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Os piores cenários possíveis passavam como cenas de filmes dramáticos na cabeça de Castiel enquanto ele ficava ali parado, embaixo finas gostas de chuva, observando estatístico o cenário do "ato". Mas sua vida sempre fôra isso, certo? Um filme dramático, escrito pelo poeta mais romantista, apaixonado por tragédias. Os outros adolescentes de sua idade cochichavam no pátio da entrada da escola uns com os outros, falhando miseravelmente em lançar olhares discretos sobre Castiel.
O garoto podia sentir que estavam comentando sobre ele. E não havia como culpa-los. A notícia da tragédia que assolou sua família tinha chegado ao país inteiro.
E quando ele passou pela porta de entrada, tudo piorou. Seu coração acelerou mais e a ansiedade começou a sufoca-lo aos poucos.
Aquele corredor cheio de armários, alunos e alguns professores, davam-lhe arrepios.Seus ouvidos, extremamente sensíveis a qualquer comentário, podiam ouvir as típicas frases que também havia escutado no tribunal, no abrigo e na rua:
"É o filho daquela puta maldita?"
"Tomara que ele não seja louco como a mãe."
"Pobrezinho, deve ter sido assustador achar o corpo do irmão mais novo."
Sua mão começou a tremer e a coloração de sua pele se tornou mais esbranquiçada. Mas por sorte, ele não estava sozinho naquele momento de crise.
O seu irmão, Gabriel, 1 ano mais velho, e melhor amigo de infância. Agarrou sua mão e sussurou perto do ouvido dele, ignorando os olhares curiosos:— Apenas respire e continue, estamos juntos nessa...
Castiel queria muito ter se sentido melhor depois daquilo, mas não foi o que aconteceu. Ele gostaria de poder apenas parar de sentir aquele medo do futuro e angustia, mas não conseguia. Estava andando contra uma corrente com os dois braços atados.
Ele caminhou pelo corredor olhando para o piso, tentando se concentrar nas cores dos vários tipos de sapatos e tênis que ele podia ver.Ele sentia falta de casa, de sua antiga escola, até mesmo de sua mãe. Ele não acreditava que teria sido ela a responsável pela morte de seu irmão mais novo, Uriel.
Mas especialmente, ele sentia saudade de Nick. O irmão mais velho da linhagem.
Castiel admitia que o seu irmão não era nem um pouco fácil de se lidar e que era muito rebelde, principalmente depois que ele entrou em uma banda, se auto nomeou como "Lúcifer" e foi embora antes mesmo de toda aquela bagunça acontecer.
Fazia muito tempo que não se falavam. Ninguém da família sequer sabia a onde ele estava.Ao entrar na sala de aula, com muito custo e hesitação as mãos dos irmãos se separaram. Castiel olhou para Gabriel como se estivesse pedindo socorro. Mas o irmão mais velho apenas sorriu e murmurou que tudo ficaria bem, que eles se veriam logo na hora do intervalo.
A sala estava vazia ainda. O sinal não havia tocado, então ele teria um tempo sozinho antes de ter que enfrentar mais olhares cruéis. Castiel escolheu seu lugar no fundo da sala, perto da janela. Ele se encostou na cadeira e vestiu o capuz de seu casaco. Tentando achar algum conforto em cobrir seu rosto. Os burburinhos do lado de fora estavam ficando mais altos e Castiel se apressou em pegar seus fones de ouvido.O som abafado do sino da escola pelos fones não pareceu tão ruim. E quando a porta da sala se abriu com uma avalanche de adolescentes barulhentos, as músicas da Lana Del Rey não pareceram suficientemente altas e abafadoras.
E quando o primeiro olhar foi em direção a ele, Castiel suspirou frustrado e impaciente, deitando sua cabeça entre os braços na carteira. Ele acreditava que aquele ano seria a pior temporada de toda a sua vida.
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Our Love; Our Colors {DESTIEL}
FanfictionDepois de uma tragédia atingir a família dos Novak, Castiel passou do purgatório para viver no verdadeiro inferno. Morar com seu pai era estranho, sua escola nova era o próprio Tártaro descrito por Omero e sua sanidade mental estava por um fio pal...