Girassóis e Quebra-cabeça 🧩

53 16 69
                                    

Quando eu era criança, lembro-me das vezes em que as pessoas me olhavam de maneira estranha, especialmente quando eu me comunicava de forma diferente

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Quando eu era criança, lembro-me das vezes em que as pessoas me olhavam de maneira estranha, especialmente quando eu me comunicava de forma diferente. Elas costumavam dizer que eu falava rápido ou devagar demais, e às vezes eu tinha dificuldade em fazer contato visual. Também ficavam constrangidas quando eu não entendia piadas ou sarcasmo, e levava a sério suas falas hipotéticas. Eu tinha uma memória incrível, conseguia lembrar de tudo que acontecia ao meu redor, mas tinha dificuldade em perceber as emoções das pessoas. Era difícil para mim entender por que alguém choraria por algo triste ou de alegria, ou sentiria medo de coisas que pareciam bobas, às vezes tinha atitudes agressivas, eu gritava e chorava, mas não leve a mal, era só a minha forma de expressar o que estava sentido. Às outras pessoas agiam estranho, ou será que a estranha era eu?

Minha mãe dizia que eu era um pássaro livre e selvagem, um pássaro que cantava uma música diferente, e os outros do bando não conseguiam decifrar o canto, e as pessoas que olhavam para mim com olhos estranhos, não conseguiam entender a beleza da melodia. Ela nãos congueiam acompanhar meu ritmo de fala, eles não conseguiam acompanhar o meu voo, e por isso, diziam que eu devia ficar quieta por alguns minutos.

Ela dizia que eu era um pássaro inteligente que conseguia me lembrar de tudo, como se cada momento fosse uma nota musical. Mas as emoções das pessoas eram como um mistério para o pássaro selvagem e livre, o pássaro não consegue decifrar as emoções dos companheiros ou entender os medos e receios que possuíam, parecia sempre bobo ao seus olhos

Ela disse que eu era como um poema que ninguém entendia, mas que era lindo mesmo assim, eles não sabiam que a estranha não era eu, o estranho era falta de compreensão deles, única, especial, e a minha música era a mais bonita de todas.

Às vezes, eu me sentia como um objeto decorativo, onde algumas pessoas me elogiavam e apreciavam, enquanto outras simplesmente me ignoravam sem nenhum motivo aparente, apenas por não me acharem bonita o suficiente ou digna de atenção.

Isso é um pouco engraçado, parece até que eu sou uma flor rara, que floresce em um jardim de pedras. Algumas pessoas conseguem parar para admirar a beleza, enquanto outras sequer conseguem notar a pequena florzinha rara entre milhares de pedra.

Talvez eu fosse como uma obra de arte, que só os olhos mais sensíveis podiriam apreciar e mesmo que algumas pessoas não conseguissem ver a sua beleza, ela estava lá, radiante e vibrante, como um raio de sol em um dia cinzento.

Enquanto crescia, as dificuldades sociais e a falta de compreensão ao seu redor começaram a afetar a minha autoestima.

O mundo parecia cada vez mais hostil.

As pessoas não conseguiam entender a minha singularidade, e isso começou a me afetar, me deixando abalada, estressada, às vezes sentia vonatde de gritar e bater em algo, era frustrante, o sentimento me deixava cada vez mais agressiva, é tão difícil me compreender? Eu me sentia como uma estrela solitária em um céu escuro, sem ninguém para admirar a luz.

Contos  InacabadosOnde histórias criam vida. Descubra agora