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- SEMPRE SERÁ SUA CASA -
- ☆ -

Melnik, Bulgária.
dias atuais.

Galena Kostrova morava em Hogwarts. A maior e melhor parte de sua vida aconteceu dentro daquele antigo castelo, as paredes mofadas, os grudes de poções e a poeira infinita tinham um pedaço de seu coração.

Entretanto, para a alegria dos alunos e o terror da professora Kostrova, as aulas acabavam e as férias de verão chegavam. E é aí que Galena Kostrova volta as sua memórias ruins. Vinda de uma família rica, a bruxa tem uma boa quantidade de dinheiro no banco Gringotes, e facilmente mantém suas duas pequenas casas, apenas guardando lembranças dos tempos difíceis.

Seu apartamento é intocado a doze anos e provavelmente irá continuar assim até que decidam demolir o acabado prédio histórico do centro de Londres. Já seu chalé no campo é seu refúgio durante as férias obrigatórias.

Localizado em Melnik, na Bulgária, seu lugar de origem, Galena se vê cercada de árvores gigantes, flores roxas, trepadeiras resistentes a poção da Professora Sprout e animais estranhos. Sozinha, contando os dias para finalmente voltar.

- Mais que merda Red! - Galena gritou ao ver sua coruja se chocando diretamente com a janela da cozinha, já era a quarta vez na semana que o bichinho idoso desmaiava ao bater.

Lena correu até a coruja de penas pretas a recolhendo do chão, depois teria que limpar a bagunça que havia feito com o susto, a tinta verde estava toda esparramada pelo chão e a vermelha escorria pelo cavalete de pintura, já o desenho estava bagunçado por natureza, quando sentiu a vontade de pintar pela primeira vez em anos fez a primeira coisa que lhe veio em mente, são raios verdes e vermelhos lutando para ver quem tem mais presença, manchas roxas tapam o encontro entre as cores as impedindo de se tocarem. Bom talvez Snape tenha razão, era hora de parar de dar ouvidos a Trelawney, já está paranoica com tudo.

Com a coruja novamente recuperada, agora desesperada em poder beber água, a bruxa se vira para recolher os itens que recebera, um jornal do profeta e outro do Pasquim e mais dois pacotes, um de Dumbleodore e o outro dos gêmeos Weasleys. Decidiu abrir primeiro o dos irmãos vendo de início o bilhete escrito com letras carrancudas "use com moderação e de preferência no Snape", já teve uma noção do que se tratava, lembra vagamente de quando se ofereceu para testar em primeira mão os produtos Weasleys, foi durante a primeira aula de duelos feita por Lockhart no ano passado, antes de Harry falar com uma cobra, ela estava achando a situação um tanto quanto patética afinal duvidava que o bruxo conseguice realizar um simples expeliarmos, mas estava legal ver Snape o jogar para o outro lado do salão.

A caixa se agitou rapidamente e um feitiço explodiu imitando um fogo de artifício com a cara dos gêmeos. Havia um pequeno pacote no fundo da caixa, apenas com uma etiqueta dizendo "Vomitilha", definitivamente daria a Snape testar, ela tinha experiência com esse lado da força, nunca se deve confiar em bruxos com alma de marotos.

Enquanto ria pegou o próximo pacote e começou a abrir, entretanto a imagem no profeta diário chamou sua atenção, teva a breve sensação que seu coração parou de bombear seu sangue, a boca ficou seca e a cabeça girou. Era ele. Não precisava olhar novamente para saber que é ele, o conhecia de longe. Pegou o jornal apressada e se pôs a ler.

"BLACK AINDA FORAGIDO"
"Sirius Black, provavelmente o condenado de pior fama já preso na fortaleza de Azkaban, continua a escapar da polícia, confirmou hoje o Ministério da Magia.
"Estamos fazendo todo o possível para recapturar Black", disse o Ministro da Magia, Cornélio Fudge, ouvido esta manhã, "e pedimos à comunidade mágica que se mantenha calma." Fudge tem sido criticado por alguns membros da Federação Internacional de Bruxos por ter comunicado a crise ao primeiro-ministro dos trouxas.
"Bem, na realidade, eu tinha que fazer isso ou vocês não sabem?", comentou Fudge, irritado. "Black é doido. É um perigo para qualquer pessoa que o aborreça, seja bruxo ou trouxa. O primeiro-ministro me garantiu que não revelará a verdadeira identidade de Black. E vamos admitir - quem iria acreditar se ele revelasse?"
Enquanto os trouxas foram informados apenas de que Black está armado (com uma espécie de varinha de metal que os bruxos usam para se matar uns aos outros), a comunidade mágica vive no temor de um massacre como o que ocorreu há doze anos, quando Black matou treze pessoas com um único feitiço."

Galena sentiu suas pernas fraquejarem e sem força se sentou no assoalho de madeira antigo, apoiou a cabeça na perna da mesa e colocou as mãos no cabelo os massagiando em busca de calma, olhou para a imagem assustadora agora jogada ao chão, lembrava daqueles olhos brilhando de malícia, diversão e amor, agora cheios de loucura. As lágrimas se formaram sem ao menos notar e os soluços facilmente acordariam os vizinhos se eles não estivessem a mais 200 km longe.

Já tinha perdido a noção do tempo, o céu já estava escuro, mas não se lembrava de como ele estava antes da chegada da coruja, as lágrimas ja não escorriam mais, porém ainda estava paralisada olhando estática a foto em movimentando. O som de passos interrompeu seus pensamentos, mas nem se preocupou, confiava em seus feitiços de proteção, afinal era a melhor no ramo e sabia que das únicas três pessoas vivas que sabiam onde ficava a casa apenas duas conseguiam entrar.

- Lena... - sussurrou uma voz já na cozinha. Galena sentiu vontade de voltar a chorar. - Ei, levante vamos tomar um chá, sim? Até te deixo escolher o menos pior. - andou até o armário e pegou o bule.

- Como isso aconteceu Sev? - silabou ainda estática olhando a foto - Já não foi o suficiente de sofrimento? Porque sempre volta?

- Galena, escute - Snape se agachou enfrente a amiga tapando sua visão da foto - os dementadores estão por todo lado, é questão de tempo até o encontrarem. Além disso, Harry está sob vigia do Ministério, nada acontecerá com ele. Agora vamos, levante, está parecendo o Longbottom depois de qualquer atividade em Hogwarts esticada aí no chão.

- Não tente me fazer rir, não é do seu fetil. McGonagall fez uma lista de novo, não é? - perguntou Galena tentando acreditar na salvaram do amigo, agora sentada enquanto apontava o chá de Camomila a Snape.

- É claro que fez, Trelawney fez a cabeça de todos com aquela reunião sobre suas crises, até Minerva foi subitamente comovida. - respondeu a entregando o chá e se sentando ao lado da mulher.

O silêncio preencheu a cozinha, Galena se lembrava vagamente da crise que Snape comentou, foi no primeiro ano de Harry em Hogwarts, logo após descobrir que Voldemort tinha tentado o matar, fazia anos que não perdia o controle, a última vez havia causado uma grande catástrofe em Godric's Hollow. Naquele dia lembra de acordar no chão de seu dormitório banhada em sangue, todos os itens caídos e sua manta peluda rosa coberta em chamas. No final do dia, acabou em uma reunião de emergência na sala de Dumbleodore proposta pela professora de adivinhações, na presença do diretor, Minerva, Snape e a própria Trelawney que comentou a insistência do sinistro com a bruxa, aparentemente ela precisava mais positividade em sua vida.

- Bem, no final a doida ainda estava certa - gargalhou Galena desesperada, se dando conta da existência do sinistro, deixando um Snape confuso ao seu lado.

- Arrume suas coisas, vamos sair em dois minutos - mandou o bruxo mais novo, recolhendo as xícaras.

- Como assim? - perguntou a bruxa, logo sendo ignoraga. Apenas recebeu o olhar ranzinza de sempre vindo de Snape e um aceno em direção a escada.

Galena subiu as escadas que dão direto a um único cômodo, seu quarto, cujo o malão ainda estava parcialmente arrumado. Com um aceno da varinha, tudo se arumou perfeitamente e o conduzio pelo ar até o andar inferior, o seguindo lentamente. O pousou em seus pés, junto com as correspondências. Deu a mão para Snape e deixou que o mesmo aparatasse para o lar dos dois. O único lugar que havia os acolhido. Afinal, Hogwarts sempre foi e sempre será sua casa.

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⏰ Última atualização: Jan 31 ⏰

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