ISLA

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Exilada

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Exilada.

Eu já estava em exílio por vontade própria vivendo às escondidas, mas dessa vez, Ferran me colocou de escanteio. Ferran me deu a punição do distanciamento acompanhado do silêncio e incompreensão, e o mais surpreendente disso tudo é que não está sendo passageiro. Ele continua não querendo me ouvir mesmo se passando três dias da nossa briga e me encontrando por todo esse tempo quando vem buscar o Leon para passar o dia na sua casa. Não há nada além de um cumprimento pela manhã e uma despedida comum pela noite. É exatamente a versão do Torres que eu nunca imaginei ver um dia sendo indiferente comigo.

Mas eu deveria ter imaginado.

Deveria ter previsto que ele não me entenderia assim tão fácil e sendo um erro grave pela segunda vez consecutiva. Sei que reclamo da sua frieza, mas a real é que ele está certo em me tratar assim. Sem o carinho de antes. Ferran só não fica com Leon para dormir e evitar de vir aqui porque o nosso filho chora se eu não estiver com ele. O acostumei a dormir comigo, então é natural que sinta falta ao fechar os olhos na hora da soneca.

E por mais que o Torres queira mais do que tudo se aproximar e fortificar o vínculo com o Leon, ele não o força a nada.

Nem tem a intenção de me afastar como eu fiz com ele.

Ferran sabe que eu não concordaria se ele resolvesse tirar o meu bebezinho de perto de mim para ir morar na sua casa, mas no fundo no fundo, tenho medo que isso aconteça. Que Leon prefira ficar lá do outro lado.

No lado do mundo feliz e colorido da história.

Onde há tios e tias para dar presentes, uma mesa cheia de convidados em datas comemorativas, e o fantástico planeta do futebol eufórico que todo mundo adora. É óbvio que Ferran tem muito mais a oferecer do que eu, mas sinto que nenhum de nós está pensando em transformar isso numa disputa. Estou triste primeiramente. Me sentindo sozinha. Chateada. Com saudades. A rejeição é pior do que os dias em que eu o afastava. Eu podia ficar perto dele de longe e Ferran ainda me via com bons olhos apesar do que fiz o deixando em Ibiza, e agora nem isso eu tenho mais.

Porque ele não tem mais dúvidas.

Não tem mais a necessidade de querer me interrogar e lutar por palavras minhas. Ele conseguiu a resposta que queria, e a novidade é que eu nem precisei dizer nada.

Super acreditei que a cena seria eu o contando a verdade e assistindo a sua reação descobrindo ser pai.

Que por falar nisso, fiquei pensando em como Ferran conseguiu fazer esse teste. Leon teria me contado se tivessem ido em uma clínica fazer coleta de sangue, mas ele me garantiu que não saíram de casa naquele dia. Ninguém de diferente também apareceu e só ficou na companhia da Alexia e do próprio Torres. O que me leva a acreditar que possa ter sido através de outras opções de DNA.

Por mais que não faça a mínima diferença saber como ele arquitetou esse plano.

Já foi feito. A verdade foi descoberta, e o meu amor me odeia. Ferran foi muito generoso em ainda me tratar bem depois de anos que o machuquei, mas hoje, ele não quer me ver nem pintada de ouro.

End Game • Ferran TorresOnde histórias criam vida. Descubra agora