Capítulo 1 - Inverno Sombrio: O Peso da Depressão

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O inverno traz consigo uma melancolia que penetra profundamente em minha alma. É como se a estação gelada coincidisse com o frio que permeia meu coração. Meu nome é Agatha Cooper e sou uma lutadora nesse mundo sombrio.

"Agatha, você parece tão triste ultimamente", disse minha amiga Emma, preocupada. "O que está acontecendo?"

Suspirei, desviando o olhar para o chão antes de responder. "É difícil explicar, Emma. Sinto como se estivesse presa em uma névoa escura, sem forças para me libertar."

Ela colocou a mão no meu ombro, transmitindo apoio silencioso. "Você não está sozinha, Agatha. Estou aqui para o que precisar."

Agradeci, sentindo uma pontada de alívio ao compartilhar meu fardo com alguém. Mas a dor que carregava ia além da tristeza.

Enquanto eu caminhava pela rua, minha mente estava tomada por pensamentos tumultuados. A perda de Felipe ainda ecoava em minha alma, como uma ferida que não cicatriza. Seu sorriso brilhante, sua presença calorosa... tudo isso foi apagado por uma cruel parada cardíaca.

"Por que ele teve que partir tão cedo?", murmurei para mim mesma, enquanto olhava para o céu cinzento.

Ao chegar em casa, deparei-me com meu pai, Conrad, e meu irmão, Daniel, em uma discussão acalorada. Eles sempre se consideraram superiores, alimentando o machismo enraizado em suas mentes.

"Agatha, por que você está se metendo nesses assuntos? Deixe isso para os homens", disse meu pai com arrogância.

Revirei os olhos, sentindo a raiva pulsar dentro de mim. "Pai, você não entende. As mulheres têm direito a escolhas, a seguir seus próprios caminhos. Não podemos ser aprisionadas em estereótipos ultrapassados."

Meu irmão riu ironicamente. "Ah, Agatha, você e suas ideias mirabolantes. Mulheres foram feitas para cuidar da casa e dos filhos, é assim que as coisas funcionam."

Eu senti a frustração borbulhar em meu peito. "Vocês dois estão tão enganados! Eu vou provar que posso conquistar meu espaço e ser quem eu quiser ser."

Enquanto as palavras se desenrolavam, percebi que meu pai e meu irmão não estavam dispostos a mudar suas visões estreitas. Mas eu não iria desistir. Aquela discussão era apenas o começo de uma longa batalha pela igualdade.

À medida que a noite avançava, minha mente se dividia entre a luta contra o machismo e as dores que a depressão me infligia. A escuridão me envolvia, me afastando do mundo exterior. Eu me sentia sozinha, como se estivesse mergulhada em um poço sem fundo.

Minha mãe, Margaret, sofria de esquizofrenia, e seu próprio inverno interno a consumia. Era difícil encontrar estabilidade em nossa casa. No entanto, eu a amava incondicionalmente, mesmo que suas lutas fossem um lembrete constante de que a vida não é justa.

"Agatha, minha filha, você é minha rocha", disse minha mãe em um momento de lucidez. "Mesmo em meio ao caos, você encontra forças para seguir em frente. Você é forte."

Aquelas palavras penetraram em meu coração, alimentando uma faísca de esperança. Talvez houvesse uma luz no fim desse túnel sombrio.

E assim, mesmo em meio ao peso da depressão, ao luto, à vergonha, ao machismo e à esquizofrenia, eu encontrava refúgio na faculdade de Artes. Lá, eu moldava minhas emoções em formas tangíveis, expressando minha tristeza e minha busca pela beleza.

O inverno continuava a rugir lá fora, mas eu me levantava a cada dia, determinada a enfrentar meus demônios internos. Porque, mesmo que o final feliz pareça distante, eu acredito na resiliência da alma humana. E essa crença me impulsiona a continuar minha jornada, um passo de cada vez, na esperança de encontrar um raio de luz no inverno sombrio que me cerca.

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