ɢᴏᴅ ᴏꜰ ᴀɴɢᴇʀ | 𝙅𝙚𝙧𝙚𝙢𝙮 𝙑𝙤𝙡𝙠𝙤𝙫

Capítulo Um

Alicia King

Sei lidar com o caos.

Talvez seja por que eu gosto.

Ou porque recebi os genes ruins.

Mas isso molda quem eu sou.

Me limito em olhar ao redor, a máscara em meu rosto começando a me incomodar. O meu ponto negativo é ter uma paciência curta, o que faz com que a espera torne o menor dos detalhes um grande problema.

A situação que venho me metendo é fácil de lidar comparado a demora.

Respiro calmamente e analiso todo o meu redor. Era uma mistura de ansiedade e medo. Não se sabe o que se passa aqui. A não ser que seja convidado, o que não é o meu caso.

Por isso presto atenção em todos os cantos.

Mesmo com um visual diferente não posso falhar e ser pega, provavelmente não terei outra chance. Era um risco a correr, mas se estar aqui é uma opção de me dar respostas, não dá para descartar.

Fui atraída a isso como um imã e era só o começo do meu quebra cabeça.

Já estava começando a escurecer o laranja do céu começava a ser dominado pelo tom escuro de azul. As nuvens cinzas combinavam perfeitamente com o ambiente. O perigo que percorria todo o território era de uma familiaridade que me mantinha longe de grandes emoções.

Se não fosse o meu radar que me faz achar as situações mais obscuras eu estaria me metendo em outra atividade que traria o único sentimento que ainda tenho dentro de mim. Meu foco agora não era matar o tempo com algo fora do normal, mas eu sabia que teria algum tipo de diversão como um bônus por ter tido essa ideia. E lidaria com as consequências depois.

Tanto na direita quanto na minha esquerda tinham alunos que usavam a mesma máscara que eu. Todos eles eram definidos com um número e as filas tinham cerca de vinte pessoas cada.

Mais participantes compunham o espaço fazendo que mais duas filas se formassem, todos eram acompanhados por homens vestidos de ternos com máscaras de coelho parecendo terem vindo de algum tipo de filme de terror, as suas máscaras eram distintas das nossas, que eram apenas brancas com o número de cada em preto.

As deles eram cobertas com faixas vermelhas na boca e no buraco para os olhos e dentes afiados. Eles eram intimidantes devido ao tamanho e provavelmente usariam agressão sem pensar duas vezes.

Em apenas um instante achei que seria carregada para fora. Não só meu convite como o celular eram roubados e não fiz muito esforço para disfarçar minha aparência. Então quando verificaram novamente o QR code do convite, pensei que era o fim da minha ''missão''.

O homem coelho, que eu carinhosamente apelidei assim, talvez estivesse desconfiado, deduzi isso pela forma que me olhou, já que o convite era para ser utilizado por Creighton e com certeza eles deviam ter algum tipo de controle. Mas por sorte passei sem problemas e ganhei essa máscara ridícula.

Optei também por não abrir a boca já que era uma espécie de território americano ao qual eu não fazia parte.

Deixei meus pertences, que não eram muitos, e com isso pude entrar.

Todo o local dentro da mansão, em estilo gótico, era preenchido pelos participantes, a energia de ansiedade e desespero era o mais fácil de sentir. Tudo ali era calculado para que não houvesse fugas, transformando todos nós em ratinhos presos em uma grande gaiola, apenas esperando para sermos massacrados.

Eu me mantive presente na maior parte dos eventos do clube da Royal Elite University, apenas por gostar, mesmo não fazendo parte. Eles eram crueis mas evitavam se sujar e extrapolar. Essa era a grande diferença dos Heathens, os donos da mansão e um dos clubes da The King 's U. Eles tinham além da riqueza e do poder cruel, laços diretos com a máfia russa. Eram impiedosos e possuíam uma reputação que faz qualquer um querer distância para não cruzar seu caminho.