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· Femte ·
Os ômegas se reuniam ao redor da fogueira esperando a volta de seus alfas, Jisung não sabia muito bem o que fazer agora, havia entendido que estava sendo cortejado de verdade e que se casaria com Minho logo, mas não sabia qual postura deveria tomar agora, não tinha ninguém para ensiná-lo a se portar bem ou algo do tipo.
— Você parece desconfortável, tem medo do Segundo Alfa? — A pergunta direta veio de uma garota de olhos verdes e cabelos cacheados em um tom bonito de mel.
— Não é isso… Eu só não sei o que fazer agora. — Sussurrou fazendo um biquinho fofo aos olhos dos ômegas mais velhos que estavam ali.
— Você faz o que a ômega prime mandar. — Ômega ou alfa prime é o mesmo que "líder", era um termo pouco usado, normalmente eles usavam "Primeiro Alfa" ou apenas "Alfa líder" mas não foi difícil para o pequeno entender o que aquilo significava. — Ela vai treinar você para ser um bom líder. E tome cuidado com os ômegas solteiros, quase todos queriam Minho para si.
— Sei disso… — Não era mentira, sempre recebia olhares tortos quando Minho ficava atrás de si enquanto ele buscava frutas ou ia até o riacho lavar suas roupas e peles.
Enquanto se esquentavam esperando por seus alfas, o primeiro alfa voltou, ele carregava duas presas e o ômega dele correu até ele, o ômega o cobriu com a capa e ele voltou para sua forma humana, estava um pouco machucado mas não era nada grave.
A cena se repetiu algumas vezes, Jisung ficava nervoso e preocupado com Minho, sabia que o alfa provavelmente iria tentar caçar o urso que causou aquela cicatriz em seu rosto e além disso ainda precisava caçar para o ômega. Jisung não queria que ele caçasse nada, mas entendia que a caça era o pedido de casamento dele e sua carta de permissão para ficar na presença do alfa como queria; para ficar nos braços dele. Quando o último alfa voltou, o coração de Jisung pareceu travar com as batidas muito rápidas, inúmeras situações passavam em sua mente, mas ele não queria acreditar naquelas que eram ruins.
Estava sozinho na fogueira, mantendo-a acesa com folhas secas e pequenos galhos, seus olhos azulados pela preocupação de seu próprio lobo vez ou outra se voltavam para a floresta densa, tentando buscar por seu alfa. E não via nada.
O frio começava a ficar mais forte e Hyelim havia falado consigo duas vezes, ela tentou confortá-lo dizendo que seu filho sempre foi o último a voltar da caçada já que se sentia na obrigação de caçar um animal maior, algo melhor que todos os outros alfas haviam caçado. Jisung viu quando Nevin apareceu com um cervo e uma raposa, a garota tinha vários machucados pelo rosto e braços, mas sorria quando entregou a raposa vermelha para Eliyja.
Jogou outro galho dentro do fogo e abaixou a cabeça colocando-a sobre seus joelhos, a pele de alce sobre seu corpo o esquentava além de ter o cheiro forte de canela que Minho exalava, era um cheiro quente e marcante, ele nunca se esqueceria daquela fragrância.
O ômega não sabe quanto tempo ele ficou naquela posição cobrindo seus ouvidos com o cabelo e com a pele de alce, esquentando-se com o fogo que ainda estava aceso, mas ele ouviu passos e o barulho de algo pesado arrastando no chão. Se levantou com pressa e buscou pelo som, conseguiu enxergar o lobo cinza de olhos verdes arrastando algo feito com com vários galhos que pareciam se partir cada vez mais.
Não perdeu tempo e correu até ele, a pele de alce que estava por cima de sua pele de urso voltou para cima do lobo cinzento e não demorou muito para ele voltar para sua forma natural, humana.
— Dessa vez… eu consegui. — O alfa já estava de joelhos, mas assim que ele terminou a frase caiu aos pés do ômega, que se abaixou para tentar acordá-lo. Minho não parecia ter desmaiado, mas não tinha força nenhuma para ficar de pé, então o menor apenas se sentou ali e colocou a cabeça do alfa em seu colo, esperando ele recobrar a força e conseguir ao menos ficar de pé. — O urso é uma vingança, não é para você, mas a pele vai ser para nossa casa.
— Alfa, depois conversamos sobre isso, sim? Precisamos sair daqui, está frio. — O albino disse baixo acariciando os fios negros do alfa. Ele ganharia novas cicatrizes, havia cortes por todas as partes e muito sangue também, mas era impossível saber se era dele ou dos animais caçados.
— O lince é seu. — Continuou falando, aquele animal se parecia com uma onça, mas com algumas diferenças. — Você consegue comer um não é? Ou você é pequeno demais? Eu não sei quanto um ômega consegue comer…
— Fica quieto, precisa se recuperar. — Não demorou muito para o alfa obedecer e logo em seguida conseguir se levantar outra vez e ajeitar a pele de alce sobre seus ombros. No mesmo momento os outros membros de sua família chegaram ao sentir sua presença por perto.
— Meu bebê, finalmente. — Hyelim disse checando as feridas do alfa e amarrando a pele de alce sobre o peito machucado com cuidado para não magoar mais o ferimento. — Ajudem a levar os animais, Minho qual você caçou para o seu ômega?
— Os dois, mas ele não consegue comer um urso. As peles são para ele, o urso vai ficar na nossa cama. — O sorriso no final da frase fez Jisung corar e Hyelim dar um tapa no braço de seu primogênito, mas Luwoon riu, seu filho era tão bobo quanto ele mesmo naquela idade. — Não consigo mexer esse braço.
— Vamos chamar Akyrine e ela vai nos dizer o que há de errado. E vocês levem os animais. Jisung, venha conosco sim? Minho vai te levar para casa assim que Akyrine disser o que houve com o braço dele.
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Akyrine acabou descobrindo que havia sido só uma torção por ter carregado um peso muito grande por muito tempo, passaria logo e Minho não iria sentir mais dores. Hyelim decidiu que prepararia a carne de lince para Jisung já que ele não sabia como armazená-la por muito tempo, depois disso Minho resolveu levar o ômega para casa, o dia estava amanhecendo e o pequeno precisava descansar depois de tanta preocupação.
— E como vai curar todos esses machucados? — O albino perguntou olhando o alfa brevemente.
— São pequenos, vão sair sozinhos. Só tem esse corte no peito que vou ter que ir com os curandeiros. Aquele lince tem unhas enormes, vou amar ver você usando a pele dele como roupa. Quando nossa união estiver perto eu vou caçar um lince vermelho para você, para usar na cabeça. Vai ficar tão bonito…
— Falando assim você parece apaixonado por mim.
— E eu não sou? Todo esse ano ainda não foi notável? — O alfa parecia ultrajado e Jisung só conseguiu rir daquilo.
— Eu só queria ter certeza de que conquistei você. — Disse baixinho acreditando que o maior não ouviu, mas a forma que Minho desencostou da árvore e caminhou até estar perto de si, quase entrando em sua toca deixou óbvio que ele ouviu.
— Me conquistou desde que estava dormindo enrolado em uma das peles que cacei, esfregando o rosto nela e buscando pelo meu cheiro pouco depois de eu ter te tirado da montanha. — Ele segurava o rosto pequeno entre suas mãos e Jisung mal conseguia manter os olhos abertos por causa do cheiro quente ao redor de si. — Eu te quis desde o primeiro momento, nunca vi um ômega tão forte, doce e bonito antes. Ver você foi como ter um pequeno vislumbre do céu.
Jisung abaixou a cabeça para esconder o sorriso satisfeito e as bochechas coradas, então a alfa o abraçou sentindo como ele era pequeno perto de si. Queria beijá-lo, mas não sabia se podia fazer algo assim então o afastou de si e beijou a testa exposta, isso deixou o menor ainda mais vermelho.