A Curiosidade do Gato

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capítulo nove - a curiosidade do gato.

O Damon saiu do quarto dele, pelos passos dele ele estava estressado com alguma coisa, e pelo o que ouvi, seria algum amigo do papai que iria na nossa casa, não sei do que se trata, mas sei que queria continuar minha investigação. Pensando em como conseguiria mais informações pela internet, busco por "festas ilegais" "calourada da faculdade de Atenas", não aparece nada. Talvez alguém da família do Tyler pagou para não publicarem nada que envolva o filho. Não sei. Pensei então que eu precisaria de mais um cérebro comigo pensando, e que fosse um cérebro veterano. Resolvo ir até a faculdade falar com o Draco.

Saio do quarto e vejo o Damon estressado na sala I mexendo no celular.
- Dan, posso pegar seu carro emprestado hoje? - pergunto delicadamente.
- Pra que?! - ele pergunta irritado.
- Eu achei ele mais confortável que o meu. - não consegui pensar a tempo em uma desculpa melhor.
- Não.
- Por favor, só hoje.
- Caralho Katerina não me irrita! - ele fala sério e eu fico intimidada, ele nunca me tratou assim.
Ele olha pra mim e percebe o que fez.
- Calma, desculpa, to irritado com outras coisas, desculpa gritar com você Cininha, pode ir pegar. - ele joga as chaves pra mim.
- Ta tudo bem? - pergunto me aproximando dele.
- Não, mas vai ficar tudo bem, você vai aonde?
- Vou dar um passeio só, to de TPM. - falar de menstruação com homens sempre é um bom álibi.
- Tudo bem, vai, não demora.
- Ta bom.
Vou até a garagem que fica nos fundos, e percebi que meu carro ainda está na frente da casa, mas não to com tempo de tirar. Vou até o carro do Tyler e Marcos na portaria me libera pra sair.

QUEBRA-DE-TEMPO

Fiquei esperando até a hora de liberar o pessoal, não sabia qual era o carro do Draco então fiquei esperando camufladamente no estacionamento, ninguém sabia de quem meu carro era, então ninguém ia me notar. Quando o último sinal toca, a multidão de pessoas começam a se espalhar pela parte de fora do prédio, algumas em grupinhos enormes conversando juntas e fazendo a entrada ficar muito ruim de perceber quem sai. Outros muitos se espalham pelo estacionamento e fica um barulho de vozes ocas conversando ao mesmo tempo que nunca tinha notado antes. Depois de pelo menos uns 15 minutos tentando achar uma cabeça loura no meio do pessoal, encontro o Draco, ele entra num Audi R8 preto e eu sigo ele com o carro.
Quando já estamos na rua eu consigo acompanhar ele e paro do lado da janela do motorista.
- Oi, você tem um tempinho?! - falo pela janela do carro em movimento.
Ele olha pra mim umas duas vezes.
- Katerina? Oi, claro... - ele solta uma risada confuso. - Vou estacionar ali, ok? - ele aponta para um canteiro de frente a uma loja de doces finos.
- Ok!! - sigo ele.
Estaciono na frente dele, ele desce do carro e fica lá em pé perto da porta me esperando.
- Oi, como assim você quer falar comigo? E esse carrão também? O que aconteceu? - ele pergunta confuso mas a cara dele estampa um sorriso fofo que ele não consegue evitar.
- Oi, é que eu acabei ficando com a briga de hoje na cabeça e pensei em algumas coisas e eu precisava da sua ajuda sabe, enfim, quer entrar e conversar? - falo tão rápido que ele pareceu não entender nada do que eu disse.
- Entrar? Aonde?
- Ah, pode ser no carro, ou na lojinha e comer um doce, tanto faz.
- Claro, mas, sobre o que é o assunto? É da faculdade?
- Não, na verdade é sobre Camila Couburno. - Draco pareceu gelar inteiro quando falei o nome, ele mudou a expressão fofa pra assustado e arregalou os olhos claros.
- Melhor conversar sobre isso no carro mesmo.
- Também acho. - concordo com ele e ele me segue ate o carro do Tyler, ele senta no banco do passageiro do meu lado.
- Então Draco, eu procurei por você porque você pareceu saber de coisas que eu não sei, e que sem você eu não saberia, e o que eu tenho a ver com a Camila? Não muita coisa, mas vou te explicar tudo que eu descobri e tudo que eu acho também.
E assim foi, Draco ouviu toda minha palestra mirabolante sobre o caso calado, olhando as prints e anotações que fiz, olhava nos meus olhos enquanto eu tagarelava e o tempo todo calado ouvindo.
- Então, foi tudo isso que eu consegui, mas preciso de mais, quer me ajudar nisso? - Falei tanto que dei uma pausa longa para respirar, e ele continua calado me assistindo tomar fôlego.
- Eu não sei nem o que dizer.
- To vendo.
- Você foi muito sagaz, realmente. Mas, aonde você quer chegar com tudo isso?
- Quero saber quem foi o culpado.
- E denunciar?
- É.
- Por que?
- Porque acho que a Camila merece justiça, eu também quase passei pelo mesmo que ela e se fosse comigo, eu iria querer que me vingassem.
- Entendi, mas já faz um ano disso e a polícia nem chegou perto de um suspeito, por que você acha que nós dois conseguiríamos?
- Porque não somos a polícia, e com certeza eles foram subornados com muito dinheiro, tem coisas que nem fazem sentido não estarem na internet, você não desconfia disso? - Quando pergunto isso finalmente o Draco expressa um rosto, rosto de dúvida e intrigante.
- Na verdade sim, mais alguém sabe disso tudo e que você veio falar comigo?
- Não, pesquisei as coisas e vim correndo falar com você. - O sorrisinho fofo quase apareceu de novo mas ele conseguiu esconder dessa vez.
- Ok, eu topo te ajudar.
- Isso!! - puxo o braço direito e um sorriso comemorando a vitória.
- Só, me deixa passar em casa antes e tomar um banho, deixar o carro, comer algo, sabe?
- Ah, claro, kkk óbvio, quer que eu siga você até em casa ou prefere que a gente se encontre em algum lugar?
- Na verdade, você podia me buscar né, eu fazia tudo que preciso e te ligava, quer ser minha Uber? - solto uma risada sincera.
- Posso ser sua Uber sim, só tenta não demorar demais porque esse carro é do meu irmão.
- Imaginei. Tudo bem, prometo não demorar demais.
- Beleza.
Anoto o número do Draco, ele sai do carro, entra no dele e vai pra casa, eu continuo lá estacionada, olhando para os locais ao redor, olho para a imagem do macaron azul estampado na porta da loja, e resolvo entrar pra comer alguns doces finos.

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