bastante, como chuva, mas não ventava muito, era um clima até mesmo agradável.
Mesmo que estivesse cansado, Gojou tinha uma parada antes de ir para casa, o que o fez dar um sorrisinho e um pulo em seu coração. Os estudos estavam lhe exigindo muito, mas conseguia controlar tudo conforme seu tempo. Trabalhava de babá em seu tempo livre para conseguir uma boa renda; Satoru não imaginava que isso dava um bom dinheiro ali, em Boston, mas sim, ajudava bastante.
Em certo momento do percusso, a atenção de Gojou recaiu sobre uma floricultura pequenininha e confortável do lado direito da calçada; estava perto das seis da tarde, tudo ao redor estava estranhamente silencioso e escuro, o que dava total contraste e beleza ao lugar.
Satoru sorriu largo com a ideia que lhe chegou a mente.
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A cafeteria estava praticamente vazia, se não fosse pelas duas pessoas trabalhando no balcão e duas mesas ali no ambiente, mas que não chegavam a ter cinco clientes em ambas. Com tudo calmo e faltando poucos minutos para fechar, Suguru se apoiou no balcão e ficou olhando para fora, observando a neve cair, mas aproveitando do calor confortável ali dentro; na verdade, também estava ansioso por um momento que não sabia ao certo se chegaria. Fazia duas semanas que estava alternando entre o horário da manhã e o horário da tarde, a pedido de seu superior.
Se fosse por outros tempos, ele ficaria chateado, mas agora não precisava se preocupar. O que tanto queria encontrar sempre vinha até ele.
Foi pensando nisso e se distraindo que ouviu batidas fracas no vidro, e olhou instantaneamente. Gojou sorriu para ele, abaixo do telhado que cobria aquela parte em frente a lanchonete, na calçada. Getou sorriu largo e virou-se para a companheira de trabalho.
-Shoko, pode me cobrir rapidinho?
Ela notou o que acontecia e assentiu, sorrindo de forma cúmplice. Suguru tirou o avental e saiu, enquanto soltava os cabelos longos; ali, próximo a neve, seus olhos escuros e seus vários piercings brilhavam com a luz noturna. Gojou foi até ele, com as bochechas coradas por conta do frio.
-Oi! -Suguru não olhou para ele diretamente, estava surpreso demais, então Satoru lembrou o que tinha em mãos- Ah, é 'pra você!
-Satoru...
Gojou já havia guardado o guarda-chuva, e suas mãos estavam contendo um buquê formidável de flores, rosas e margaridas; Getou sentiu o coração fraquejar. Ele estendeu para o moreno, que quase não pegou, temendo estragar. Notando a hesitação dele, Satoru riu baixinho, um som quentinho em meio aos tempos de baixa temperatura.
-Pega, amor.
Suguru olhou para ele, com os olhos levemente marejados e um sorriso lindo. Ele pegou o buquê, e acariciou as pétalas com as pontas do dedo, cuidadosamente; não era grande, não era pouca coisa. Era lindo e belo, assim como o homem que as trazia consigo.
Suguru tocou o rosto do namorado e lhe deu um selinho. Gojou foi pego de surpresa, mas retribuiu, sorrindo; um selinho delicado e lento, quente e perfeito.
-Não precisava disso, ah céus... -Suguru limpou os olhos rapidamente; Satoru estava tentando entender o porquê de sua emoção, não era a primeira vez que o rapaz de olhos azuis lhe dava flores- É lindo, meu amor. Obrigada! Obrigada!
Gojou riu quando ele o abraçou forte, enchendo suas bochechas de beijos.
-Você sempre se emociona quando te dou flores!
-Porque isso é romântico, seu idiota -Suguru riu baixinho, cheirando as flores; lindas e perfumadas, seus olhos negros brilhavam lindamente, como constelações- Bom, eu não comprei nada 'pra você...
-'Tá tudo bem! Comprei porque te amo -Gojou disse sorridente e feliz. Getou sentia-se mais feliz pela expressão alegre do namorado do que pelas flores de fato, mas ambos juntos eram perfeitos para ele-
-Eu também te amo. -Suguru lhe deu outro selinho- Então, posso te levar 'pra jantar?
Gojou sorriu largo e o abraçou, tendo cuidado para não esmagar as flores. Estava frio, e estar com o corpo de Suguru próximo ao seu era sua coisa favorita no mundo. Havia três meses que estavam em um relacionamento oficial, depois de muitos encontros, sorrisos trocados e momentos incríveis. Suguru era dois anos mais velho, mas parecia entender completamente do mundo de Satoru; onde dedicava-se a faculdade e ao próprio futuro. Quando começaram a namorar, imaginaram que se ver seria difícil, já que ambos eram tão ocupados, mas havia sido completamente o contrário.
Quando Getou estava no período da da manhã, Gojou fazia questão de ir vê-lo, antes das aulas. Mas quando Suguru precisava cobrir o último turno, o horário de fim de aulas batia com o de Satoru, e bom, ele gostava de um café ao fim da tarde. Eles faziam dar certo.
Eles sentiam-se feitos um para o outro. Haviam se encaixado tão perfeitamente, que parecia destinado.
Sempre foi, só não sabiam disso... talvez nunca saberiam, mas isso já não importava.
-É claro que pode! Quando seu expediente termina?
-Falta trinta minutos, apenas -Suguru entrelaçou os dedos dele com os seus- Entre, vou te servir um café por minha conta. Depois vamos 'pra casa e saímos juntos, que tal?
-Perfeito! -Suguru o puxou para entrar, mas Satoru parou de repente, o que chamou a atenção do outro. Gojou sorriu e lhe puxou para um beijo lento e suave; ao fim dele, sorriu contra os lábios do namorado- Eu te amo, Getou.
Aquilo se repetia diversas vezes, predestinado a ser o que hoje era; eles sempre seriam um do outro, não importasse em quais vidas se encontrariam. Suguru sorriu com doçura, com todo o amor que ele sentia pelo rapaz, pois era um amor tão puro que mal parecia ser algo antes não sentido por ele.
No fundo, ele sempre amou Gojou, antes mesmo de conhecê-lo, assim como Satoru o amou em todos os sonhos que não lhe disseram quem Suguru era, mas logo ele descobriu, e amou ainda mais.
O moreno disse baixinho contra os lábios quentes do rapaz de cabelos claros, antes de o puxar para dentro finalmente:
-Eu também te amo, Satoru.
⊱𝑂𝐵𝑅𝐼𝐺𝐴𝐷𝐴 𝑃𝑂𝑅 𝐿𝐸𝑅⊰

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𝖰𝗎𝖺𝗇𝖽𝗈 𝖺 𝖦𝖾𝗇𝗍𝖾 𝗌𝖾 𝖤𝗇𝖼𝗈𝗇𝗍𝗋𝖺𝗋; 𝖲𝖺𝗍𝗈𝖲𝗎𝗀𝗎.
أدب الهواةSatoru Gojou era um universitário que ainda construía sua nova vida em um país totalmente novo, enquanto obtinha sentimentos de uma grande saudades de algo antes não conhecido por ele... mas tudo rapidamente mudou em uma manhã agitada, em que necess...