como agir.

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Lentamente as bocas se separam e Lando encara Cecilia. A garota está com os olhos bem abertos, mas ainda com os braços pendurados em seu pescoço e Lando a observa engolir seco antes de, lentamente, se afastar dele. Involuntariamente, o britânico dá um passo para a frente, sentindo falta do contato. Mas ela o repreende com o olhar e ele para onde está, se virando para encontrar a dona da voz que ecoou na sala.

Geovana segura a maçaneta da porta com força, os encarando furiosa com um vermelho forte tingindo seu pescoço e subindo para o rosto. Atrás dela, Isaac está com a mão na boca, segurando o riso e encarando Lando com olhos divertidos como quem diz "não falei?".

"Acabamos de sair de uma coletiva de contenção de danos onde vocês juraram não ter nada para agora estarem aqui aos beijos. Eu vou matar alguém." Geovana diz tão baixo e tão calma que Lando sente um arrepio correr por seus pelos. Ele sentia isso toda vez que estava na presença da ruiva baixinha, ela poderia derrubar qualquer um só com a intensidade do olhar.

"Geovana, não é nada disso." Cecilia limpa a garganta e para ao lado de Lando. Ele estica a mão em sua direção, mas a garota se afasta. "Eu só... Eu... Foi só um beijo... Eu estava aos prantos e Norris me ajudou, aí nos beijamos. Eu estava emotiva. Não é nada. Eu juro. Nunca aconteceu antes e não vai acontecer de novo, né?" Ela busca apreensiva o olhar de Norris que sente vontade de gritar com ela.

Não havia sido só um beijo. Caramba, ele estava lá, ele sentiu a intensidade daquilo e ainda sentia reverberar no seu peito, como ela pode dizer que não foi nada?

"Sim, isso." Concorda contra sua vontade e desvia o olhar do dela, espremendo os lábios em uma linha fina.

Geovana os observa pelo que parece uma eternidade, então solta a maçaneta e se vira para Isaac.

"Não aguento mais esse dia, nem esses dois. Servem bebida naquela cafeteria da entrada?"

"Sim, claro, vamos." Isaac fica sério e aponta para que Geovana o siga, lançando um olhar curioso para Lando antes de fechar a porta e sumir com a agente de Cecilia pelos corredores da fábrica.

O silêncio toma conta da sala novamente e a brasileira fica imóvel encarando a porta fechada, as engrenagens do seu cérebro lentamente processando o fato de que beijou Norris. Ela realmente o beijou para valer e pior: havia gostado.

Havia gostado tanto que precisa se esforçar muito para não o agarrar de novo quando sente seus dedos quentes alcançarem seu pulso e a puxar para perto dele.

"Ei..." sua voz era suave e Cecilia o encara, de repente se lembrando que ele era Lando Norris. Puta merda, aquilo era errado pra caramba. "Você, hm... Está bem?" ele pergunta com cautela.

A brasileira puxa seu braço com delicadeza e os cruza, olhando para qualquer ponto menos para ele.

"Norris... Isso não pode..." ela limpa a garganta e fecha os olhos. "Isso realmente não pode acontecer de novo, ta?" quando finalmente olha para o garoto, sente seu estômago despencar. Céus, ela quer muito beijar ele de novo.

"Tá... Exceto que você sabe que vai." Um sorriso preguiçoso se espalha no rosto do mais velho e Cecilia morde o lábio inferior.

"Não vai." Ela muda o peso do corpo para a outra perna quando Norris se aproxima e a puxa pela cintura, uma mão sendo apoiada na base da sua coluna e a outra se infiltrando pelos fios do seu cabelo. Cecilia descruza os braços e apoia as mãos no peito firme de Lando. Meu Deus, quanto músculo tem aqui?

"Vai sim, Garcia, porque você diz uma coisa, mas seu corpo demonstra outra." Lando está tão perto da sua boca novamente que Cecilia sente o hálito quente dele bater em seus lábios. "Além do mais, eu estava lá, você também, aquele beijo foi..." o piloto deixa um selinho nos lábios ainda inchados de Cecilia e encosta sua testa na dela, fechando os olhos. "Não foi um beijo que acontece só uma vez. Você sabe." Seus olhos queimam quando os abre e encara a brasileira.

fine line. | lando norrisOnde histórias criam vida. Descubra agora