02 | Mar Doce Mar.

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Não dá para parar o vento, mas dá para fechar as janelas

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Não dá para parar o vento,
mas dá para fechar as janelas.

      O SUOR ESCORRIA pela minha testa, pelo meu peito, pingava e regava o solo verde abaixo dos meus pés. Minha camiseta estava enxertada. Meus braços falhos e cansados faziam mais força do que deviam, com um serrote velho em uma mão e uma tábua de madeira na outra.

Ofego e olho ao redor. Lá está o mar, em minha frente se pinta como um quadro que fugiu diretamente do museu para decorar especialmente a minha casa. O som das ondas se quebrando e se partindo contra o solo é como uma canção dos anjos. É um paraíso.

Ergo minha camiseta para tentar enxugar o suor que escorre da minha testa, mas um toque leve nos meus ombros me faz assustar levemente. Olho para trás e não consigo segurar o bufo que escapa dos meus lábios.

— Louise...

Seu sorriso singelo era simples, mas o que fazia ele brilhar era seus olhos. Estavam me olhando de cima a abaixo, e eu coloquei as mãos na cintura.

Sinceramente, acreditei por um segundo que me livraria totalmente dela, mas não foi isso que aconteceu.

Admito que fiquei frustrado nas últimas semanas quando notei que Jake não havia terminado seu namoro com ela. Achei que nos livraríamos dela rápido.

Quem dera.

Semana após semana ela estava na minha casa. Eu evitava sempre estar em casa quando eu sabia que ela estaria lá também. Pegava mais plantões no hospital, ia para casas de amigos, rodeava a praia – o que havia sido uma péssima ideia. Praia me lembrava do que eu tinha feito com ela. Então, eu sentia a maldita culpa outra vez.

Eu não tinha mais sossego. Minha consciência me matava dia após dia.

Mesmo sem ver Louise, sem nem estar no mesmo cômodo que ela, ela ainda assim conseguia fazer o inferno na minha cabeça.

— Bom dia, senhor Roger. – Ela inclina sua cabeça para o lado, tentando segurar o sorriso. – Eu estava com saudades do senhor. Andou fugindo de mim?

Eu respiro fundo. Ela me olha com um verdadeiro interesse, curiosidade. Suas mãos estavam atrás do corpo e eu agradeci por isso.

Pelo menos assim ela não ia me atacar.

— O que você quer, Louise? – É inevitável não fechar meus olhos por alguns segundo e clamar aos seus por uma ajuda.

Ela dá de ombros.

— Vim te dar um oi. – Seus olhos curiosos tentam ver por trás de mim, mas eu cubro as madeiras com meu corpo. – O que está fazendo?

Ela franze a sobrancelha, talvez frustrada por eu não a deixar ver, mas mantém a postura desdenhosa e inabalável de sempre.

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⏰ Última atualização: Nov 04 ⏰

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